O Luto: a dor que precisa ser vivenciada.

Apesar de termos consciência que perdas ocorrem na vida de toda pessoa, ninguém espera receber aquela notícia que cai como uma bomba em nossas cabeças. A morte ainda hoje é um tema considerado um tabu em nossa sociedade. Nossos avós evitavam dizer a palavra “morte” para não a atrair.

Quando falamos no luto, logo imaginamos a perda de um ente querido. Contudo, entendo que o luto pode representar o nosso rompimento (na maioria das vezes sem nossa vontade) com algo que nos proporciona alegria ou segurança e que nos condiciona a viver e agir em função daquilo. Podemos ficar de luto quando perdemos o emprego, quando terminamos um relacionamento ou quando se vai um animalzinho de estimação. E a tristeza resultante deste rompimento é dilacerante, a ponto de indivíduos recorrerem erroneamente a calmantes ou antidepressivos a fim de diminuir a dor. Neste momento, o melhor a se fazer é não esconder os sentimentos. Se preciso, procure a ajuda profissional sem precisar envergonhar-se. Ninguém no mundo está tão inserido em seu sofrimento para julgar sua tristeza. O chamado “Preciso ser Forte” serve unicamente para reprimir seu sentimento de dor, o que pode contribuir para que você o carregue por toda a vida.

Chore, fale, se expresse. Conversar, contar como está se sentindo pela perda, revelar seus medos, relembrar os bons momentos vivenciados faz com que você passe satisfatoriamente pelas fases do luto e atinja a aceitação por aquela perda (eu, como psicólogo cognitivo comportamental, peço licença a meus amigos psicanalíticos para tal afirmação). Tão logo, a tristeza e a dor serão substituídas pelas boas lembranças e você será eternamente grato(a) àquela pessoa ter feito parte de sua vida e contribuir para lhe tornar uma pessoa melhor. 

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