O que me inspirou em 2024: uma curadoria criativa e reflexiva

Quando as luzes de Natal iluminam as residências e as cores vermelho e verde predominam na decoração dos ambientes, acredito que já podemos fazer uma retrospectiva. Não sei como foi por aí, mas aqui há um turbilhão de informações a serem decantadas e não vai rolar esperar o recesso ou a véspera do Ano Novo para começar.

Esse fim de ciclo inspira uma boa faxina sobre as experiências e referências. Afinal, a soma de erros e acertos resulta na matéria orgânica para evoluir na jornada. E vou dizer: se quiser perceber com atenção os detalhes do que passou, será inevitável parar.

Aprecio sem moderação e gosto de fazer da pausa um presente. Observo o que me inspirou, o que me moveu, e as pequenas fagulhas criativas despertadas ao longo do caminho. Parar e refletir não é apenas nostálgico, mas um convite para entender como cada referência se transformou em algo maior – seja em palavras, ideias ou novos projetos.

Assim, decidi compartilhar a seguir as vivências que atravessaram o meu caminho, um pouco do que consumi, fazendo esse exercício reflexivo para abrir espaço para o diálogo e trocas.

🌻Pessoas e conversas

Existe a introspecção criativas, porém também acredito na virtuosidade dos encontros. Tive a sorte de cruzar caminhos com pessoas que são pura inspiração. E isso foi da chamada de vídeo para um job até a fila do supermercado.

Em ações cotidianas, principalmente, tenho buscado observar a situação no lugar de afundar o olhar na tela para que o tempo passe mais rápido. Para mim, é extraordinário e encantador observar a vida acontecer.

Algumas vezes estava com uma pressa absurda, sentindo meu corpo inteiro pulsando, a ansiedade corroendo e foi a interação com as pessoas que participavam da cena que mostrou como a pressa não era necessária.

A pressão é um hábito, mas soltar e viver a experiência também. Percebi que, no fundo, poucas coisas são tão urgentes quanto costumamos julgar.

🌻Natureza

Incontáveis flores, pássaros, insetos, a relva crescendo, o pó da estrada levantando, os sapos coaxando, as cigarras e grilhos cantando, a água da chuva formando poças, o sol nascendo e os feixes de luz contrastando no verde dos pinheiros. Longe, o cachorro late e o gato mia.

Sons e movimentos tão cotidianos quanto o despertador que ressoa e coloca a vida em rota disciplinar.

🌻Livros abandonados

Eis uma vitória: esse ano aprendi a deixar ir, e partir da leitura sem terminar. Aqui estão alguns dos títulos largados sem muito motivo, e que até podem ou vão ser retomados:

• Cabeça de Santo - Socorro Acioli
• O Mito do Normal - Gabor Maté
• InvisiBIlidade - Julia Shaw
• Condição Humana - Hannah Arendt (sério, esse é pra ler um pouco até o fim da vida porque cada frase acaba com a gente)

Livros que marcaram

Um ano de grandes questionamentos existenciais em que predominaram aprofundamentos sobre escrita, autoconhecimento, loucura e mulheres.

• O Ano do Pensamento Mágico - Joan Didion
• O perigo de estar lúcida - Rosa Montero
• Indomável - Glennon Doyle
• Uma autobiografia - Rita Lee
• O som do rugido da onça - Micheliny Verunschk
• Um teto todo seu - Virginia Wolf (esse merece um texto só pra ele, aguardem)

🎞️Filmes e séries que ressoaram

• A Substância
• Pobres Criaturas
• Ainda Estou Aqui (vi terça e tô processando, também vale um texto único)
• Dune Profecia (1º ep no ar e já tô achando que vale)
• Vale o Escrito - A Guerra do Jogo do Bicho

🎵Trilha sonora e podcast

• CAJU - Liniker
• Blue Electric Light - Lenny Kravitz
• Disease - Lady Gaga
• 99: Fazer Sagrado - Elefantes na Neblina
• 86-Marcia Tiburi e a esperança no futuro do trabalho | O Corre Delas

E você, o que te inspirou neste ano? Compartilhe suas ideias e vamos continuar esse diálogo.

Giórgia Gschwendtner é escritora, jornalista e atua com criatividade, inovação e futuros. Quer falar? Manda um e-mail para giorgia@soulw.com.br e siga a SW nas redes sociais. E conheça também o RADAR ASG.