O que significa arcabouço fiscal? Os principais pontos da nova regra fiscal do governo
Arcabouço

O que significa arcabouço fiscal? Os principais pontos da nova regra fiscal do governo

O principal objetivo da nova lei é propor um compromisso de superávit primário em bandas para zerar o déficit público a partir de 2024. Na nova política fiscal, haverá uma combinação de limite de despesa mais flexível que o teto de gastos com uma meta de resultado primário (resultado das contas públicas sem os juros da dívida pública).


O arcabouço fiscal é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal - controle dos gastos e receitas de um país. O governo busca, com isso, garantir credibilidade e previsibilidade para a economia e para o financiamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública.

Os principais pontos do arcabouço fiscal

  • Despesas do governo crescerão acima da inflação, entre 0,6% e 2,5%
  • Limite de crescimento da despesa primária a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Despesas primárias são aquelas necessárias para promover serviços públicos à sociedade
  • Limite superior e inferior dentro dessa trilha de 70% do aumento de receita
  • Mecanismo de ajuste para impedir o aumento dos gastos em momentos de crescimento econômico e a queda dos gastos em caso de baixo crescimento
  • Aplicação de mecanismos de punição. Caso o resultado primário fique abaixo do limite mínimo da banda, o crescimento das despesas para o ano seguinte cai de 70% para 50% do crescimento da receita.

Os principais pontos positivos e negativos

  • Controle dos gastos e geração de superavit primário isso é necessário para a relação divida/pib.
  • Relaxa no crescimento dos gastos em relação a regra atual que é de 0% acima da inflação. No arcabouço proposto o crescimento dos gastos é de 0,6% a 2,5% acima da inflação. Com isso precisa gerar mais receitas de 2 formas ou de crescimento da economia ou no aumento da carga tributária.


O que é o teto de gastos?

Criado por emenda constitucional no fim de 2016, o teto de gastos é uma das três regras fiscais a que o governo tem de obedecer. As outras são a meta de resultado primário (déficit ou superávit), fixada na Lei de Diretrizes Orçamentárias de cada ano, e a regra de ouro, instituída pelo Artigo 167 da Constituição e que obriga o governo a pedir, em alguns casos, autorização ao Congresso para emitir títulos da dívida pública.

Considerado uma das principais âncoras fiscais do país, o teto de gastos tem como objetivo impedir o descontrole das contas públicas. A adoção desse mecanismo ganhou força após a crise na Grécia, no início da década passada.

Por que o controle de gastos é importante?

Os cidadãos, as empresas e os investidores precisam ter confiança de que as contas públicas estão sob controle e têm regras claras. Isso porque o descontrole fiscal resulta em aumento da dívida pública e, por consequência, em juros altos e inflação.

Quando o governo gasta mais do que arrecada com tributos, ou seja registra déficit, precisa se endividar mais pegando “dinheiro emprestado” por meio da emissão de títulos.



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