Nunca pare de se questionar!
Como é difícil escolher, né? Ainda mais hoje em dia que temos mil opções para tudo…Antigamente existiam poucas profissões: advogado, médico, professor, engenheiro. Hoje em dia podemos criar o nosso trabalho se quisermos e tivermos coragem. Algo nunca imaginado pode se tornar uma profissão.
Ao mesmo tempo que isso nos liberta, nos aprisiona em nossas próprias decisões. Mas como posso escolher melhor quando eu estiver em uma encruzilhada?
Existem 5 questões que você pode se fazer quando estiver em uma situação como essa e as respostas o direcionarão para o melhor caminho.
Vou contar um pouco dos meus processos para vocês entenderem como sempre me questionei antes de tomar alguma decisão.
Quando se é muito jovem esses processos de escolhas são mais difíceis, mas nessa época eu já me direcionava para situações que de alguma forma tinham a ver comigo, apesar de serem processos mais óbvios: "Sou apaixonada por propagandas que provocam o status quo da sociedade, logo vou fazer propaganda e marketing". "Seria bom eu entrar em alguma organização estudantil para me desenvolver e amo viajar, logo vou trabalhar na AIESEC": uma associação de estudantes que quer mudar o mundo através de intercâmbios.
Foram excelentes escolhas, mas percebi melhor depois que escolhi, o processo não foi tão cuidadoso e nem me cobraria para ser, afinal eu era nova e o momento de arriscar era esse, não tinha muito a perder.
O primeiro questionamento que me fiz já mais experiente foi: Qual é o desafio que a vida me pede nessa fase que estou? Estava trabalhando e estudando, mas sentia que precisava sair do meu contexto para me sentir mais dona da minha vida, mais integrada com o que de fato eu queria para mim. Essa pergunta me levou a fazer um intercâmbio para o Canadá, fui aprender francês e inglês, mas mais do que isso: viver numa cultura diferente com pessoas que eu nunca tinha visto. Isso fez com que eu mergulhasse em mim mesma fazendo amigos, criando uma rotina e morando com uma família sem laços sanguíneos.
O segundo foi quando voltei do Canadá na metade da faculdade — era o grande momento: ir para "o tal mercado de trabalho". Muitos jovens encaram esse momento como se fosse um monstro que agora iria cobrar toda a responsabilidade e seriedade do mundo. Mas de verdade? Não precisa ser assim. Eu havia lido um livro que me inspirou muito e me direcionou à segunda pergunta importante num processo de decisão: Quais lugares tem a ver comigo na essência e no produto final? Fiz várias anotações do que me fazia vibrar, de quais empresas eu admirava e o por quê. Cheguei a 2 empresas: Banco Real (antigo Santander) e Natura. Banco não me atraía tanto, apesar de saber da importância de um Banco, o produto final não combinava muito comigo. O meu empenho foi mesmo na Natura e passei por um processo com 6mil candidatos e assim como escolhi, fui escolhida para duas vagas dentro da empresa e optei pela de propaganda e marca.
Depois de um ano e meio trabalhando lá, senti novamente o chamado de sair do meu contexto e ir para um diferente. Isso não quer dizer que sou uma pessoa desbravadora e sem medo de me arriscar não. Pelo contrário, esses chamados vêm quando estou na minha linda zona de conforto, pronta para me instalar eternamente. Eis que surge a terceira pergunta que me fiz: O que preciso agora para me tornar a pessoa que desejo ser?
Não foi fácil tomar a decisão de sair da Natura, uma empresa que eu admirava tanto, mas respondendo a essa pergunta resolvi fazer o intercâmbio profissional da AIESEC na Índia. Fiquei lá por 7 meses, isso que é sair da zona de conforto!
Voltei da Índia fazendo mil questionamentos: Quem sou eu? Pra onde vou? Mas o que me guiou mesmo foi ter prestado alguns processos seletivos e não ter passado em nenhum. Estranho falar assim, né? Fui até a Índia para aprender mil coisas sobre mim, trabalhei na área que eu queria e não passo em nada? Bateu aquela crise existencial por um tempo, mas quando me fiz a pergunta certa, ou seja a quarta pergunta, muita coisa mudou: O que a vida está querendo me dizer através dessa situação? Afinal voltei me conhecendo muito mais e não ter acertado nas escolhas das empresas para fazer o processo seletivo, algo tem aí. Assim, retomei um antigo projeto que tinha sido engavetado depois que fui para a Índia: reinventar o negócio da família, uma cafeteria. Para mim vender café por vender café não fazia sentido, mas quando comecei a repensar a marca, a missão, a visão e os valores um mundo de possibilidades se abriu. Eis que surge a Ekoa Café, um espaço para nutrir relações.
Empreendi essa empresa por 7 anos, conheci muita gente interessante, mergulhei em processos, criei raízes mesmo, mas tão profundas que depois desse tempo todo começou a me sufocar. Comecei a me questionar novamente. 6 anos antes eu tinha feito um processo de Coaching que me levou a descobrir que a minha vocação era trabalhar com o desenvolvimento de pessoas, mas esse plano ficou em stand by para eu dar vida à Ekoa. Depois de 5 anos focada na cafeteria comecei a fazer uma formação em Coaching, fui atendendo, formando grupos e me apaixonei, enquanto a Ekoa ficou em 2o plano. Bem nesse momento, uma ação que eu tinha criado no começo da Ekoa, o Café Compartilhado, começou a ganhar uma dimensão nacional, dei entrevistas para diversas redes de televisão, revistas reconhecidas, sites e bate aquela dúvida: agora que está no auge, vou vendê-la? Mas não me prendi a isso e fiz a quinta e mais importante pergunta: O que realmente me move e faz meu coração vibrar? Trabalhar com a facilitação do processo de desenvolvimento de pessoas é, sem dúvida, o meu chamado!
Agora estou nesse caminho que tenho muita honra em seguir, mas nunca me esqueço de agradecer por todos os questionamentos que fiz ao longo desse tempo. Outros irão surgir, mas seguindo a linha desses 5 tenho certeza que não irei me perder.
E pra você, faz sentido?
Me escreva contando: contato@marisabussacos.com.br
Development Coordinator na Unilever
8 aOlha isso Katy Gama!