O Mercado imobiliário depois da pandemia

O Mercado imobiliário depois da pandemia

Um fenômeno trágico, poderoso e inusitado, que se abateu sobre toda a humanidade. E muito além da pandemia em si, transformações comportamentais e tecnológicas estão mexendo com toda a humanidade em proporções e velocidade nunca antes imaginada. Atrás dos novos hábitos ligados a saúde, como isolamento social, proteções por máscaras, assepsia e distanciamento, mercados, comportamentos e modos de consumo vem se transformando. Novos “Modus vivendi”, paradigmas quebrados e um novo olhar para a vida vem se desenhando sem que percebamos a magnitude. Sob esse aspecto atenho-me ao mercado imobiliário, que aliado à construção civil, é um clássico setor que alavanca economias. Sendo assim alguns aspectos são importantes observar: 

 Sob o ponto de vista econômico

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Após um período árido de baixas nas vendas, antes da pandemia o mercado vinha se recuperando, experimentava baixa histórica de juros que chegou a 2% ao ano, e com isso, o mercado imobiliário mostrou-se estimulante. Tanto para a indústria quanto para consumidores. Então veio a pandemia e, como em todos os mercados, tudo foi paralisado diante das às medidas de isolamento social. Uma nova retração aconteceu. Mas o curioso é que em pouco tempo o mercado reagiu mostrando sua pujança, e vem se mostrando um dos setores que melhor reagiu a baixa geral dos mercados. A alta disponibilidade de crédito foi um incentivo para que os consumidores buscassem um imóvel -- segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), 2020 teve um crescimento de 57,5% nos valores financiados em comparação com o ano anterior. Os juros baixos facilitaram o lançamento de empreendimentos ao mesmo tempo em que atraíram compradores e investidores, que viram na aquisição de imóveis ou de fundos imobiliários uma opção com melhor rendimento e segurança do que outras modalidades de aplicação financeira.

 Alteração no perfil da demanda.

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Antes da pandemia o mercado imobiliário vinha mostrando uma tendência de imóveis menores, configurações de estúdios ou quarto e sala, ou Double suítes, para atender a um público urbano ancorado em um estilo de vida Outdoor, mais prático e portanto em busca de imóveis menores com todo um conjunto de comodidades em condomínio, um modo de vida mais prático e descolado para uma vida mais simples, sem abrir mão de conforto e tecnologia.  

Com o advento da pandemia, veio o isolamento social que fez as pessoas experimentarem o confinamento e os tão propagados “Home Offices” se impuseram. Com isso, familiares com interesses diversos dividindo os mesmos espaços acabou por promover a necessidade de mudanças para espaços mais amplos e ambientes variados.  

Assim, por força desse novo cotidiano, muitas categorias profissionais descobriram que podem perfeitamente operar seus trabalhos de forma remota sem a necessidade de estar diariamente em escritórios. Dessa forma uma nova realidade se consolidou. A demanda por imóveis ampliou-se para espaços amplos, e, somada a demanda anterior, veio também o próprio êxodo urbano que mexeu positivamente também com o mercado das regiões serrana e litorânea, ativando também mercados até então regionais e pontuais.  

Meios digitais e aplicativos consolidam a nova realidade

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O que antes vinha sendo vivenciado de forma mais lenta e experimental, assume agora a realidade de ferramental primordial. Com isso a digitalização do mercado imobiliário tornou-se um caminho expresso e sem volta. A utilização dos recursos digitais trouxe ganhos para todas as pontas do setor, seja por meio da geração de leads mais qualificados (contatos de clientes de fato interessados em fazer uma negociação) ou da aceleração das etapas finais do processo de compra e venda, com pagamentos e assinaturas de contratos virtuais.

Um novo profissional

Como diria um velho comercial de absorventes, que dizia “incomodada ficava a sua avó”, “Corretor era a sua avó”. Pelo menos no modelo como até então ainda vem funcionando, o processo de mudança vem sendo radical. Corretores deixam de ser profissionais conhecedores dos imóveis que vendem e formas de pagamento e financiamentos, para assumirem também um papel mais tecnológico. Precisará não só saber manusear aplicativos e mídias sociais para anunciar suas opções, atrair e interagir com potenciais interessados, como precisará de um bom reforço e preparo no aspecto psicológico e comportamental do processo. Deverá interagir e se fazer conquistar pelo potencial cliente comprador. Mais do que vender seus imóveis, precisará vender a si mesmo como o melhor “consultor” ou “coaching imobiliário”, conforme os anseios, necessidades e inseguranças e aspectos subjetivos do perfil de cada cliente, que precisam ser compreendidos para ajudar o seu cliente em seu processo de aquisição. Dessa forma, além de tecnologia, precisará entender também de psicologia, comportamento e uma gama de assuntos variados correlatos a imóveis e o processo de aquisição. Do aspecto financeiro à decoração e o modo de vida de quem vai morar em cada tipo de imóvel. 


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Do ponto de vista do comportamento do consumidor, ainda é cedo para afirmar se as tendências que se fortaleceram durante a pandemia -- de imóveis maiores ou com cômodos mais bem divididos, por exemplo -- serão mantidas. Mas a forma como as empresas irão abraçar o mercado impactará no futuro do segmento imobiliário, desde o modelo totalmente remoto, passando pelos formatos híbrido, ao presencial- que dificilmente voltará a ser total. Vamos acompanhar o que vem acontecendo no mundo onde aos poucos os mercados vem sendo retomados, para ver como a nova realidade se acomodará. Mas uma coisa é certa, como diz na música: "Sei que nada será como antes, amanhã".

 


 

 

 

 

 

 

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