O CAMINHO
Um país que produziu João Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Paulo Leminsk, Elis Regina, Tim Maia, Tom Jobim, Manoel de Barros, Garrincha, Cascatinha e Inhana, João Gilberto, Chico Buarque de Holanda, Nilton Nascimento, Paulinho da Viola, Pixinguinha, Geraldo Vandré, Clara Nunes, Belchior, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Paulo Freire, Jorge Amado, Dorival Caymmi, Cora Coralina, Lima Barreto, Vinícius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Heitor Villa-Lobos, Milton Santos, Florestan Fernandes, Sebastião Salgado, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Raul Seixas, Thiago de Mello, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Martinho da Vila, Adoniran Barbosa, Hermeto Pascoal e tantos outros artistas geniais de eterna sensibilidade e amor, com certeza não vai sucumbir no ódio e no desamor. Não tem direito de sucumbir.
As vezes bate uma certa tristeza, uma certa angustia mesmo, uma certa insegurança e vem a pergunta, por que as pessoas hoje ficam do lado oposto a beleza?! Por que, mesmo tendo opção, não escolhe a beleza?!
Mas apesar de tudo isso ou por isso mesmo, acredito, que defender o poder, a potência da arte, da beleza, pode nos salvar, nos livrar do precipício, nos manter humanizados, apesar de tudo o que vem ocorrendo na frente de nossos olhos.
Será que seria ingênuo de nossa parte acreditar nisso diante de tudo que estamos vivendo, vendo e ouvindo. Tudo aparentemente sem saída, sem perspectivas de respeito, de humanização, onde o ódio, o rancor, a discriminação predomina. Acredito que não, temos que acreditar, temos uma história, não podemos perder nossa fé num país melhor, humanizado, amoroso, solidário, feliz. Não temos outra alternativa.
É preciso acreditar na experiência artística. A arte pode nos salvar. Acreditar na intuição, na empatia, na imaginação, no belo, desvelar o que pressentimos, fazer o desvelamento de tudo, desocultamento, mostrar-se, o que pressentimos, ir buscar energia no nosso passado, naquilo de bom, de belo, que já vivemos, para nos ajudar a fazer esta travessia tão difícil. Quem sabe viver uma utopia.
A empatia devia ser a essência da política. Política que atravessa tudo. Deveria ser amorosa, não o ódio, o preconceito, a desumanização, mas o amor, a felicidade, a alegria, o bem comum, deveria ser sua essência, o motivo de existir, sem o qual não faz nenhum sentido.
Acredito que há falta de arte, de amor, de emoção, de sensibilidade, de empatia, na vida de quem se apoia no ódio, de quem se apoia no preconceito, na discriminação do outro.
A rotina capitalista achata a nossa rotina, o nosso dia a dia e nos leva a uma competição entre nós mesmos, que nos destrói mutuamente, nos desumaniza, tira nossa verdadeira essência humana, de ser coletivo, solidário, amoroso, da paz, nos leva a um moralismo perverso, vazio, mesquinho, individualista, que tira de nós a chance de redenção, extingue o caminho da liberdade, do humanismo, do amor, da alegria, do coletivo, de ser amoroso que somos. Precisamos fugir desde círculo desumano, negativo, que leva ao rancor e a o ódio. Sairmos dele é responsabilidade de todos. Precisamos beber água limpa na fonte. Temos onde buscar. Está a disposição.
Só há um caminho, uma saída, é o amor a beleza em todas as suas formas e jeitos. É só deixar a nossa imaginação correr livre, é só inscrever a arte em nossa vida, é permitir a vivência saudável afetiva sem limites, viver a experiência do belo, o amor a beleza, ao esteticamente belo, viver esta experiência.
Quem sabe surgirá desta experiência, desta atitude, pessoas mais humanas, de espírito livre, que ama a liberdade, ama o outro, sensíveis a beleza do diferente, que sabe surge dai um país melhor.
Caminho
Que nos traz um passado distante
Que nos projeta um futuro que já começou
Que nos faz andar por um presente de vida inquietante
Caminho
Que é movimento constante
Que não se repete
Que é sempre outro
Sempre novo
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Que é feito no caminhar
Caminho
Que se revela, se desvela
Aquilo que se pré-sente
Que vem de longe
O eu que é permanente
Identidade vivida
Que traz de todos os tempos
Identidade minha, de um país
Que se constrói
No tempo
No caminho
Na arte