O Saldo positivo da pandemia!

Nunca na história da minha vida, imaginei ver o mundo passar por tudo isso. Acho que posso dizer que foi “a crise” ou o problema que mais me fizeram refletir sobre a existência humana! 

Pensei nesse título, justamente pra você se interessar e já pensar: 

Nossa deixa eu ler aqui pra ver se eu também tive saldo positivo em meio toda a essa loucura!? 

E eu já te respondo de primeira. Mas é claro que você teve!

Se você está lendo esse texto, você tem internet, tem um lar, sobreviveu a tudo e ainda se vê firme. Principalmente aqui no LinkedIn, buscando um nova vaga, sonhando com um case de sucesso só seu, vendo quem se deu bem, pensando em como se destacar pra aquela vaga que você sempre sonhou, saber o que as empresas estão falando e fazendo de bom. Claro, isso é incrível e é pra isso que serve essa plataforma. Mas só isso já é lindo e aí já está seu sucesso, Sabe porque? Você sobreviveu, ou seja, você tem saldo positivo na pandemia. E o resto, é tudo consequência!

Isso mesmo. SOBREVIVER! 

Sobreviver à distração de uma casa com filho pequeno que tinha uma rotina, e em uma semana tudo foi tirado dele (escola, amigos, atividades, esporte)

Sobreviver à tensão e à preocupação de não saber o dia de amanhã! 

Sobreviver junto com a empresa que você trabalha pra entregar o seu melhor... (esse melhor não é o mais brilhante padrão) “fora da curva”, mas sim o “seu melhor” “o que a situação permitiu que você entregasse naquele momento”;

Sobreviver aos turbilhões emocionais que a nossa cabeça se encontra diante de tudo isso.

Sobreviver ao medo de perder alguém que você ama. 

Sobreviver à adaptação de nova rotina que já é realidade. 

Sobreviver aos sonhos e planos que você tinha e estão “temporariamente suspensos”.

Sobreviver ao desespero de saber que não estão te vendo, então você precisa responder a mensagem, o e-mail, o job AGORA. 

Me pego pensando muito sobre o tempo que não gasto mais na locomoção trabalho-casa/casa-trabalho e me cobrando que deveria estar lendo um livro, fazendo um curso, trabalhando mais ainda. Que deveria já estar fluente em 5 línguas, me formando em coach universal power dos magos infinitos e arrasando no LinkedIn, mas sinto que a única coisa que preciso mesmo, é sobreviver. Tenho tentado apenas pensar que, na verdade deveria apenas agradecer por poder estar salvo, por poder estar mais com a minha esposa e filho e curtir o hoje. Afinal de contas, quem no Réveillon desse ano, imaginava que o ano seria assim?

Na verdade quando comecei a escrever esse texto, era pra dizer que o amor, empatia e cuidado pra mim nesse momento vale muito mais que qualquer Job que te faça ganhar muito dinheiro, muitos elogios e muitos prêmios. 

“Mas Caio, não seja bobo: sem dinheiro, sem reconhecimento não somos nada.” Sim eu sei. Concordo e adoro as duas coisas, mas o que peço e tenho tentado entender é que as relações não sejam pautadas como antes. Que as análises sobre a sua equipe, chefe, time, filho, neto, amigo, pai, mãe, esposa, marido, sejam reconsideradas. Que você cuide do seu colega de trabalho, que você tenha a sensibilidade pra saber se alguém precisa de ajuda, que você pare de digitar loucamente e fazer mil reuniões e abra a câmera pra saber como aquela pessoa está se sentindo em meio a tudo isso. Que você faça networking pra aqueles conhecidos que perderam o emprego. Que você se sente na mesa pra almoçar com a sua família e fique 30 min sem olhar no celular e preocupado que alguém pode te procurar, com os e-mails que estão chegando e que você não estará disponível para responder em 3 segundos. 

Enfim. Hoje eu quero só dizer que o melhor remédio pra tudo que estamos passando é “colo” é o “colo que cura” é o “colo que ajuda” e “dando colo” pra quem precisa que vamos ser mais fortes. Mais unidos. Principalmente pra aqueles que perderam alguém querido! 

Com mais empatia, mais sensibilidade e amor, vamos sobreviver e estar “preparados” pro “novo normal” ou que seja... novo anormal? 

Afinal de contas. Como comecei, termino: tudo é consequência! 

E você? Já deu colo pra alguém hoje?