O Indivíduo Além do Coletivo
Temos atravessado um período conturbado em que a intolerância, o medo e a inveja têm causado tanto sofrimento ao Homem que se torna necessário repensar os motivos que levam o ser humano a trilhar os caminhos que nutrem o seu próprio sofrimento e o do próximo.
No últimos 2000 anos, vivemos um período em que o coletivismo preponderou, com o indivíduo ficando em segundo plano; ele estava sob o jugo de uma força maior. Essa atitude serviu como uma grande alavanca para proporcionar à humanidade uma ponte que realizasse a reconexão de suas necessidades interiores com as forças divinas.Nesse sentido, essa visão nos serviu bem nos últimos dois mil anos.
Contudo, essa era se desgastou, e o coletivismo tornou-se a via através da qual a intolerância religiosa faz mais vítimas, pois cada um dos grupos cedeu a sua individualidade em prol das guerras que seus líderes travam em nome da “verdade” e de “Deus”.
A visão coletivista teve o seu auge com os pensamentos materialistas e políticos da década de 60, no século XX. O indivíduo, como ser único e possuidor da sua própria liberdade, era visto de forma pejorativa e negativa. Entretanto, na nova era, essa visão está sofrendo uma grande transformação e um revés interessante.
O indivíduo voltou ao centro da discussão, e as verdades coletivas, assim como todas as suas grandes instituições, foram colocadas em xeque. A nova transformação nos paradigmas espirituais implica, necessariamente, numa revisão do individualismo como uma porta para a criação de uma nova era. Essa revisão passa pela percepção da natureza divina interior de cada ser vivo em nosso planeta.
Na atualidade, o indivíduo irá se tornar o centro das buscas espirituais. A percepção dos seus infinitos potenciais interiores será a chave para se vencer a intolerância, em seus mais variados níveis. Perceberemos que não precisamos atacar tampouco roubar o que existe no “outro”.
Afinal, tudo o que vemos do lado de “lá” também está dentro de nós. Ao ampliarmos essa visão, também compreenderemos que todos nós, sem exceção, temos um potencial infinito, e que esse potencial nos torna fraternalmente semelhantes.
Individualmente iremos desejar um desejo de ser além, de não acercar-se de verdades ditas por outros, de não se deixar arrebatar, pelo fantástico show de falsos deuses. Se não compreendemos algo, saberemos que aquilo não significa que as luzes do show sejam A Verdade.
Com estudo, disciplina e força de vontade, podemos ser pequenos deuses de nossas vidas, verdadeiros Deuses de nossa criação, e se chegar a esse momento saberemos calar, pois o gado não gosta, a manada nos mata, pisoteando com força de vontade.
Tudo o que possuímos está presente em toda a humanidade, e aqui se incluem nossas verdades e visões de Deus. Dessa forma, podemos afirmar que o grande mal (suposto e propalado como egoísmo) do século XX, o individualismo, será a grande ferramenta evolutiva do ser humano, ela será a chave para acordar a semente divina em cada um de nós, pois ela é individual e não se pode mais mantê-la calada, a manada, não pode mais destruí-la e tampouco silenciá-la.
"A menor minoria possível é o indíviduo e a mais desprotegida de todas, pois não há cota ou amparo para os que resolvem ser indivíduos. Serem únicos!"