O Papel do Conselho Consultivo nas Decisões Financeiras

O Papel do Conselho Consultivo nas Decisões Financeiras

Mesmo sem ser um especialista em finanças, como um Conselheiro Consultivo pode desempenhar papel importante no apoio às decisões financeiras de uma organização?

Os membros do conselho não precisam ser especialistas em finanças, mas devem ter a capacidade de questionar e analisar criticamente as estratégias financeiras da organização. Essa habilidade de questionar os dados, os pressupostos e as decisões financeiras são cruciais para garantir que as decisões sejam coerentes e estejam alinhadas com os objetivos de longo prazo da empresa. As decisões financeiras devem estar em sintonia com a visão estratégica da organização, levando em consideração os desafios e oportunidades do mercado, a conjuntura econômica e as necessidades da sociedade.

Para um Conselheiro Consultivo contribuir efetivamente nas decisões financeiras, é essencial adquirir um entendimento básico de finanças. Isso inclui familiarizar-se com conceitos fundamentais como:

  • Orçamento: É um plano financeiro da organização que estabelece as receitas e despesas orçadas para um período específico, que deve ter como direcionador o Planejamento Estratégico e estar alinhado ao Propósito, Missão, Visão e Valores da organização.
  • Investimentos: É o plano de investimentos da organização para as decisões estratégicas, para os projetos e demais investimentos possíveis e necessários (Ampliação, Aquisições, Empréstimos, Investimentos, Estoques)
  • Demonstrações Financeiras: As demonstrações financeiras são relatórios que apoiam o Conselho na tomada de decisão mais assertivas nas organizações.
  • Balanço Patrimonial: O Balanço Patrimonial é um relatório que apresenta a posição financeira da organização em um determinado momento, destacando os Ativos (direitos e valores a receber), Passivos (obrigações e valores a pagar) e Patrimônio Líquido (diferença entre os valores a receber e os valores a pagar)

Além disso, é preciso interpretar relatórios financeiros e identificar os principais indicadores de desempenho. Trabalhar em estreita colaboração com o time financeiro da organização, revisando relatórios e discutindo aspectos críticos, ajuda o conselheiro a compreender melhor o impacto dos números no negócio como um todo.

 O QUE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PRECISA SABER

Para tomar as melhores decisões, o Conselho precisa entender algumas coisas importantes sobre a empresa:

Quais são os objetivos estratégicos da empresa? Primeiro, é essencial que o Conselho conheça bem os objetivos de longo prazo da empresa. Esses objetivos devem ser claros, mensuráveis e realistas. Isso ajuda o Conselho a direcionar as ações da empresa para alcançá-los.

Quais metas o Conselho deve acompanhar de perto? Dentre os objetivos estratégicos, o Conselho deve identificar quais são as metas-chave que precisam de atenção especial. Isso pode incluir indicadores de desempenho, crescimento de mercado, lucratividade, expansão para novos mercados, desenvolvimento de novos produtos, entre outros.

Como as finanças se relacionam com os objetivos? O Conselho também precisa entender como os objetivos estratégicos da empresa se conectam com sua saúde financeira. Isso inclui saber como os objetivos impactam o orçamento, que investimentos são necessários e como os recursos financeiros serão alocados.

Quais fatores externos afetam a empresa? Além disso, o Conselho deve ficar atento a fatores externos como taxas de juros, inflação, câmbio, crescimento econômico, políticas governamentais e eventos geopolíticos. Esses elementos podem afetar diretamente os objetivos e o desempenho da empresa.

Como as crises impactam os indicadores financeiros? Por fim, o Conselho precisa analisar como crises econômicas podem afetar indicadores como receita, despesas, lucro e margem da empresa. É importante entender se essas mudanças são temporárias ou representam uma nova tendência de mercado.

Ao refletir sobre esses aspectos-chave, o Conselho estará melhor preparado para apoiar decisões estratégicas que ajudem a empresa a alcançar seus objetivos.

 VISÃO ESTRATÉGICA E CONTEXTUALIZAÇÃO

Um dos maiores valores que um Conselheiro Consultivo pode trazer para as decisões financeiras é sua capacidade de aplicar uma visão estratégica ampla.

Ao revisar propostas financeiras, é fundamental considerar como elas se alinham com a visão, missão e objetivos de longo prazo da empresa. Esta habilidade de contextualização permite que o conselheiro faça conexões valiosas entre as decisões financeiras e o panorama geral do negócio.

Para aprimorar essa habilidade, o conselheiro deve se manter atualizado sobre as tendências do setor, os objetivos estratégicos da organização e os desafios do mercado. Isso permite que ele ofereça insights únicos que vão além dos números, considerando fatores como impacto na reputação da empresa, alinhamento com valores corporativos e potenciais oportunidades de crescimento futuro.

Para isso o Conselheiro precisa:

Fazer perguntas estratégicas que revelem riscos e oportunidades em propostas financeiras, mesmo sem dominar todos os detalhes técnicos, focando entender a lógica por trás das decisões financeiras.

Colaborar efetivamente com especialistas financeiros, como o CFO ou o time de contabilidade, estabelecendo uma relação próxima com o time financeiro para obter insights e análises aprofundadas que apoiem discussões informadas.

Entendimento básico dos riscos financeiros e das estratégias de mitigação, com discussões sobre gestão de riscos para entender como diferentes estratégias podem proteger a organização contra perdas financeiras.

Garantir a ética e a integridade nas finanças fundamentais em todas as decisões empresariais, especialmente nas finanças. Como conselheiro consultivo, é crucial fortalecer seu entendimento sobre ética financeira, garantindo que todas as recomendações e decisões estejam alinhadas com padrões rigorosos. Isso não apenas protege a organização de riscos legais e reputacionais, mas também contribui para a construção de uma cultura empresarial sólida e confiável.

Para aprimorar essa área, o conselheiro pode:

  • Estudar casos de governança corporativa e práticas éticas em finanças
  • Promover discussões sobre dilemas éticos em reuniões de conselho
  • Apoiar a implementação de políticas de transparência financeira

O Conselho Consultivo, ao se aprofundar em todos esses aspectos, garante que a empresa esteja no caminho certo para alcançar o sucesso financeiro e a sustentabilidade de longo prazo.


Referência:

Apresentação de Rodrigo Mariano sobre Finanças para Conselheiros, PFCC, Board Academy Br


Maria Célia Coffani Rumachella

Conselheira Consultiva | Diretora Financeira | Executiva de Impostos | FP&A | Contabilidade | Finanças | Associada W-CFO | Associada IBEF | Board Academy Member| MBA | CRC

4 m

Muito bom, Tereza! Certamente suas contribuições serão valiosas em Conselhos. Parabéns!

Elisa Carvalho

Investidora Anjo, Consultora de Negócios - apaixonada por tecnologia e inovação.

4 m

Artigo execelente, Tereza!

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