O romance da realidade - Como o universo se auto-organiza para criar a vida, consciência e complexidade cósmica

O romance da realidade - Como o universo se auto-organiza para criar a vida, consciência e complexidade cósmica

Azarian (2022) (A) publicou texto instigante – O Romance da Realidade – explorando o princípio de auto-organização do universo, que estaria por trás de fenômenos ainda fora do alcance da ciência, como consciência, via, complexidade... Começa citando Sagan: “Somos um modo para o cosmos e autoconhecer” (A:1. Sagan, 1995). Aclama a chance de viver os tempos atuais, por conta de novos paradigmas emergindo na ciência. Considera paradigma uma visão geral científica e sua mudança acarreta adotar nova referência geral. Esta mudança ocorreu quando a humanidade descobriu que a terra não era o centro do universo uma um planeta minúsculo entre infindos outros. Outra mudança foi a teoria da evolução de Darwin, dispensando a hipótese divina no surgimento das espécies vivas. Os paradigmas renovaram muito o que pensamos sobre o universo e suas origens, e trazem sempre uma visão de mundo que pinta a vida no cosmos como acidental e insignificante. Esta visão, ligada também à críticas das religiões e a inimigos da superstição, foi reforçada por descobertas impactantes científicas subsequentes e as interpretações populares filosóficas dessas novas leis e processos. 



I. DINÂMICAS VIVAS E SIGNIFICATIVAS



Ao tempo de Darwin, quando publicou On the Origins of Species, os cientistas estavam elaborando a segunda lei da termodinâmica, um princípio que criava uma narrativa cósmica dominantemente sombria. Não só o estoque de energia no universo estaria decaindo – como um carro acabando o combustível – novo entendimento estatístico da lei parecia implicar que o mundo estava continuamente se tornando mais desordenado e aleatório. Se real, significaria que formas de complexidade e organização, incluindo vida inteligente, são condenadas a uma existência transiente e ultimamente insignificante, em termos cósmicos. No entanto, o significado da vida tomou nova perspectiva em meados do século passado, com a descoberta da molécula do DNA, confirmando Darwin: todas as formas de vida na biosfera, de ratos a humanos, foram produzidas por processo cego e mecânico não intencional, reduzindo-se à replicação da mutação genética, que inevitavelmente leva a especiação. Enquanto Darwin, cauteloso, dizia que não era o único mecanismo evolucionário, muitos proponentes da teoria assim queriam ver. Porquanto em suas mentes a criação de formas complexas requeriam evolução biológica, a emergência atual da vida chegou a ser apresentado como resultado de uma colisão improvável molecular, não como processo evolucionário lógico-experimental, como a auto-organização. Ou seja, vida era um lapso estatístico – um ‘acidente cósmico’ tão improvável que não esperaríamos vê-lo em outra parte do universo. 

Esta posição se alinhava à ideologia dominante científica dos séculos 19 e 20, conhecida como reducionismo, propondo que a realidade poderia mais bem ser entendida quebrando os fenômenos físicos nas partes e processos menores, de sorte a serem observados em seu comportamento básico dos constituintes fundamentais da natureza em isolamento. Sempre que possível, as ciências sociais e a psicologia deveria também ser reduzida à biologia, a biologia à química e a química à física fundamental. Embora este reducionismo tenha sido muito exitoso, com grandes teorias físicas, criou a impressão de que todas as formas de vida, incluindo humanos, nada mais são que coleções de átomos obrigatoriamente seguindo trajetórias arbitrárias mecânicas, determinadas tão-somente pela matemática e não pela mente. Esta achega levou ao materialismo: a realidade consiste apenas do que é físico. Enquanto esta visão ajudou a livrar-se de conceitos sobrenaturais como almas e espíritos, o materialismo clássico negou a existência de coisas aparentemente imateriais, como consciência, e vastamente ignorou conceitos de energia e informação. Materialismo reduziu-nos a máquinas de carne à la zumbi sem iniciativa própria, sentimento e experiência interna. Para a maior parte do materialismo, vida e mente são vistas como “epifenômenos” ou não reconhecidos: não importam, apenas lá estão. Todo sentimento de vontade livre que poderíamos ter em alguma decisão é só ilusão. Não somos autores das ações, mas observadores passivos que nos iludimos constantemente pelo cérebro em crer que não somos causalmente impotentes. Tal posicionamento é chamado mundivisão reducionista. O paradigma não só removeu a Deus e a alma do cenário físico – também purgou a natureza de todos os traços de propósito ou progresso. Em face de questões existenciais incisivas tais quais “Como chegamos aqui?” e “Aonde estamos indo?”, o reducionismo responde como “azar” e “provavelmente para lugar nenhum”. Foi muito racional adotar esta postura, pois é assim que a realidade nos parece à primeira vista para quem abandona perspectivas sobrenaturais. Mas o paradigma levou a algo bem diverso, mudando totalmente a perspectiva de como pensamos o universo e nosso lugar nele. Em especial, os fenômenos que chamamos vida, consciência e inteligência possuem profundo significado cósmico. 



II. REALIDADES COMPLEXAS



Os insights consideram os papeis que energia e informação têm na emergência e crescimento da complexidade. Tais considerações estão no reino de uma disciplina relativamente nova acadêmica chamada ciência da complexidade, a unificação de ciências maiores do tempo incluindo, mas não se limitando, física, biologia, neurociência, ciência da computação, teoria evolucionária e estatística. Tais ciências e respectivos métodos foram combinados em backgrounds interdisciplinares de como sistemas dinâmicos da natureza emerge m e evoluem no tempo. Um sistema dinâmico é um termo geral para todo sistema feito de uma conjunto de componente interativos que exploram uma variedade de estados funcionais e podem ser físicos, químicos, biológicos, cognitivos, sociais ou tecnológicos. A ciência da complexidade estuda sistemas dinâmicos em todas as escalas, do imperceptivelmente pequeno ao inconcebivelmente grande, incluindo os sistemas dinâmicos mais vastos de todos, o próprio universo. Métodos usados pelos cientistas da complexidade – os herdeiros dos ciberneticistas e teóricos do caos do século 20 – realizaram algo que a abordagem reducionista foi incapaz de fazer: facultam-nos a entender como os blocos de construção da natureza espontaneamente se augo-ajuntam via dança sinergética que cria fenômenos maravilhosos emergentes, como vida, mente e civilização. Ocorre que o comportamento coletivo de partes interativas, não apenas como funcionamento em isolamento, é chave para entender a emergência e evolução de organismos fascinantes e ecossistemas que perfazem a biosfera. Tais tipos de sistemas dinâmicos são especiais em sua habilidade de se adaptar ao ambiente em mutação, e foram adequadamente denominados de sistemas complexos adaptativos. Podemos em geral pensar a vida como forma de complexidade adaptativa, para distinguir de formas não adaptativas de complexidade, como a ordem que vemos nas estruturas como dos cristais e flocos de neve, que são fixas e não funcionais. Complexidade adaptativa é termo flexível que permite falar sobre a biosfera inteira como rede integrada e interconectada de sistemas complexos adaptativos. Aparece uma impropriedade conceitual: formas não adaptativas de complexidade não seriam propriamente complexas, pois são apenas reprodutivas (fixas e não funcionais). Podem ser objetos muito complicados, podem sofrer mutações no tempo, também um cristal, embora microscópicas e a longuíssimo prazo, mas não “evoluiriam”, pelo menos não na condição da vida conhecida. Um carro pode ser objeto muito complicado, intrincado, mas não evolui, embora se desgaste. Nem temos interesse nisso, porque seu modo reprodutivo de existir é fundamental para seu controle, previsibilidade, funcionalidade, eficiência etc. Seria incômodo ter um avião que, de repente, resolve não voar, ou descer em lugar impróprio, ou se meta a filosofar sobre a vida. Um avião não parece ser um sistema complexo adaptativo, embora se desgaste no tempo, porque o tempo toca todas as coisas, embora em ritmos muito diversificados: enquanto humanos em 80 anos nasce m e morrem, uma rocha pode durar milhões ou bilhões de anos, sofrendo alguma ação do tempo em condição replicativa. Seria mais prudente reservar a designação de sistemas complexos adaptativos a dinâmicas vivas, mesmo não tendo clareza em como definir vida. Quando alguns dizem que o planeta é um ser vivo, sugerem que no planeta há objetos não vivos, mas no todo seria vivo, um termo interessante mas ainda pouco elucidado. Seria o sistema solar um fenômeno “vivo”? Muitos dirão que não, também em respeito a Newton e Einstein, mas como contém vida (como a terráquea), foi capaz de gerar ou receber formas de vida (pode ter vindo de fora), o que nos levaria admitir que a vida é uma potencialidade da matéria e esta, então, seria, ao final, “viva”! O computador, porém, é um objeto tremendamente interativo, mas não complexo, porque realiza processos mecânicos (algorítmicos), nem temos interesse que se ponha a nos questionar! Este exemplo nos lava a reconhecer que há na vida algo a mais que mera integração de partes complicadas – computador é um treco muito complicado e muito interativo – embora haja quem fale de “vida 3.0”, como Tegmark (2017), para insinuar que a Inteligência Artificial seria, ao final, uma forma de vida e superior à vida biológica... 



III. COMPLEXIDADE ADAPTATIVA



Complexidade adaptativa muitas vezes se descreve como algo que existe na fronteira entre ordem e caos – a “fímbria do caos” – e nessa juntura onde a estrutura e a aleatoriedade conspiram para criar sistemas que são otimamente resilientes, flexíveis e inovadores. Dada a natureza intrincada e convulsionada de sistemas complexos adaptativos, desde células a comunidades, sua dinâmica não seria adequadamente entendida ou predita até que a modelagem de computador atingisse certo nível de sofisticação. Reconhecendo este fato, o teórico físico Hawking famosamente declarou que o século 21 seria o “século da complexidade”. De um entendimento mais fundo de como a complexidade emerge na natureza, nova narrativa cósmica está sendo tecida que pode mudar o entendimento das origens e do futuro. Não é tão novo assim, porque paradigma não surge de supetão. Em geral insinuam-se gradualmente, penetrando o tecido científico vigente, até atingir um ponto de virada, podendo virar proeminente. Este ponto de virada, para A está à vista. A novidade vai espantar a muitos, mas para outros é apenas óbvia para quem já saca o progresso tecnológico à frente. “Através de argumento científico rigoroso e explanação mecanicista, O Romance da Realidade vai elucidar por que não é só na biosfera, mas no universo todo está sendo alvo de transformação adaptativa. O postulado de que o mundo está gradualmente caindo em condição mais desordenada, aleatória e sem vida é equivocada, como resultado de entendimento precário da lei da termodinâmica. Se for acurado pensar o cosmos como máquina massiva computacional, não é uma que está parando. Em termos de complexidade adaptativa, parece estar só começando. Via uma série de emergências hierárquicas – uma sequência aninhada de partes que se ajuntam para formar todos sempre maiores – o universo está sofrente processo enorme e majestoso de auto-organização e no momento, no cantinho do mundo, seríamos as estrelas do show” (A:5). 

A ideia da explanação mecanicista é no mínimo dúbia. De um lado, toda explicação é reducionista, por ser uma reconstrução abstrata, sequencial, ordenada da realidade que assim não é, mas a mente usa como artifício tático para entender a realidade pelas beiradas. De outro, é preciso o esforço do entendedor de ir além do mero reducionismo, buscando visão mais ampla, também para não cair na ciladas dos “todos sempre maiores”, como se “maior” fosse “mais complexo”! Ademais, dificilmente somos “as estrelas do show”, tanto porque é impróprio imaginar o que podemos ver como a visão completa, quanto porque a vida pode existir em outros lugares do universo e ser bem diferente da nossa, o que seria de se esperar, se valer lá uma evolução aberta e autopoiética. Provavelmente, o entendimento melhor da complexidade terá, algum dia, de questionar a explanação mecanicista, lógico-experimental, usada em ciência, no mínimo porque na vida comum, as pessoas usam táticas muito diversificadas para entender o que não entendem, como intuição, imaginação, fantasia, ficção, comunicação hermenêutica, semânticas poéticas, religião etc. Não valem para a ciência, pelo menos por enquanto, mas são parte da vida que precisa de todos os saberes para se gerir. 



IV. EVOLUÇÃO CÓSMICA



Como a vida é parte do cosmos e a vida evolui, imagina-se que o cosmos seria, ao final, algo vivo, embora este chute seja uma temeridade, ainda que muito saudável. Se o cosmos gera a vida, esta deve estar, como potencialidade, em seu ventre, já que não se aceita milagre na natureza, ou criação do nada. Tudo que surge na natureza, vem dela mesma, através de suas estruturas e dinâmicas dotadas de potencialidades que vão muito, muito além do lógico-experimental, no qual a ciência está empacada. Precisamos mudar a expectativa de que “vir dela é algo apenas causal, sequencial, linear. Pode haver “emergência, ou algum tipo de salto, ainda muito mal entendido, como é o caso da passagem dos neurônios para a intersubjetividade, supondo-se que os neurônios sejam o fenômeno físico por baixo da consciência. Há quem pense que consciência é uma energia cósmica, como eletricidade, ou gravidade, sendo os neurônios apenas antenas ocasionais receptoras e mediadoras. Isto ainda é um imbróglio sem tamanho. Mesmo que neurônios sejam meros mediadores, existe uma mediação emergente, autopoiética, autoral exuberante que ainda não sabemos explicar, em parte porque insistimos na explanação mecanicista! Diz uma piada de mau gosto que, para achar um objeto perdido, é preciso buscar onde ele está; se buscar em outro lugar, não vai achar! Não sabemos onde é este lugar, ainda. Por isso, em parte pelo menos, complexidade é uma evasiva, um primeiro reconhecimento de que não pensamos bem o suficiente para dar conta da realidade. 

Enquanto a evolução cósmica procede, o mundo está se tornando crescentemente organizado, funcional e, porque a vida e a consciência emergem de complexidade suficiente e integração da informação, crescentemente sensível. Através da evolução e eventual expansão externa de seres autocônscios como nós, e seus esforços para organizar a matéria em arranjos eu suportam processamento de informação e computação, o universo está, em sendo real e literal, acordando. Não acorda independente de nós, em sentido pampsíquico, mas através de nós, assim como toda matéria que compõe a vida foi uma vez inanimada. Cita Sagan – “somo um modo pelo qual o cosmos se autoconhece” (A:5). A toma a sério, vendo que a complexidade adaptativa iniciou um processo cósmico de despertar, apenas começando. Aonde vai parar, é para o futuro. Como a estória vai continuar, curiosamente parece depender crucialmente das ações da vida inteligente. Pode depender de nós, coletivamente. A faz afirmações enormes, cuja pertinência é muito incerta ainda. Primeiro, nos coloca em posição estratégica, um risco antropomórfico eurocêntrico totalmente fora de lugar. Não temos noção do tamanho da vida no universo, sendo difícil imaginar que seríamos algum padrão da vida. Segundo, sendo vida um processo natural, ou seja, está na estrutura e dinâmica do universo como conhecemos, a emergência não cria nada; apenas ocasiona o surgimento, dependendo de circunstâncias das quais ainda não temos ideia suficiente. A citação de Sagan é relativamente modesta, mas na percepção de A toma um vulto exagerado, postulando uma excepcionalidade humana, fora de lugar. Não temos visão minimamente suficiente do universo, muito menos da vida possível nele, para asseverar que temos um papel de destaque ou mesmo único. Soa paranoico. 

Insiste em que as leis e constantes da física teriam esculpido a trajetória evolucionária para a vida no universo – e cita Kurzweil, como destino cósmico”, mesmo em esboço muito preliminar – não se pode garantir o sucesso do Homo sapiens. Podemos fracassar como civilização e, olhando para a destruição do planeta, não seria difícil imaginar uma autodestruição. A entende o progresso não como força mística, mas como aprendizagem da falha. A seleção natural seria o algoritmo para correção de erro. A citação de Kurzweil é um preito espúrio, porque é uma autor muito distante da complexidade, porque sempre tomou a tecnologia como determinista, no sentido mais vulgar em ciência. Enquanto A defende a vontade livre e seu poder causal, outros fanáticos da tecnologia consideram a esta como destino humano, a ele subordinado. Reconhece que o novo paradigma precisa se comprovar. “A maiores emergências na auto-organização do universo serão explicadas mecanicistamente, de sorte que podemos ver precisamente como e por que complexidade adaptativa e o conhecimento que incorpora inevitavelmente e sem fronteira, como consequência das leis da física e as dinâmica evolucionárias que emergem das constrições que impõem à matéria em movimento. Em nossa busca por entender a evolução cósmica, vamos chegar à ‘teoria de tudo’ que podemos chamar de teoria unificadora da realidade (A:6). É uma petição arcaica, do velho paradigma, totalmente divorciada da noção de complexidade, na qual não cabe uma teoria de tudo – por definição esta não teria como abarcar a complexidade, porque não o teórico que a tudo vê. E acrescenta, mui ingenuamente: “Esta teoria ambiciosa tenta resolver os maiores mistérios restantes da ciência. O infame “problema duro da consciência”, o enigma da vontade livre e o mistério da complexidade cósmica crescente num universo crescentemente entrópico tudo começa a se desvelar à medida que a teoria unificadora dissolve os paradoxos criados por postulados injustificados da visão reducionista e expõe as arapucas da linguagem que impediram fazer progresso intelectual por tanto tempo. Introduzindo teoria síntese evolucionária – a síntese evolucionária integrada – a teoria unificadora da realidade faz a ponte do gap entre o quantum e o cosmológico com princípios da biologia evolucionária... (A:6). 



CONCLUSÃO



Propõe ao fim da introdução: “No término da viagem, teremos chegado a uma mundivisão científica e espiritual – chamada metanaturalismo poético – que desafia tudo que pensamos saber sobre o mundo. Segundo esta filosofia, a realidade é inerentemente criativa, pois está sempre produzindo padrões novos que são ‘rimas’ nos padrões do passado. O conhecimento que esta nova mundivisão oferece sobre o poder do conhecimento pode ser só algo que  salve nossa civilização específica da autodestruição. O relógio existência está tiquetaqueando, em tão vamos começar” (A:7). Custa a crer que esta mistura de determinismo e esoterismo possa nos salvar, sobretudo sob as bênçãos tão reducionistas de Kurzweil. A pólvora já foi descoberta, mas muitos acham que vão descobrir. Seria mais realista aceitar que estamos muito longe de entender os mistérios do universo. A teoria da complexidade ainda é uma promessa, só. Tem a vantagem de reconhecer que precisamos nos reinventar e isto implica largar as teorias de tudo, que são apenas fake news. Explicação mecanicista só serve para o lado mecanicista da realidade (linear); não é útil para o lado complexo que pede outra abordagem. 



REFERÊNCIAS



AZARIAN, B. 2022. The Romance of Reality: How the universe organizes itself to create life, consciousness, and cosmic complexity. BenBella Books. 

SAGAN, C. 1995. The abundance of life-bearing planets. Bioastronomy News, 7(5):1-14. 

TEGMARK, M. 2017. Life 3.0: Being human in the age of artificial intelligence. Knopf. N.Y.


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