O que é a Parentalidade Positiva?

A parentalidade é vista como essencial na nossa condição de seres humanos. É o processo pelo qual uma geração transmite à seguinte os valores, as competências e as atitudes necessários à nossa sobrevivência enquanto espécie. Os pais são incumbidos de um conjunto de tarefas relativamente aos filhos que a sociedade espera ver cumpridas, garantindo não só a sua sobrevivência e segurança, mas também um desenvolvimento harmonioso.

Ser pai ou mãe é uma tarefa gratificante e desejada, contudo ansiosa – como educar crianças saudáveis e felizes, num ambiente seguro, caloroso e com um mínimo de conflito. Nesta ótica, a parentalidade é positiva por natureza, e ter filhos constitui-se como o grande e consensual objetivo de vida da maioria dos seres humanos.

É certo que não existe uma forma certa de exercer a parentalidade, e que não há manuais ou receitas que possam ser impostas. Cada cultura e cada família podem ter os seus pontos de vista e ideias próprias, não necessariamente coincidentes. Aspetos como a autonomia das crianças, a sua conformidade a valores, o lidar e exprimir estados emocionais, são exemplos de domínios do desenvolvimento e comportamento em que as expectativas e as ideias parentais podem diferir consideravelmente, em função do que desejam para os seus filhos e da cultura onde se inserem.

Aos pais, compete decidir sobre o que querem para os seus filhos e definir um projeto educativo. São eles que, em última instância, lideram o processo e são eles que marcam de forma indelével o seu desenvolvimento, ajudando (ou não) a que se tornem adultos preparados para uma vida produtiva em sociedade.

Esta responsabilidade, que impende sobre as famílias e sobre os pais em particular, deve merecer a melhor atenção por parte da sociedade em geral, que irá mais tarde beneficiar (ou não) da qualidade dos seus cidadãos.

Exemplos de atitudes parentais positivas

Na relação que os pais têm com os seus filhos, é importante que estes promovam atitudes parentais que favoreçam um sentimento de segurança, tais como:

• Estabelecer rotinas que se adaptem às necessidades da criança;
• Promover um horário e estilo de vida regular;
• Ser congruente nas respostas que dá, tanto no que diz respeito à afetividade, como no que concerne aos comportamentos desadequados.

Contudo, para conseguir atingir estes objetivos e implementar estes hábitos da rotina familiar, é muito importante manter padrões de comunicação funcionais com a criança, pelo que se seguem agora algumas dicas para o auxiliar nesta prática:

• Ouça o que está a ser dito sem julgar ou criticar;
• Use a comunicação não verbal (ex: gestos, contacto ocular e expressões faciais) para questionar ou esclarecer aquilo que lhe estão a dizer;
• Evite olhar para outras pessoas e objetos quando está a comunicar com a criança;
• Antes de transmitir a mensagem ao seu filho, pense exatamente no que vai dizer e como o vai fazer. A forma como dizemos as coisas pode influenciar a forma como são interpretadas pela criança;
• Quando quer transmitir o que está a pensar e a sentir em relação ao comportamento do seu filho, utilize afirmações na primeira pessoa. Por exemplo, em vez de dizer “nunca fazes nada do que te digo à primeira”, diga “eu gostava que fizesses o que te peço à primeira”;
• Elogie e reconheça os comportamentos adequados do seu filho, tentando ser o mais preciso e concreto possível na forma como expressa esses elogios;
• No estabelecimento de regas e limites, dê ordens simples, claras e concretas.

Posto isto, acreditamos que agora se encontra apto para começar a aplicar algumas destas práticas no seu dia a dia enquanto pai ou educador, porque também os educadores deverão ter estes aspetos em consideração, e adequar a sua forma de atuação e intervenção em função disso.

Se precisar de ajuda de um técnico especializado, não hesite em entrar em contacto connosco, mesmo que seja por mensagem, para que o possamos ajudar da melhor forma.