Organizações...a reboque da arte !
E se pedíssemos aos colaboradores de uma organização para escolherem o quadro ou pintura que melhor representasse a organização onde trabalham ? E se, depois de juntarmos todos os exemplares escolhidos pelas pessoas, se fizesse uma exposição comentada onde TODOS e um de cada vez...referissem as razões da escolha ? E se pegássemos nos aspetos referidos pelas pessoas como pontos de alavanca para o reforço da organização ?
Claro que o exercício, a esta hora da leitura..., já estará trucidado por argumentos que irão do mais básico ao mais elaborado mas, provavelmente, todos eles a apontar para o absurdo da ideia e para o caricato do hipotético resultado. Onde já se viu ?..., dirão mesmo alguns, para quem o que realmente conta é o que se transporta do passado, se aplica ao presente para lançar o futuro. É que essa coisa do experimentalismo e das ideias criativas tem o seus contextos adequados..., talvez uns seminários, ou mesmo umas formações, na melhor e mais ousada das hipóteses uns ateliês em registo outdoor..., mas nunca em contextos reais de trabalho. Há que zelar pela ordem das coisas e não embarcar em baforadas que só dão mau resultado !
Mas sendo a ideia podre de absurdo..., sem qualquer hipótese de gerar o que quer que seja de positivo ou estruturante..., porque não esticar um pouco a corda e, uma vez que não vai ser posta em prática e, como tal..., podem descansar os que não descansam quando pensam que descansam..., jamais verá a luz do dia..., retirar do exercício algumas pontas para posterior análise ? Então, num cenário de passagem à prática de tal dinâmica, que nunca irá acontecer, reforço a convicção, não vá provocar alguma crise fatal ou, até, circunstancial aos mais conservadores..., iria pedir-se aos colaboradores da organização para escolherem um quadro, pintura, escultura que, do seu ponto de vista, melhor representasse a organização onde trabalha e, na tal exposição coletiva e comentada, iria pedir-se que cada um dissesse o que via na organização e, simultaneamente, no quadro...pintura...escultura que tinha escolhido. E se fosse dado o devido espaço e importância à perceção de cada um, a partir do que sabemos hoje... que as pessoas não reagem à realidade mas à representação que fazemos da realidade..., sobre a organização onde exerce a sua atividade profissional ? E se essas representações fossem trabalhadas como estrugido para uma confeção de qualidade ?
Claro que também haveria efeitos secundários. Logo à cabeça iria assistir-se a um upgrade cultural. A quantidade e diversidade de arte à disposição de todos seria um facto. E com grande significado ! Por outro lado, a possibilidade de cada um poder intervir e dizer o que percebe do que tem à frente também seria um fator de relevo, acredito mesmo que inédito em muitos mais casos do que a nossa perceção externa supõe. Uma outra vantagem secundária, nada despicienda, teria a ver com a forma natural e participada como a arte passaria para dentro das organizações, construindo-se, de raiz de processos, uma galeria dinâmica em que todos se iriam rever.
Se, para aqueles resistentes que até este ponto do texto chegaram, ainda vos parecer um verdadeiro absurdo..., agradeço-lhes a atenção e o elogio. É que...ideia que não seja absurda, a princípio..., não tem futuro !. Ainda se lembram de quem disse tão significativa frase ?