OS MANSOS OS TORTOS
Já não dera para me despedir de ti naquela manhã de domingo
Já não dera para poisar as estrelas no cesto de vime
Nem para provar o vinho o pão as amêndoas
Já não dera para o passeio de outros tempos nas veredas onde as rendas são nacos de pó
Nem para o clique redondo dos relógios de cuco
Já não dera para as longínquas mágoas de quem morre nas cercanias
As aves caíam com os ossos ralos nas terras sem vida
E a solidão morava nas casas dos velhos
Onde a morte era doce e meiga como uma aragem
E ia acolhendo os impetuosos os mansos os tortos
A coita do amor.