O TDAH em 1 minuto
Por Alda Torres, Chatbot Developer em Take Blip

O TDAH em 1 minuto

 Quando eu era criança, meus coleguinhas me mordiam e me batiam porque aparentemente eu os ignorava. Meus professores tinham certa dificuldade em entender onde é que estava minha cabeça, mas a verdade é que eu estava vivendo no meu próprio mundinho. Eu cresci um pouco mais e à medida que descobria tantas novas informações, tudo ficava ainda mais difícil de processar, e depois, quase impossível. 

  Meu eu adolescente era quieta, tímida eu continuava vivendo no meu mundo e tentando entender o mundo dos outros lá fora. "Ela é tão madura", diziam. Porém, hoje eu sei que estava observando e tentando seguir uma vida que não era minha, que eu não podia me forçar a seguir. 

  Então me reinventei, criei personagens e os vivi. Quebrei a cara por não conseguir me adaptar, eu parecia estar em looping: corria mais que todos e nunca chegava à altura de ninguém. Era desesperador. Um pouco mais tarde, eu descobri que era TDAH e aí senti um buraco se abrindo no chão e me levando junto. A princípio, o pensamento mais comum sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade veio à tona: agitada e desatenta, ponto. Só que… Era muito mais que isso. A sensação de nunca ter estado mentalmente presente em nenhum momento da minha vida é, no mínimo, intrigante - porque desesperador já está ultrapassado a essa altura.

  Acho que é impossível explicar o que é esse transtorno em apenas um texto, mas ele é a minha vida também. O processo de se entender e aceitar as condições é muito demorado, na verdade, acho que ele nunca acaba. Mas enfrentar o mundo lá fora e todos os preconceitos acerca do TDAH é um processo infinitamente pior. 

  Entre hiperfocos novos a cada semana, hipersensibilidade, hiper capacidade e a dificuldade em lidar com emoções, entre tantas outras coisas que permeiam o TDAH, eu fui gradativamente encontrando a melhor forma de lidar comigo. 

  No trabalho, ao contrário do que muitos pensam, a minha agilidade e capacidade de resolução de problemas me ajudam a compensar muita coisa. Não é fácil, claro que não, mas a partir do momento em que eu me encontrei, não só na minha profissão mas também na vida, tem sido libertador poder ser eu mesma. :) 

 

 

Fernanda Silveira

Sócia na Lacerda Diniz Sena Advogados | Professora e Doutora em Direito Tributário

2 a

E raro ver um texto sobre TDAH. fui diagnosticado desde pequeno por ser extremamente "bagunceiro" rs não conseguia entender as coisa nem o que escrevia, aí como tive muita dificuldade e poucos professores que me deram atenção, ia copiando tudo e em casa eu lia tudo de novo e escrevia em uma folha nova, assim fui aprendendo sozinho como resolver as fórmulas matemáticas, nesse tempo por causa da educação da minha mãe sempre fui mais focado em estudar e fazer as coisas sozinho do que em grupo, apesar que quando ingressei no mercado de trabalho tive que aprender a trabalhar e atuar em equipe, hoje em dia já acostumei as vezes bate umas ansiedades mas nada que hábito diário de leitura é estudos não controla isso.

Alda Torres você é maravilhosa e extremamente competente! Obrigado por compartilhar a sua experiência conosco!

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