O EMPREENDEDORISMO FEMININO COMO FENÔMENO MARCANTE DA ECONOMIA MODERNA
Sem diversidade racial, cultural e de gênero, não há inovação ou progresso.
As mulheres não são minoria, constituem 50% da população e, portanto, metade do seu potencial. Embora seu papel na força de trabalho tenha evoluído nas últimas décadas, não se trata mais apenas de quebrar tetos de vidro e ocupar cargos de liderança em grandes corporações - o empreendedorismo feminino também é necessário para fazer progresso na sociedade.
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), quase 130 milhões de mulheres dirigem empresas consolidadas. Por trás deste número, escondem-se inúmeras histórias de mulheres que, graças à sua determinação, conseguem sustentar suas famílias e, ao mesmo tempo, contribuir para a prosperidade de seu entorno.
No Brasil são quase 52 milhões de pessoas à frente do próprio negócio, conforme os dados do GEM com apoio do Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional, Sebrae e Universidade Federal do Paraná. Segundo um relatório produzido pela MindMiners, 59% dos empreendedores brasileiros são homens, e 41% são mulheres.
Com a pandemia, o número de mulheres que se aventuraram no empreendedorismo cresceu cerca de 40% no Brasil. E de acordo com dados oficiais, a partir da segunda década do século 21, três em cada quatro lares brasileiros são chefiados por mulheres. O aumento do poder de compra das mulheres leva diretamente a economias locais mais fortes, porque elas investem uma porcentagem maior de sua renda do que os homens em suas próprias comunidades. A maior parte do dinheiro que ganham vai para o bem-estar da família.
Frequentemente, as mulheres são empreendedoras por necessidade, e não por oportunidade, vocação ou objetivos.
Movimentação individual, estrutura familiar, educação, demografia, desemprego e ambientes sociais e econômicos são os principais fatores que influenciam as mulheres.
Esses fatores são os principais determinantes das diferenças entre mulheres e homens quanto à percepção de risco no processo empreendedor. As mulheres empresárias enfrentam vários obstáculos ao longo do ciclo de vida de seus negócios: a ausência de possibilidades de benchmarking, a falta de fontes de financiamento, de capital financeiro e social, de experiência, tempo, discriminação de gênero, estereótipos atitudes, questões domésticas.
Começar um negócio é uma aventura complexa.
Mulheres e homens não fazem negócios da mesma forma, o que tem consequências práticas em suas chances de sucesso. Isso afeta a dinâmica do empreendedorismo feminino.
Uma pesquisa conduzida com 840 empresários europeus entre abril e junho de 2021 realizada em parceria com IFJ (Suíça), Formalizi (França), UCM (Bélgica) e Hub.Brussels (Bélgica) mostra diferenças significativas no empreendedorismo masculino e feminino. Embora esperava-se que as motivações para abrir um negócio fossem diferentes entre homens e mulheres, o estudo revelou que as diferenças são mais profundas. Elas afetam tanto a estrutura da atividade empresarial quanto a personalidade.
Além da falta de confiança das mulheres em relação aos homens, o empreendedorismo feminino apresenta características que podem reduzir as chances de sucesso das empresas criadas.
Para começar, a atividade preparatória número um para o empreendedorismo das mulheres é o treinamento específico (61,7% contra 54,2%). A sua criação de negócio é menos oportunista, visto que apenas 20,1% delas declaram ter identificado uma oportunidade no mercado (contra 32,7% dos homens).
Homens e mulheres não se preparam para o lançamento de seus negócios da mesma forma. As mulheres buscam mais a formação específica, os homens procuram potenciais clientes e escrevem um plano de negócios.
As mulheres empresárias têm menos experiência do que os homens. Eles consideram que são mais empreendedores e se vem com muito mais confiança no futuro do que as mulheres. Elas são mais propensas a serem empreendedoras solo e a se associar menos do que os homens; apenas 1 mulher em cada 20 tem uma primeira experiência empresarial (em comparação com 1 homem em 5).
Esses fatores se somam e podem ser vistos, no final, como obstáculos ao empreendedorismo feminino.
Mas por que tantas mulheres estão abrindo negócios?
Segundo matéria da Forbes, as mulheres estão favorecendo o empreendedorismo em vez de subir na escada corporativa para:
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Ter mais flexibilidade
A realidade é que as mulheres ainda são as principais cuidadoras, quer estejamos falando sobre filhos ou pais idosos. Uma pesquisa revelou que cerca de 74% das mulheres disseram que flexibilidade é mais importante do que ganhar mais dinheiro. Ser seu próprio patrão geralmente permite mais liberdade do que trabalhar para outra pessoa.
Cobrar o que elas valem
Infelizmente, as disparidades salariais entre homens e mulheres permaneceram relativamente estáveis nos últimos 15 anos. Se você é o patrão, está em uma posição única para definir seus próprios valores e cobrar o que vale.
Ter mais controle sobre o seu futuro
A crença de que trabalhar para uma empresa oferece mais estabilidade é um mito. Muitas mulheres passaram por demissões, reestruturações, reorganizações, aquisições e afins em algum momento de sua vida corporativa. Trabalhar por conta própria significa que você está no controle sobre suas atividades de negócios, com quem trabalha, incluindo clientes e parceiros de negócios.
Avançar mais rapidamente na carreira
Mais mulheres estão abrindo negócios para escapar do teto de vidro. Estudos mostram que as diferenças nas taxas de promoção não se devem ao comportamento das mulheres, mas à forma como são tratadas. Os pesquisadores dizem que levará mais de um século para atingir a paridade de gênero na diretoria. Não é de surpreender que as mulheres estejam se voltando para o empreendedorismo para progredir mais rapidamente em suas carreiras.
Seguir sua paixão
Começar um negócio permite que você encontre um significado e permite que você deixe um legado do qual você possa se orgulhar. Para ser realmente bem-sucedido, você precisa encontrar um trabalho pelo qual seja apaixonado.
Se seu trabalho corporativo parece sufocante e insatisfatório, talvez seja finalmente hora de considerar ser sua própria patroa. Afinal, é melhor falhar em algo que você ama do que ter sucesso em algo que você não se importa.
A jornada empreendedora é repleta de dificuldades, mas com apoio correto, tudo se torna possível.
Uma das prioridades é garantir que as mulheres tenham acesso a ferramentas que promovam a criação de negócios e a longevidade, como o fortalecimento de uma rede de contatos, a alavancagem de redes de mentores, acesso a crédito.
Tenho acompanhado iniciativas incríveis para apoiar mulheres empreendedoras, ajudando-as a atingir seu pleno potencial, como o programa EY Entrepreneurial Winning Women™ onde tenho a honra de ser uma das conselheiras. A EY acredita que as mulheres têm um papel vital a desempenhar no crescimento e na transformação dos mercados mundiais. Por isso desenvolve no Brasil e no exterior várias atividades para reconhecer, celebrar, apoiar e inspirar empresárias que lideram a expansão e a transformação de suas organizações.
Não há dúvida de que o empreendedorismo feminino é um dos fenômenos marcantes da economia moderna.
Esse número crescente de mulheres participando de atividades empreendedoras reflete a transformação nos campos econômico e social. Você pode participar deste movimento evolutivo, é só escolher como quer apoiar!
Tania Moura
Conselheira, Mentora e Consultora em Gente & Gestão
Artigo originalmente publicado na Revista Capital Econômico - Edição Especial Nov/21
CEO Espaçolaser | Presidente do IBEF-SP
2 aTania Moura u rock 👊
Conselheira Certificada | Consultora | Mentora | Palestrante
2 aMuito bom o artigo Tania. Parabéns. Fiz um papo c a Ana Fontes outro dia e discutimos vários destes pontos. Mulheres empreendedoras são valentes, porretas e incríveis.
Gerente Regional de Vendas || Líder em Estratégia Comercial e Desenvolvimento de Equipes || Especialista em Varejo e Serviços Financeiros no Nordeste || Mentora
2 a👏🏼👏🏼👏🏼
Recrutamento e colocação secretarial para alta gestão. Mentoring para recolocação e aperfeiçoamento profissional e pessoal para secretarias. Palestras motivacionais e inspiracionais.
2 aEu fui empreendedora em 1974 quando deixei de trabalhar como secretária executiva e montei meu próprio negócio, Great Start! Eu chamava de escritórios temporarios com toda infraestrutura de apoio multilíngue, telex, xerox, máquinas elétricas IBM etc e que hoje chamariam de coworking! Tenho uma palestra muito interessante mostrando como uma ex-secretária se tornou empresária nos anos 70 e teve grande sucesso !conto o que enfrentei e como consegui!!
Operações Recursos Humanos, Remuneração e Beneficios
2 aAmei este artigo... quando tiver um tempo, vamos marcar um café?