OS MANSOS OS TORTOS


Já não dera para me despedir de ti naquela manhã de domingo

Já não dera para poisar as estrelas no cesto de vime

Nem para provar o vinho o pão as amêndoas

Já não dera para o passeio de outros tempos nas   veredas onde as rendas são nacos de pó

Nem para o clique redondo dos relógios de cuco

Já não dera para as longínquas mágoas de quem morre nas cercanias

As aves caíam com os ossos ralos nas terras sem vida

E a solidão morava nas casas dos velhos

Onde a morte era doce e meiga como uma aragem

E ia acolhendo os impetuosos os mansos os tortos

 

 

#ceciliabarreira

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