O MEJ salva "um bebê por hora"​- um grito para a inovação

O MEJ salva "um bebê por hora"- um grito para a inovação

O último mês foi muito intenso por dois motivos: aprendizado e conexão. E mais uma vez o Movimento Empresa Júnior (MEJ) me fascinou com seu potencial. Em Agosto aconteceu em Ouro Preto - MG o maior Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ) da história, com mais de 5 mil pessoas para falar sobre o nosso futuro. E nesse artigo vou explorar algumas reflexões que tive após essas experiências.

Mas nesse momento a pergunta que não sai da sua cabeça é: Como o MEJ pode salvar "um bebê por hora"? Calma, tudo tem explicação.

Vou começar pelo começo, o primeiro motivo: agosto foi um mês muito especial, não me lembro de ter aprendido tanta coisa em tão pouco tempo. Participar de uma mentoria na ACE Startups foi diferente de tudo que já tinha feito até aqui (já deixo meus sinceros agradecimentos a toda equipe e em especial o Andrei Golfeto e ao Henrick Santana). Aprendi que podemos fazer mais e mais rápido, mas o principal foi colocar em check tudo que entendia de gestão de processos e projetos.

O segundo motivo foi o ENEJ! Bom, não vou ficar descrevendo como o evento foi inesquecível e transformador - a dica que fica VOCÊ TEM QUE VER PARA CRER - vou ser mais objetivo aqui e dizer os dois momentos de alto impacto que vivenciei:

1. FECHAR O BRASIL

Um sonho de muitos dentro do MEJ foi conquistado no ENEJ 18, onde conseguimos confederar à Brasil Júnior todas as 27 unidades federativas do país. Não consigo descrever o suor do trabalho de todos aqueles que contribuíram para isso, mas me lembro de ficar sem voz por comemorar o passo que estávamos dando na história.

Eu sou um apaixonado pelo MEJ, pois sou fruto do potencial de transformação desse movimento. Aqueles que conhecem minha trajetória sabem que devo todas as minhas conquistas ao trabalho realizado aqui dentro. Temos um potencial muito grande dentro de nós, e o MEJ é um ambiente favorável para o despertar disso.

O nosso papel enquanto liderança ficou ainda maior, temos que reafirmar todos os nossos valores e crescer de forma a causar ainda mais impacto em nosso país.


2. CASE DE SUCESSO - POLI JÚNIOR

Durante as apresentações de case de sucesso a Poli Júnior foi um momento a parte, pura inspiração para todos nós. Apresentaram um projeto de desenvolveram para um grande hospital de São Paulo, o projeto chamado Pessário (pessário é um dispositivo médico inserido na vagina, quer para proporcionar suporte estrutural, quer como método de administração de medicamentos). Não vou entrar em detalhes técnicos que fogem da minha capacidade, mas vou direto aos resultados: criaram um modelo inovador para esse aparelho e que teria potencial de salvar milhares de bebês.

Momento marcante quando 5 mil pessoas reconheciam aplaudindo de pé o resultado conquistado pelo time da Poli Júnior e gritavam: "um bebê por hora"!

Diante desse momentos extraordinários, comecei a me questionar como poderíamos fazer ainda mais pelo Brasil, como uma Empresa Júnior poderia se desafiar o suficiente a impactar tanto quanto o desenvolvimento de um novo Pessário? Pensei comigo, ótimo estamos no Brasil todo, mas como vamos ser ainda maiores e impactar mais?

INOVAÇÃO!

Acredito que nossas Empresas Juniores possuem uma oportunidade muito grande para inovar, levando novamente para dentro das nossas Instituições de Ensino Superior o verdadeiro valor que o ensino merece. Respondendo ao mercado coisas novas e ditando as futuras tendências de diversas áreas: engenharia, saúde, economia, tecnologia e etc.

Assim, vou tentar compartilhar algumas coisas que aprendi sobre inovação e como eu enxergo que elas poderiam ser aplicadas dentro de nossas Empresas Juniores.


1. EXPLORAÇÃO X APROVEITAMENTO

Uma Empresa Júnior (EJ) pode se beneficiar muito se entender a diferença entre exploração de mercado e aproveitamento de mercado. Quando estamos iniciando nossas atividades e estamos validando nosso modelo de negócio, identificando segmentos de mercado e clientes com o foco na execução de consultorias - essa fase conhecemos como exploração.

Com o amadurecimento do time a da empresa temos um momento onde os esforços estão concentrados na eficiência e consolidação dos serviços e produtos. Nesse momento estamos na fase de aproveitamento.

O desafio de grande parte das EJ é manter ano após ano a empresa em um cenário promissor e de crescimento. Independentemente do tamanho, sucesso ou estabilidade da empresa, um questionamento não pode parar de ser feito: como podemos aproveitar os ativos e competências existentes quando nos tornamos mais eficientes E financiar uma exploração suficiente para não nos tornamos irrelevantes nas mudanças dos mercados e das tecnologias?

Percebam que destaquei o "E", pois no MEJ sempre falamos da genialidade de olhar para as oportunidades de forma aditiva, nesse caso aproveitar o mercado no qual somos bons é uma ótima prática, mas somar com a exploração de novos negócios é o grande avanço.

O insight aqui é que podemos utilizar as ações de exploração e aproveitamento de maneira cíclica e até como forma de encontrar novos negócios de maneira consistente. Precisamos acompanhar a forma acelerado na qual o mercado hoje se transforma, não estou falando aqui da criação de um "novo facebook", mas de ter atitude e coragem para inovar em nosso mercado, explorando novas fontes e recursos e aproveitando novos negócios.


2. HORIZONTES DE CRESCIMENTO

Uma EJ pode ter grandes resultados se souber analisar EBOs (Emerging Business Opportunity) dentro de sua área de atuação. Existem diversas oportunidades de negócios emergentes surgindo no mercado, e saber como trabalhar isso dentro da equipe pode auxiliar no crescimento de desempenho e resultados.

Na imagem abaixo temos a evolução de uma organização dentro de horizontes de crescimento diferentes:

Em H1 temos os negócios principais que são os atuais produtos e serviços de uma EJ dentro de um mercado validado. O H2 são os negócios de crescimento que exigem um esforço maior na prospecção, com propostas mais robustas e que geralmente são personalizadas demais. E por fim, o H3 são os negócios exploratórios que normalmente precisam de uma validação de novos conceitos de negócios por meio de propostas pilotos com clientes em potencial. Nessa última fase precisamos priorizar a aprendizagem e interação entre benefícios e novos projetos a fim de maximizar a adesão pelo mercado.

Essa cultura de atuar nos 3 tipos de horizontes proporcionaria mais aprendizagem para os membros, maiores desafios e aumento no potencial de resultados. O grande desafio aqui é o gerenciamento das ações e equipes para que não se desfoquem durante os períodos de poucos resultados, além de ser fundamental no período de cogestão para que o conhecimento e aprendizagem com os novos negócios não sejam perdidos.


3. INOVAÇÃO DISRUPTIVA

Clay Christensen é um professor da Harvard Business School que caracteriza "tecnologia disruptiva" e "inovações disruptivas" como aquelas que criam mercados pela introdução de novos produtos ou serviços que atraem um novo grupo de cliente, ele é autor do livro - O dilema da inovação.

As EJs precisam inovar - essa é uma afirmação clássica e batida. Pensando nisso, coloco esse tópico para falarmos das 3 formas distintas de inovação. A primeira, e mais comum é a inovação incremental, na qual produtos e serviços são feitos de maneira mais rápida, barata ou melhor. Nessa as equipes são avançadas por uma trajetória já conhecida e somam competências já existentes.

A segunda forma de inovação pode ocorrer por meio de mudanças grandes e descontínuas, nas quais as melhorias são feitas a partir de um avanço tecnológico destruidor das características atuais. Essas inovações geralmente exigem uma base de conhecimento diferente, o que estimula o desenvolvimento dos membros com novos desafios.

A terceira e última forma são as inovações arquitetônicas que não necessariamente se baseiam em avanços tecnológicos significativos, mas muitas vezes interrompem ofertas existentes. Essas inovações são consideradas como "disruptivas" pelo professor Christensen. Nesse estágio os resultados costumam ser bem incertos, pois lidam com novos clientes, novos mercados e pode faltar percepção quanto a comportamento de compra.

Assim como os horizontes de negócios as inovações quanto mais ambiciosas em desempenho mais incertezas podemos ter com seus resultados.

Mas como que uma Empresa Júnior pode trabalhar com essas oportunidades? Bom, acredito que cada um em seu mercado e dia a dia já deve ter passado por alguma oferta que parecia arriscada demais para investir tempo ou até mesmo dinheiro. Não estou dizendo que uma empresa júnior deve sempre mudar seu portfólio de serviços, a reflexão que trago nesse ponto é que podemos fazer mais e melhores projetos levando coisas novas para o mercado e para nossos clientes. Fazer uma entrega diferente da outra não apenas em resultado, mas em benefício também.

Para uma EJ o que fica de aprendizagem é que se enfrentarmos os medos de inovar e corrermos o risco podemos gerar ainda mais impacto no mercado. Acompanhar a evolução tecnológica e a volatilidade do mercado requer atitudes corajosas de nossos líderes. E para isso trago o meu quarto ponto.


4. LÍDER AMBIDESTRO

O conceito de liderança ambidestra é definido pela combinação de eficiência e criatividade, sendo a capacidade de formar um ambiente empreendedor somado com um trabalho efetivo de atendimento as demandas do mercado.

Segundo esse princípio o líder deve ser capaz de equilibrar os negócios já estabelecidos com iniciativas de inovação. Apesar de reconhecermos que precisamos inovar, dentro de uma EJ somos envolvidos e pressionados pelas exigências do dia a dia e acabamos por não exercer as ações necessárias para sair da zona de conforto.

Simon Sinek diz: "O papel do líder não é fazer o trabalho dos outros, é ajudá-los para que possam fazer sozinho, para que sejam eficientes e tenham sucesso além do que achavam que era possível."

Em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo o papel da liderança não se limita apenas a influenciar as pessoas em direção das metas, mas envolve outras competências, como por exemplo, a habilidade de enxergar novas tendências e oportunidades para a sua empresa. E o líder ambidestro se faz muito importante para a criação de um futuro mais inovador dentro de uma EJ.

Para fechar vão aqui algumas práticas que acredito que podem colaborar com a formação de uma equipe que acredita e compra a briga para inovar dentro da EJ:

  • Envolva sua equipe em uma aspiração estratégica de inovação que seja emocionalmente convincente e abrangente permitindo que todos enxerguem a colaboração disso para o futuro da empresa: utilize reuniões criativas, dinâmicas para encontrar novos mercados e melhorias de processo;
  • Se você é um líder dentro da EJ, saiba escolher explicitamente onde posicionar a tensão entre o aproveitamento e a exploração dos negócios: trabalhe com sua diretoria para levar uma jornada de inovação mais orientada para seu time e construam juntos as ações diárias para conquistar o ambiente inovador dentro da empresa;
  • Coragem para ir na direção dos conflitos e aprenda com as tensões criadas para equilibrar o negócio principal e o de exploração dentro da sua EJ. Mudar gera atrito, saiba ouvir para orientar o time para algo que os ajude a se desenvolverem e para que "o novo" tenha significado e justifique o esforço para conquistá-lo;
  • Organize o tempo para discutir e adaptar práticas de tomada de decisão para negócios de aproveitamento e exploração: sejam pragmáticos nos processos e eficientes nas ações;
  • Cuidado com o estímulo de inovar por inovar: a proposta de inovação precisar ser propositiva e coerente com um futuro de crescimento da empresa. Saiba utilizar das oportunidades de novos negócios em momentos certos e certifique que o time esteja alinhado com essa cultura.

Para mim, o desafio do MEJ na inovação é olhar para além dos atuais horizontes, atuar de maneira mais próxima com a pesquisa realizada dentro de nossas IES e ser um canal que entrega na prática para o mercado o que é desenvolvido dentro dos laboratórios e sala de aula, isso pode ser um diferencial em futuro próximo. Prefiro acreditar que o futuro do MEJ não é ser mais parecido com uma empresa do mercado sênior, mas sim ser uma interface que lidera as tendências e articula a comunicação entre as pesquisas e as empresas, sendo referência com um empreendedorismo inovador no Brasil.

O MEJ inovador já acontece como no caso da Poli Júnior, o nosso papel é difundir e encorajar nossas lideranças para que mais Cases de Sucessos sejam apresentados para o nosso Brasil. Como nós aprendemos no ENEJ: não fazemos parte do Movimento Empresa Júnior, nós somos o Movimento Empresa Júnior!

E eu me proponho a ser a inovação desse legado, a ser escritor e protagonista desse futuro. E você, o que tem feito diferente dentro da sua EJ? O que você tem feito hoje para melhorar a vivência empresarial do seu time? O que você tem feito para gerar ainda mais benefícios para seus clientes? O que você tem feito para inovar dentro do seu mercado? O que você tem feito para transformar o Brasil?

Sensacional 💚💛

Lavínia Pedrosa

Analista de Marketing | Go-to-market | Marketing de produto | Pesquisas com usuários | Marketing Digital | Eventos

6 a

Muito bom!!

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