O que aprendi em 2019 (até agora) - Janeiro

Talvez seja o mês mais temido do ano ou, simplesmente, o mais incompreendido. Em 2019, decidi dar a Janeiro a oportunidade que ele merece para ser um mês incrível, cheio de oportunidades de crescimento pessoal. 

Comecei por não olhar para o mês de Janeiro através dos clichés mais habituais - "um mês demasiado comprido" ou "resoluções de ano novo por cumprir' - e optei pela metacognição daquilo que consegui ou não concretizar. Os meus primeiros dias de 2019 foram mais ou menos assim:

Bullet Journal. Este ano, decidi colocar a escrita ao serviço da minha organização diária. Redescobri o método Bullet Journal, aprofundei-o através da leitura do livro oficial deste movimento, e desenvolvi o hábito de registar no meu caderno de capa preta todos os eventos, notas e tarefas de cada dia. Para além de ser um modelo muito prático e simples para registar diariamente os acontecimentos principais da minha vida, o Bullet Journaling permitiu-me tomar consciência do progresso ao longo da to do list que assombra os meus pesadelos e devo dizer que, até agora, o resultado não tem sido brilhante.

Organização e capacidade de foco. Talvez a minha grande luta pessoal para o ano, dominar as esquivas artes da organização e do foco. Organização, porque tenho objetivos muito claros e não quero prescindir de nenhum. Foco, porque sei que a guerra se ganha por batalhas. O tema da organização é algo que me diz muito, porque não acredito nas pessoas que apontam como caminho a escolha de um projecto único. É redutor, simplista e não serve a minha visão. Resolverei este tema quando encontrar a fórmula que me permita construir o castelo, não apenas a torre.

Saber dizer não. Sou um crítico feroz da teoria do não. A negação cria conflito, fecha portas, encerra possibilidades. Não é o caminho a seguir quando procuramos novas oportunidades e perseguimos a inovação. Estou, no entanto, a descobrir que dizer não é uma escolha e que fazer escolhas é uma inevitabilidade. Talvez descubra a organização através da escolha, talvez encontre o foco através da prioritarização.

Fazer o básico, tentar o extraordinário. O básico é o essencial para atingir o objetivo. O básico descobre-se através do foco e da organização. O foco e a organização praticam-se através da consistência, da prática, do esforço diário, através de métodos como o Bullet Journal. O básico serve de escada para se atingir o extraordinário. O primeiro é condição do segundo. Como dizia Picasso, a inspiração encontra-me sempre a trabalhar.

Escrever todos os dias. A escrita é uma actividade central na minha vida. No último suspiro de 2018, decidi que iria cultivar o hábito de escrever todos os dias. À data de hoje, falhei redondamente o objectivo. Não escrevo tanto quanto desejo porque não tenho o foco, nem a organização, para fazer da escrita uma prioridade integrante do básico. Tenho, no entanto, a ferramenta que me permite identificar este erro a tempo de o corrigir (e estou, de facto, a escrever sobre isto neste momento), por isso estou no caminho certo para desenvolver o hábito durante os restantes onze meses do ano.

Costumam acusar Janeiro de ser um mês longo, demasiado longo. Considero interessante que estes métodos de produtividade que estou a implementar me tenham devolvido a sensação de escassez. Janeiro não foi suficientemente comprido para acomodar as minhas ambições nem me deu tempo para alcançar tudo o que desejava. Faltou tempo. O tempo que houve não foi bem gerido. 

A primeira batalha está ganha, a da tomada de consciência do tempo e do espaço. Segue-se um período de melhoria, analisar o que foi feito e elaborar o que ficou por fazer. A vida é uma constante, uma evolução. Estamos sempre a caminho de algures.