O mentor dentro de nós

No ano de 2012, a organização para a qual eu trabalhava percebeu a importância de investir ainda mais em seus jovens talentos. Apesar do rigor na seleção dos mesmos e de um programa de treinamento meticuloso e assertivo com relação às áreas que cada jovem talento iria se desenvolver entendeu que seria necessário fomentar de alguma forma uma característica pessoal e única em cada um deles e que, num processo natural, só viria através da experiência.

Foi então decidido implementar um programa de “Mentoria”.

Para colocar o programa em andamento era preciso os Mentorados, o Processo e os Mentores. Quanto aos Mentorados, além dos jovens talentos foram escolhidos profissionais, que já atuavam na empresa há algum tempo, e que demonstravam grande potencial de crescimento, mas que seria uma grande oportunidade minimizar alguns pequenos gaps e assim fazer com que deslanchassem em suas carreiras...

Os Mentores foram escolhidos dentro da organização, por suas características, experiência e conhecimento do negócio. E eu tive a grata satisfação de fazer parte daquele grupo, no qual recebemos um pequeno treinamento sobre o processo de “Mentoring”. Além do treinamento procurei mais informações sobre o processo e como poderia implementá-lo da melhor forma.

Por sua vez, os Mentorados foram orientados a escolher o seu Mentor, seguindo a regra de que Mentor e Mentorado não tivessem linha hierárquica direta ou indireta.

Foi muito gratificante e produtivo e hoje entendo que praticamos de fato o Mentoring, pois não tínhamos “fórmulas de sucesso”. Tínhamos, sim, um diálogo muito franco sobre situações que incomodavam de um lado ou de outro e tornavam-se empecilhos nas trilhas daqueles jovens profissionais. A troca de experiências, fossem boas ou não tão boas deram base aos nossos “dilemas” e se mostraram um caminho a ser seguido.

Em 2015, durante a minha própria transição de carreira, fui convidado a dar suporte a executivos que procuravam uma mudança em suas carreiras ou buscavam de fato uma nova colocação. O treinamento que recebi havia sido desenvolvido e já praticado pela empresa que me contratou, com alto grau de sucesso.

Durante o curto período em que permaneci nesta atividade prestando assessoria, um deles conseguiu se recolocar como CEO responsável pela AL, outro ainda estava em dúvidas entre manter negócio próprio ou voltar a atuar no mercado e o terceiro ainda estava no início do processo. Devido a sutileza em entender o que é Coaching e Mentoring, entendo que o que fiz na oportunidade foi na verdade Consultoria em Gestão de Carreira.

Tais experiências solidificaram minha vontade de continuar evoluindo e compartilhando tudo o que vivi em minha vida profissional nos mais de trinta e cinco anos de indústria. Foi o que me motivou a fazer Mestrado e atuar como professor de MBA. Mais recentemente aceitei o convite do PMISP para atuar como Mentor em um Programa de Mentoring de forma voluntária. Lá se foi um ciclo e outro virá agora em 2024.

Todo este contexto me fez entender que, apesar de não haver uma formação “oficial” para Mentor, é necessário buscarmos aprimoramento no que fazemos. Não é justo medir a responsabilidade que temos com o próximo enquanto aplicamos os processos de mentoria.

Após uma pesquisa exaustiva incluindo consulta a profissionais, optei por participar do “Formação em Mentoring Autêntico” do Erlich Desenvolvimento de Pessoas e Organizações.

Concluído o curso me sinto ainda mais preparado para poder dar o meu melhor nos processos de mentoring, sejam formais ou não, contribuindo no crescimento das pessoas e com certeza no meu próprio. Assim devolvo um pouco de tudo que a vida tem me proporcionado.

Te convido mais uma vez a: “#boralaestudar