O assessor de imprensa não é o inimigo
Desde que troquei as redações pela assessoria de imprensa passei a ponderar mais sobre essa função e, especialmente, as relações entre jornalistas de redações e jornalistas de assessorias.
A partir disso tornei-me um leitor mais atento do material publicado sobre o assunto e o que tenho visto me chama atenção, principalmente, pelo fato de ver que em alguns mercados ainda persiste a ideia de que jornalistas são aqueles que trabalham nas redações, enquanto os outros são “apenas” assessores de alguém ou de alguma empresa.
Classificar e tratar assessores de imprensa como jornalistas de segunda classe é, no mínimo, uma grande injustiça e estabelecer a existência de um campo de batalha imaginário no qual as redações estão em uma trincheira e as assessorias em outra, então, soa como uma grande estupidez profissional.
A própria nomenclatura da função – assessor de imprensa - é capaz de explicar a real finalidade destes profissionais: “assessor: aquele que dá assistência a outrem, assistente (Dicionário Larrousse Cultural)”. Ou seja, o assessor de imprensa é quem auxilia, ajuda a imprensa e não um adversário decidido a se infiltrar nas linhas inimigas disposto a conquistar qualquer centímetro ou segundo de divulgação a qualquer preço.
A partir dessa definição - e das experiências acumuladas nos últimos anos – me obrigo a concluir que o problema está no fato de muitos jornalistas de redação não saberem se relacionar com as assessorias e, o pior, de que ainda existe no mercado um ultrapassado preconceito com relação aos assessores de imprensa.
De toda forma me arrisco, aqui, a enumerar algumas observações que acredito podem pelo menos suscitar a discussão sobre isso:
1) Todos somos jornalistas, seja na redação ou na assessoria;
2) Ter responsabilidade com a informação divulgada é obrigação de todo o jornalista, seja assessor ou não;
3) Checar todas as informações a serem divulgadas é inerente à profissão e isso deve ser feito não importa se você trabalha na redação ou na assessoria;
4) O release não é propaganda disfarçada, mas um texto jornalístico que não foi feito na redação;
5) Assessores não se ofendem quando os colegas de redação ligam para esclarecer detalhes ou informações dos releases, pois servem exatamente para isso: auxiliar, ajudar;
6) O assessor não é um obstáculo a atuação dos jornalistas de redação, muito pelo contrário, é um facilitador, o cara que irá aproximar a fonte e os interessados na informação;
Por hora é isso, se alguém quiser engrossar o caldo dessa discussão, sinta-se à vontade!