O rápido avanço tecnológico, e as constantes inovações e transformações no mundo empresarial.
O rápido avanço tecnológico, acompanhado pelas dinâmicas e constantes inovações e transformações mundiais, obrigam as empresas a se preocuparem com a busca constante de estratégias e de ferramentas que a mantenha competitiva no mercado atual.
Para mim que já tenho mais de 50 anos de idade, e acompanhei as grandes transformações tecnológicas, em especial a do final do século 20 até o presente momento, a maior lição na área empresarial que aprendi ao longo desses anos é que nenhuma empresa deve se conformar com sua posição atual no mercado; Posição essa, talvez privilegiada no momento, sem se preocupar com a busca constante de inovações e de ferramentas tecnológicas que a mantenha atualizada e competitiva em um mundo empresarial tão dinâmico e com constantes mudanças.
Talvez você que esteja lendo essa matéria, se lembre de grandes e poderosas empresas que simplesmente não existem mais, ou se anda existem, já não ocupam uma posição tão privilegiada como antigamente. É muito fácil fazer essa observação. Por exemplo, entre em um supermercado e veja que alguns produtos, com nomes de referência para as pessoas, dividem hoje suas prateleiras com produtos similares, que abocanharam uma grande fatia do mercado atual.
Existem inúmeros fatores que poderiam ser apontados ou analisados como prováveis motivos para que essas empresas, que outrora eram líderes, muitas vezes isolados de mercado e exemplo de sucesso, deixassem de ser, ou até mesmo deixassem de existir. Entre tais poderíamos citar: brigas entre sócios, perda de foco, erro de planejamento estratégico e outros.
Lembro-me de que na faculdade de Administração, tivemos um estudo de caso de uma grande empresa cervejeira, que investiu, naquela época, cerca de 300 milhões de reais na propaganda do seu produto no Brasil, esperando um grande retorno do investimento através de um aumento considerável em suas vendas; Aumento esse que simplesmente não aconteceu. Na época o estudo de caso constatou que um grande erro de marketing havia sido cometido, levando ao fracasso total do projeto de investimento. Foram 300 milhões de reais jogados fora!
Seja qual for o caso, erro estratégico, falta de visão de futuro, conflitos internos ou quaisquer outros, tudo se resume no grande despreparo do empresário e de sua equipe de funcionários para enfrentar os grandes desafios do atual mundo empresarial, podendo conforme já destacado acima, significar perda de mercado para outros concorrentes, ou até mesmo o fim da empresa.
Infelizmente, as empresas brasileiras são tradicionalmente consideradas pouco propensas a inovar, frequentemente tendo dificuldades na gestão tecnológica.
Para inovar, é necessário adquirir competências específicas, buscar e articular entre si conhecimentos de natureza e origem diversas, buscar profissionais extremamente capacitados, com ampla visão de negócios, forte capacitação tecnológica, dispostos a colaborar fortemente para o desenvolvimento contínuo e prospero do negócio, reunindo conhecimentos que permita acompanhar as mudanças tecnológicas do ambiente econômico em que elas atuam, ajustando-se continuamente a tais mudanças.
A capacidade de aprender e gerenciar esses conhecimentos para melhor competir no mercado, determina, em grande parte, a diferença de desempenho diante da concorrência. Essa capacidade é essencial para se inserir numa economia caracterizada pela mudança tecnológica rápida e permanente, mas está condicionada às experiências da empresa, à sua cultura organizacional, sua memória operacional e sua estratégia de crescimento. É influenciada por diversos outros fatores, entre os quais:
· A qualificação dos recursos humanos;
· As características da demanda;
· A dinâmica competitiva do setor;
· As parcerias com usuários;
· Os compradores ou fornecedores que detêm informações estratégicas;
· A disponibilidade de uma infraestrutura pública de pesquisa e
· O sistema de financiamento dos investimentos na produção de conhecimentos avançados.
A inovação tecnológica é um processo complexo de busca de soluções que não pode ser entendido simplesmente como compra de equipamentos novos. Para definir uma verdadeira estratégia tecnológica, é preciso reunir vários componentes; e não há dúvida de que uma maior capacitação tecnológica passa por outras modalidades de incorporação e gestão da tecnologia, requerendo investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento interno, projetos de pesquisa conjunta com instituições especializadas e contratação de recursos humanos capacitados.
Daniel de Campos Leite – Advogado e consultor jurídico empresarial