“O TRIUNFO DOS PORCOS”
«Todos os homens procuram ser felizes. Isto é, sem excepção. Quaisquer que sejam os diferentes meios que empregam para isso, todos tendem para esse fim. O que faz que uns vão à guerra e outros não, é este mesmo desejo que está nuns e noutros, acompanhado de diferentes modos de ver. A vontade nunca dá nenhum passo, por pequeno que seja, a não ser para este objectivo. É o motivo de todas as acções de todos os homens, até mesmo dos que se vão enforcar (…)» Pascal, Pensées 425
«Estamos a viver num mundo onde ninguém é livre, no qual dificilmente alguém está seguro, sendo quase impossível ser honesto e permanecer vivo.» George Orwell, The Road to Wigan Pier. George Orwell
A obra que refiro em título de George Orwell é uma das mais queridas alegorias sobre a perversão dos direitos mais básicos dos indivíduos e a sua alienação em prol de algo extremamente destrutivo e destruidor dos caminhos da felicidade.
Num tempo em que os povos da Europa caminham alegremente para serem o lebensraum (espaço vital em alemão) que todos os poderes alemães tentaram e não conseguiram nem com várias guerras, em particular a II Guerra Mundial, temos toda a legitimidade para questionar todos os responsáveis políticos portugueses sobre o que andaram a fazer desde o 25 de Abril de 1974.
As decisões de Bruxelas são mais de 75% da nossa autonomia/independência, mas Bruxelas não é a União Europeia. A União é suposto ser dos povos, mas paulatinamente os burocratas foram eliminando os poderes de decisão de cada Estado, introduzindo aos poucos e poucos a ideia que a luta de classes está morta e o único modelo plausível é o modelo americano, capitalismo, eliminando o bem mais precioso europeu dos pós-guerra – A Democracia/O Estado Social.
Bruxelas nunca foi democrata, apenas e só uma lança dos interesses de países como a Alemanha e dos USA. Por isso se negoceia nas costas dos povos europeus o TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership) que permitirá transformar todo um continente escravo das multinacionais. Repare-se que a organização europeia que mais interesses tem nesta vinculação é pouco conhecida mas não faz segredo dos seus interesses, ERT(European Round Table) que desde 1991 é o lóbi mais poderoso junto da Comissão Europeia e demais organismos comunitários.
Por isso, ler, debater, pensar, é o melhor que qualquer cidadão deve fazer, antes que acordemos um dia sob a pata do tio Sam ou de Berlin.
Os olhos públicos em privado são mais carinhosos e honestos que os olhos privados em público.
Faro 14-07-2016
Jaime Dias