O Gerente Morreu. E agora?
Confesso que é meio esquisito pra mim escrever sobre isso. Logo eu que sou um, mas preciso ser honesto comigo mesmo e ver que esse é um resultado de alguns dos meus estudos e de fatos recentes.
Acho que é algo cada vez mais real e sem volta. E vos digo por quê.
Se olharmos tudo que está acontecendo à nossa volta (automação das coisas, inteligência artificial, ferramentas e mais ferramentas, estímulo ao estudo criativo e não repetitivo etc.), acho que tudo nos leva a crer que teremos cada vez mais pessoas não querendo ser “gerenciadas”. E não só por isso.
Vivemos uma linda era de colaboração, integração, união, na qual este papel, que para muitos surge como de chato (mas em alguns lugares ainda é fundamental), começa a ser bastante questionado.
Quando vemos alguns dos novos modelos de gestão que estão surgindo (gosto muito do modelo de holocracia), vemos que cada vez mais estamos achatando a hierarquia para dar poder às pessoas. Então, pense: se estamos fazendo isso, por que precisamos dos gerentes? Por que precisamos de alguém nos dizendo para onde ir, se eu já o sei? Por que as pessoas não se organizam e colaborativamente fazem suas entregas?
Claro, existem pessoas, times e empresas que não estão prontos. Existe lugar que, se você fizer isso, o projeto perde o rumo e fica solto. Mas acho que tem coisa aí. E boa, por sinal.
Acho que o tesão de colocar um job, projeto, campanha, produto, o que for, na rua deve ser de todos, e não somente de uma pessoa que lidera aquilo. Se todos estiverem na mesma “vibe”, com certeza esse cara não teria muito o que gerenciar, mas talvez facilitar a vida tirando os obstáculos (conhece a definição de Scrum Master? Google aí!).
Mas acho que vai além. Acho que viraremos facilitadores. Viraremos um suporte, e não mais parte integrante. O time vem pra frente (sobe), e aquele que antes era o líder incontestável vira um suporte totalmente neutro, apenas ajudando no caminho a ser percorrido.
Para saber mais sobre esse conceito, achei um link que fala de forma bem direta de como é o comportamento e o papel, e escolhi para ilustrar uma frase que representa bem o papel:
“ Convém destacar que o facilitador não é nem o líder nem o chefe do grupo, mas sim o responsável na direção do processo, para que todos os participantes se enfoquem nos objetivos. É importante que o facilitador se mantenha neutro ao longo dos debates."
Claro, existem diversos tipos de gestores. Mas uma coisa é clara, evidente e necessária: precisamos diminuir as distâncias e gargalos.
Por que o criativo não fala direto com o cliente para defender o layout? Por que o supervisor não pode defender aquele relatório que ele mesmo fez? Por que não deixar essas pessoas assumirem o bônus (mas também o ônus) de tudo o que se faz?
Ser um facilitador no lugar de gestor, acredito eu, ajuda no crescimento das pessoas, diminui as distâncias, deixa as coisas mais transparentes e faz com que as verdades apareçam.
Não temos muitos Facilitadores no mercado, mas acredito muito que esse cenário mude com o avanço das tecnologias e, principalmente, por estarmos sendo forçados a mudar nosso mindset por uma geração que não aceita mais o top down.
Já pensou?