O que aprendi este ano
Um dos grandes desafios na construção de uma cultura corporativa é encontrar a posição das pessoas na fronteira entre o ceticismo e a credulidade, ou entre acreditar e não acreditar. E como tomar decisões com base nessas crenças, visto que crenças sem decisão são simplesmente estéreis.
Portanto, não se trata de um problema de verdadeiro ou falso e sim de decisão, ação e comprometimento. Claramente, ninguém pode duvidar de tudo e ser uma pessoa funcional e não é possível acreditar em tudo e sobreviver. Recorrendo às referências de pensadores históricos sobre comportamento humano, como Platão, Aristóteles e outros que trazem pensamentos sobre a contínua atualização das crenças em um trabalho sempre em andamento, embora sobre uma conhecida estrutura de probabilidade (lembrando que as probabilidades são sempre subjetivas) podemos convergir para uma verdade atingível ao longo do tempo quando elevamos as discussões para os propósitos e objetivos orientados a direção.
Acelerar para um horizonte errado, só lhe fará ser eficiente em um caminho que não faz sentido e que tornará inócua qualquer esforço mesmo que heroico. Ou você, querendo ir de São Paulo a Nova Iorque, pegaria um voo com um piloto que só tem o mapa para Paris?
Entender o que Simon Sinek coloca como jogos finitos e infinitos, explica um pouco sobre a maturidade que vamos alcançando no tempo e na forma de construir uma empresa resiliente e madura com consistência no tempo gerando confiança nos investidores, conselho, equipe e clientes.
Fui aprendendo que caminhar no central park é diferente de se exercitar. A caminhada revela outros prazeres, como conversar, filosofar, andar de mãos dadas com sua esposa e filhos, já o exercício requer velocidade, foco no esforço sem apreciar a paisagem, mesmo sendo linda.
Vivemos anos em que testamos novas variáveis e que certamente alteraram a maneira como nos relacionamos em todas as tribos. A intensidade de abril de 2020 em que não era necessário problematizar novas crenças e defender pontos de vista com base empírica, fez a grande maioria das empresas serem eficientes na direção de execução da capacidade de se reorganizar para seguir exercendo suas atividades primárias.
Recomendados pelo LinkedIn
O problema é que muitas delas têm se esquecido dos ganhos potenciais deste momento (olhando para o copo meio cheio, é claro, porque foi sem dúvida uma aleatoriedade catastrófica e inesperada) e voltando a viver um modelo ineficiente de gestão enquanto buscam (de forma necessária e racional) o equilíbrio da relação de gastos, investimentos e retorno.
Como sempre digo, no final, todas as relações e modelos têm como principal pilar as pessoas que o executam, que acreditam, que lutam e se esforçam, que aprendem e aplicam, que erram, caem e se levantam para seguir em frente. E é aqui que volto ao início do texto, onde as ambiguidades de crenças de credulidade e incredulidade se tornam muitas vezes as probabilidades estatísticas com base em dados, porém ainda assim subjetivas menos relevantes e mais uma vez andamos em círculos fazendo as vontades sobreporem-se a fatos ou evidências e confundindo direção com iniciativa e iniciativa com a efetiva execução devidamente refinada para uma entrega de valor e não de projeto.
Seguimos sendo humanos, seguimos como o mito da caverna de Platão, onde os modelos conhecidos são aqueles que estabelecem o comportamento e a oportunidade de mudança será a capacidade de relacionamento da referência mais próxima capaz de dar clareza das oportunidades e da possibilidade de novas realidades.
O importante é seguir, mas sabendo para onde se deve ir…
Essa é minha newsletter quinzenal com insights e informações sobre ecommerce, ecossistema e transformação digital, assine agora.🔥🚀
Advogado, Gestor de Projetos e Full Stack
1 aInteressante essa possibilidade decisória em face a uma crença, pois todos os dados e indicadores não passam de uma “pista” sobre o caminho, ao final, acreditar e ter fé ainda continuam sendo o motor da vida.
Business Designer at Claro Brasil
1 aMestre!! Que belos ensinamentos. Estou nessa também, caminhar para pensar. Tanta coisa depende de ter tempo, fora do celular, para poder construir. As ideias vem quase prontas.