Os heróis de vendas contra a crise

Outro dia eu estava num posto de gasolina na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, quando veio um cara me vender um limpa vidros, que serve como cera para lataria também.

E eu naqueles dias de má vontade e atrasado para chegar na Editora. Mas o cara era bom. Em dois minutos ele demonstrou a eficiência do produto, usou 3 paninhos diferentes para limpar e lustrar e acabou me convencendo a levar uma garrafa.

Dei os parabéns a ele, por ser um ótimo vendedor. Apertei a sua mão e ele me disse que aquele retorno era muito gratificante. Que recebia várias propostas de trabalho ali no posto. Claudio era o seu nome. O nome do rapaz que deve ficar umas 10 horas em pé no posto, vendendo um produto de marca não conhecida, mas que é um daquele vendedores natos, capaz de te convencer a levar algo num papo de elevador. Capaz de, na crise, fazer você comprar algo que não estava programado.

Em anos trabalhando em empresas, sempre achei vendedor uma categoria menosprezada, mas são poucos os dispostos a enfrentar o dia a dia da batalha das ruas pelas vendas. Menos ainda os bem sucedidos. Vender bem é um talento que você tem ou não. Assim como jogar bola, desenhar, falar linguas.

Você pode até aprender a fazer isso, pode se esforçar e se superar, mas vender é na verdade é um dom. E tem muito a ver com a sua capacidade de manter uma atitude mental positiva independente do cenário.

É aquele sujeito que acorda cedo, toma dez nãos para cada sim, que houve reclamações sobre as vendas, pedidos de verba e prorrogação de prazo. E isso, o dia inteiro. Mesmo assim, ele vai em frente para bater a sua meta e manter a sua empresa e o país funcionando. 

Neste momento onde o dinheiro e o otimismo andam escassos, são eles que muitas vezes fazem a diferença na ponta. Aos vendedores que movimentam o mercado e têm uma luta diária olhando no olho da crise meus parabéns e o meu obrigado. E boas vendas.