O Quarto Dos Dinossauros
Ele também morde

O Quarto Dos Dinossauros

O ano era 2005 e dinossauros aterrorizavam uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul.


Grupos de Velociraptors, astuciosos e sedentos por sangue, perseguem transeuntes desesperados pelas ruas da cidade enquanto um imponente T-Rex aniquila qualquer coisa que ouse interromper sua marcha destrutiva.

Gritos de terror e rugidos se misturavam numa sinfonia infernal onde monstros jurássicos se uniam para atacar suas vitimas indefesas.

Em meio a tamanho caos, um pequeno garoto presenciava tal ato com um sorriso típico de vilões de James Bond. Assim como os algozes do espião britânico, o garoto parecia se deleitar com o caos e carnificina alheia.

Mas parecia faltar algo, alguma coisa que desse mais “sabor” ao massacre de civis.

“Sangue!”, pensou nosso aprendiz de vilão.

A grande carnificina teria de ser pausada por alguns instantes. Com postura e velocidades de um Raptor, o garoto parte rumo à cozinha em busca de algo que pudesse dar vida à sua mais recente criação; algo que ilustrasse bem o que aconteceria quando tais monstros jurássicos (inevitavelmente) invadissem sua cidade natal.

Após alguns minutos fitando o conteúdo da geladeira, o garoto finalmente encontra o que tanto almejava: carne.

Com a destreza digna de um garçom experiente, nosso vilão herói remove a iguaria do prato onde esta repousava e, contrariando o roteiro clichê que apontava para picanha no jantar, o garoto parte direto o conteúdo líquido do prato: sangue.

Com cautela, ele inicia a transferência do líquido escarlate para uma pequena xícara com as cores do seu time do coração (que por alguma coincidência, tinha a mesma cor do tal líquido).

Finalizada a tarefa e partindo de volta ao seu cenário de caos e destruição, o garoto decide por trocar a velocidade de um Raptor pelo bem-estar da sua preciosa xícara.

E ao contrário do maior rival do seu time, a xícara não era acostumada a sofrer quedas repentinas.

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O Tirano dos Sauros

O cenário era de total destruição: prédios e residências foram reduzidos a escombros disformes, metais contorcidos ocupavam o lugar do que um dia foram automóveis de última geração e trilhas de sangue pintavam as ruas em padrões que mais se assemelhavam a obras de arte abstrata.

Mesmo com todo seu poderio bélico, exércitos de homens e mulheres pouco poderiam fazer para impedir o avanço do maior dos répteis.

A batida de seus corações apavorados já há muito havia perdido o compasso com a marcha inexorável do monstro dantesco que, pouco a pouco, se aproximava de suas trincheiras improvisadas.

O rei dos dinossauros estava prestes a tomar para si o banquete do dia: humanos.

Abrindo sua enorme mandíbula (decorada com dentes afiadíssimos cobertos em vermelho), o monstro estufa o peito como para deixar claro a todos os presentes quem era o rei do pedaço.

Firmes em suas posições cada vez mais vazias, os soldados se preparam para escutar o rugido do Rei dos dinossauros:

“Mas que bagunça é essa aqui?!”

 


5 Fatos Curiosos Sobre o Tiranossauro Rex


  1. Apesar de seu tamanho e nome imponentes, ele não era o maior réptil do seu tempo: tal honra pertencia ao Dreadnaughtusum verdadeiro titã com cerca de 26m de comprimento. Apesar do tamanho colossal, era presa fácil de espécies menores, como o próprio T-Rex.
  2. É dono da mordida mais forte da história, pois esta era capaz de exercer uma pressão de seis toneladas em suas vítimas. Para efeitos de comparação, a mordida mais forte dos dias atuais pertence ao Crocodilo do Nilo, com 900kgs de força.
  3. Ao contrário do que certo filme nos fez acreditar, Tiranossauros Rex não eram nem um pouco velozes, pelo contrário: eram lentos e desengonçados, muito devido à desproporcionalidade entre seus membros: com uma cabeça enorme e braços comicamente pequenos, não seriam capazes de perseguir um automóvel moderno em velocidade máxima.
  4. Justamente por faltar-lhes destreza, acredita-se que o T-Rex não era um caçador nato, mas sim um carniceiro, ou seja, uma espécie de “hiena jurássica”. 
  5. Tiranossauros não eram capazes de rugir.


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Jurassic Park, lançado em 1993, é uma daqueles clássicos absolutos do cinema que, mesmo tendo sido reprisado ad nauseam na TV, ainda é capaz de entreter (e aterrorizar) telespectadores até hoje.


Com efeitos especiais práticos revolucionários, atuações memoráveis e enredo eletrizante; conquistou o coração de milhões de crianças e adolescentes através dos anos.

Ao contrário do que muitos imaginam, os filmes de Hollywood se justificam não pelo amor à arte ou mesmo na legião de telespectadores que inundam as salas de cinema em datas de lançamento, mas sim pelos produtos e serviços derivados desses espetáculos cinematográficos: os potes de ouro ao final do arco-íris.

Ao longo das décadas, essa máquina de fazer dinheiro conseguiu expandir seus tentáculos de forma impressionante, trazendo sua pirotecnia ao conforto de residências pelos quatro cantos do globo.

Após testemunhar mais um exemplar do gênio criativo de Steven Spielberg, este que vos fala passou a desejar ter para si um exemplar daqueles monstros e ele só tinha olhos para um deles: T-Rex.

Alguns dias de birra debate se seguiram a esta tomada de decisão tão repentina e, após um truque de “mágica fiscal” que somente pais amorosos conseguem tirar da cartola, o garoto se encontrava em posse de um belo e intimidador Tiranossauro Rex (um em escala menos danosa ao ambiente).

Contagiado pelo filme e em transe por possuir em mãos seu próprio monstro jurássico de estimação, o garoto decidiu que apenas imaginar a destruição de sua cidade natal (e todos que nela viviam) não seria o suficiente para saciar sua sede por sangue recém-descoberta: a destruição teria de se estender ao mundo físico, mais especificamente, ao seu quarto.

Latas de sardinha usadas foram promovidas a automóveis destruídos, caixas de papelão a residências demolidas e os pobres bonecos G.I. Joe se tornariam o prato principal do maior dos dinossauros.

O cômodo em si não era dos maiores, o que não era necessariamente um problema, pois a cidade prestes a ser extinta também não era grande coisa e bastaria alguns minutos para o T-Rex reduzir a cidade inteira em escombros.

Assim, sobraria tempo não somente para recriar as cenas do filme, como também adicionar algumas “cenas extras” de gosto pessoais, como um pouco de sangue aqui, algumas explosões ali...

O que ele ainda não sabia (e estava prestes a descobrir) era que tamanha liberdade criativa tinha seus limites e nenhuma argumentação buscando provar o contrário, por mais bem-intencionada que fosse, seria páreo para convencer a rainha da casa de que o banho de sangue ali presente fora resultado do “sacrifico heroico” por parte dos G.I Joe.

Desta vez, birras não foram capazes de convencê-la.


Muito menos rugidos.


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