O Metaverso é a bola da vez. Ou será que não? #JotaNoSXSW22

O Metaverso é a bola da vez. Ou será que não? #JotaNoSXSW22

É unânime: o SXSW 2022 está apaixonado pelo MetaVerso e tudo que envolve esse universo tecnológico da Web3, como NFTs e Blockchain. Em nosso primeiro dia de evento aqui em Austin, foi evidente o fascínio por este assunto. Keynotes, pôsteres, salas e mais salas acontecendo ao mesmo tempo, todas relacionadas minimamente (ou completamente) sobre este novo mundo.

Depois do movimento gigantesco de Mark Zuckerberg ao investir bilhões de dólares em seu próprio ambiente virtual - trocando até o nome do Facebook para "Meta" - é compreensível que o maior evento de tecnologia e inovação do planeta estivesse interessado.

Contudo, enquanto os entusiastas e pessoas mais leigas estão empolgadas, alguns especialistas e executivos, principalmente da área de videogames, estão certos de que o Metaverso e suas variantes são um modismo passageiro. 

Admirável (quase) mundo novo

Joost van Dreunen no palco - Foto: Renato Vasques

Joost van Dreunen no palco - Foto: Renato Vasques

A primeira palestra do dia na qual este assunto surgiu foi do Joost van Dreunen, Pesquisador, Entrepreneur e Professor de Videogame Business na Universidade de Nova Iorque. 

A opinião surpreendeu a audiência não só por ir na contramão do senso comum até agora, mas também por fazer bastante sentido: 

"Meu filho de 9 anos brinca e conversa com os amigos todos os dias pelo Roblox. Se isso não é um Metaverso, eu não sei o que é."

Sinceramente, faz bastante sentido. O que é o Metaverso senão um ambiente virtual no qual você interage com outras pessoas? 

"Gamers já faziam há muito tempo em jogos - reunir amigos para jogar algo online. Eu mesmo passava horas conversando com meu amigo no Counter Strike 1.6 nos anos 2000."

O elefante na sala chamado Mark

Reggie Fils-Aimé - Foto: Renato Vasques

Reggie Fils-Aimé - Foto: Renato Vasques

Dando uma olhada nas outras palestras do dia, logo identificamos que o próximo ponto alto do dia seria um Keynote no palco principal do Austin Convention Center: uma conversa com Reggie Fils-Aimé, lendário ex-Presidente de Marketing do braço norte-americano da Nintendo. 

E é claro que a Host, Emilly Chang, não iria perder a chance de perguntar para um dos grandes nomes do mundo dos videogames sobre o Metaverso.

Ainda mais incisivo - e até com um tom bastante crítico para Mark Zuckerberg -, Reggie foi categórico: o Metaverso vendido pelo Facebook não é e nem será tão relevante para o público quanto pensam, já que essas experiências já existem e estão intrínsecas dentro de plataformas já adotadas pelo público. 

"É social, é digital, e tem capacidade de interagir com amigos e pessoas. Acredito que já existam [no mercado] elementos do Metaverso."

Fortnite, GTA V, Animal Crossing, Roblox e até aplicativos sociais de conversa, como o Discord, já trazem essa possibilidade há anos. Então, qual a diferença? O óculos de realidade aumentada?

"A gente precisa de mais mundos?"

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Painel da Hundo.Carreers - Foto: Renato Vasques

Com esse questionamento levantado por grandes nomes da indústria, seguimos para uma das últimas conversas do dia sobre este assunto. 

Esther O’Callaghan, Fundadora da Hundo.Carreers, acompanhada de outros dois convidados, falaram sobre o futuro do trabalho e a tão falada Gen Z

O Hundo se apresenta como um Metaverso para a nova geração aprender as "profissões do futuro" e se preparar para um mercado de 2 bilhões de dólares que surgirá até 2030, com o avanço da Web3. Confesso que, após assistir dois keynotes que batiam bastante no conceito, quis entender a visão "do outro lado". 

Na rodada de perguntas, levantei as questões de Reggie e Joost: o metaverso já existe no mundo dos games há anos. Precisamos de outros universos só porque Zuckerberg disse que eles existem? 

Risos na platéia e nos hosts foram praticamente instantâneos quando disse o nome do fundador do Facebook. A resposta, foi mais encorajadora do que eu esperava.

"Eu sei que, para os gamers, parece que estamos mostrando algo muito óbvio e que eles sempre viveram. Mas o Hundo.Carreers é uma forma de pessoas comuns, como eu - que não era gamer e nem entendia nada de tecnologia - de entrar neste novo universo. Pelo menos é isso que eu acredito."

Controverso ou não, o Metaverso com certeza é a bola da vez aqui em Austin. Resta saber se é uma bolinha de golfe ou de pilates.

Brunno Maceno - Coord. de Conteúdo da Jotacom

Renato Vasques - Sócio e Dir. Criação da Jotacom


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