Oráculos, sonhos e sussurros; a sabedoria no mistério

Por milhares de anos, praticamente todas as culturas convivem com oráculos. Do uso de baralhos em iconografias e representações diversas à consulta a feiticeiras e shamans, os modelos de acesso a uma sabedoria oculta, metafísica e intangível tem permeado sociedades em todos os continentes, em todos os tempos.

Entre os incontáveis benefícios que colhemos a partir do crescimento do pensamento positivista e científico, perdemos algumas riquezas. A supremacia de uma lógica baseada na ideia de que só é aceitável aquilo que pode ser explicado minuciosamente nos fez jogar à marginalidade sabedorias potentes, que há séculos vem participando dos mais importantes momentos da História das civilizações.

O acolhimento da sabedoria contida nos modelos oraculares é uma delas.

Desde que a Física Quântica começou a ganhar algum espaço ao sol em nossa sociedade contemporânea, o inexplicável tem ganhado novamente algum lugar. A ideia tão intensamente investigada por esta área, de que há informação contida no campo elétrico constituinte dos átomos, tem trazido renovado interesse aos processos oraculares, e assistimos o ressurgimento, ainda tímido, de processos baseados no acesso a estas informações. A espiritualidade reaparece no trabalho e o misticismos arrisca às vezes sair do buraco. A energia invisível forma o mundo e nela tem informação.

As Constelações ou Visualizações Sistêmicas e  os tarôs tem aparecido mais e mais, e são cada vez menos classificados de forma pejorativa. Ainda de maneira discreta, líderes em diferentes organizações aceitam que sua formação de opinião receba um leve sopro de processos menos científicos e, pretensamente, mais objetivos. Isso ao mesmo tempo amplia as informações que fundamentam as decisões e diminuem a hipocrisia contida nelas. Digo isto pois muitas decisões são justificadas com o uso de modelos e análises, sem que efetivamente aqueles que as usam acreditem no que estão fazendo. Acabam por desempoderar-se, atribuindo a decisão ao método usado ao invés de assumirem o protagonismo como agentes dessas escolhas. As diversas tecnologias de acesso às informações dizem respeito também a gerar mais clareza e organização a informações que nós mesmo já temos, mas ainda não percebemos, pois ainda não as organizamos de forma a nos fazerem sentido.

Na Corall temos experimentado profundamente a convivência entre os mais modernos modelos de análise e as mais antigas e misteriosas formas de sabedoria e acesso à informação. Temos sido brindados com resultados potentes e uma experiência vibrante e rica. Temos feito isso em nossa própria gestão, e também em inúmeros clientes, que vem cada vez mais se encorajando, uma vez que tem experimentado resultados empolgantes.

Nenhuma forma de sabedoria que possa ser captada pelo humano pode dar conta de compreender e explicar a totalidade das dinâmicas da realidade. Profundamente complexa em seus mecanismos e em sua abundante riqueza de elementos, a realidade será sempre mais do que podemos captar, e guardará em si segredos e informações que não poderemos dominar. Sendo assim, seja qual for o modelo usado, poderemos sempre captar, no máximo, um punhado limitado de informações para fundamentar nosso caminhar.

A sabedoria misteriosa e infinita pode ser tocada em parte também pelos processos não científicos, não objetivos em sua essência, que se manifestam através de intuições, escutas mediúnicas ou estruturas oraculares, que nada mais são do que tecnologias que permite acessar mais um pedaço desta imensidão de informações. Muitas vezes, mais precisas do que quaisquer outras.

Nosso modelo de educação, e destacadamente de educação formal, nos ensinou a temer e desconsiderar estes processos inexplicáveis. Ainda que por alguma razão eles tenham se desenvolvido em todas as culturas, em todos os lugares do planeta, desde o início da existência humana. Seria interessante ao menos perguntar-se porque. Não há neles alguma riqueza, dado que sempre surgiram e seguem surgindo? A riqueza e a profundidade do caminho pode ampliar-se de forma sensacional se pudermos abrir mão do absolutismo dos processos mecânicos, e darmos espaço também a esta sabedoria em sua multiplicidade de formas, muitas delas, com milhares de anos de experiência em relacionar-se com a vida e em ajudar pessoas a tomarem decisões importantes.

Fica aqui meu convite à bravura de aceitar que também de mistério é feita a realidade. E que líderes podem ser mais potentes quando abraçarem de peito aberto as linguagens que existem para se relacionar, não com a certeza, mas com a aceitação de que sempre há muito que não se sabe. Mergulhar no mistério é dar vibração à vida e aceitar o risco de ir mais longe.

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