Outubro Rosa além das campanhas: quando o diagnóstico chega

Outubro Rosa além das campanhas: quando o diagnóstico chega

No Outubro Rosa, a Comunicação Interna nas empresas aborda muito sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de mama, mas e quando o diagnóstico chega? Como o ambiente corporativo pode oferecer suporte emocional e prático para colaboradoras diagnosticadas?

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a estimativa é de mais de 73 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil, cada um trazendo consigo histórias de luta e superação.

Este artigo explora o acolhimento no ambiente de trabalho para quem enfrenta o câncer de mama, além de estratégias de Comunicação Interna para promover empatia e dignidade durante e após o tratamento.

Importância do Acolhimento no Ambiente Corporativo

O diagnóstico de câncer de mama traz desafios emocionais, psicológicos e físicos significativos. Quando uma colaboradora compartilha essa notícia, a empresa precisa oferecer uma resposta que vá além da simpatia.

O apoio emocional é fundamental para que a colaboradora se sinta amparada. Juliana Arabage, psicanalista e escritora, autora do livro “A Tristeza é Barraqueira. Trate-a bem.”, relata sua própria experiência:

“O medo de morrer foi a primeira coisa que veio, sem dúvidas. Aquele questionamento de ‘será que eu já fiz mesmo tudo o que queria na vida?’ O câncer chega e você precisa reagir. Ele não te pergunta se você aguenta o tranco. Ele joga o tranco no seu colo.”


Juliana Arabage, psicanalista e escritora, autora do livro “A Tristeza é Barraqueira. Trate-a bem.”

A Comunicação Interna pode criar um ambiente acolhedor onde a colaboradora se sinta segura para expressar suas emoções e necessidades. Horários adaptados e a possibilidade de trabalho remoto são algumas das medidas que ajudam essas mulheres a enfrentar os desafios do tratamento sem sentirem que estão comprometendo sua recuperação.

Abaixo, separamos mais algumas dicas para a sua Comunicação Interna e o RH possam trabalhar em campanhas juntos:

1) Flexibilidade e acolhimento

Quando uma colaboradora é diagnosticada com câncer de mama, o afastamento para o tratamento pode ser necessário. Neste momento, a empresa desempenha um papel crucial em passar segurança. É importante que a colaboradora saiba que a empresa compreende a gravidade da situação e apoia sua recuperação, garantindo que ela pode se afastar sem preocupações com suas responsabilidades no trabalho.

Estender benefícios como acompanhamento médico e flexibilidade de horário desde o momento do diagnóstico pode contribuir para que a colaboradora se sinta acolhida e segura para focar em sua saúde.

2) Retorno gradual ao trabalho

Um dos aspectos mais desafiadores, e menos comentados, é o “chemobrain” — nevoeiro cognitivo que afeta a memória e a concentração de quem passa por quimioterapia. Colaboradoras que enfrentam esse efeito colateral podem ter dificuldade em realizar tarefas rotineiras ou até lembrar de atividades simples.

A empresa deve oferecer um plano de retorno gradual, adaptando as funções de acordo com a capacidade da colaboradora. Isso demonstra respeito pelo tempo de recuperação e compreensão sobre a complexidade do processo de cura.

3) Apoio Psicológico

O impacto psicológico do câncer de mama não termina com o tratamento. A colaboradora pode continuar enfrentando medo, luto e incertezas. Juliana Arabage ressalta:

“É preciso validar o medo, o sofrimento, o luto pela perda da rotina, pela perda do seio, por tantas perdas que chegam com o diagnóstico.”

Oferecer suporte psicológico contínuo, como terapia ou grupos de apoio, ajuda a colaboradora a lidar com essas emoções. Promover um ambiente aberto sobre saúde mental cria um espaço seguro para compartilhar experiências sem medo de estigma.

4) Sensibilização de Gestores e Cultura de Empatia

Os gestores desempenham um papel central na criação de um ambiente de acolhimento. Treinamentos específicos ajudam a entender o impacto do câncer de mama e a promover uma cultura de apoio genuíno. Um gestor sensível sabe que o retorno ao trabalho não é apenas retomar atividades, mas recomeçar após enfrentar um dos maiores desafios da vida.

Preparar a equipe para receber a colaboradora de volta, ajustar o ambiente de trabalho e reconhecer suas limitações são fundamentais para garantir uma transição suave. Além disso, incentivar exames periódicos demonstra uma preocupação contínua com o bem-estar de todas as colaboradoras, não apenas no Outubro Rosa, mas durante todo o ano.

Apoio da Comunicação Interna e RH no retorno ao trabalho após o Câncer de Mama

Concluir a jornada contra o câncer de mama vai além dos cuidados médicos — envolve uma rede de apoio acolhedora, onde Comunicação Interna e RH desempenham papéis essenciais. Juntos, eles podem facilitar o retorno ao trabalho de forma mais humana, garantindo que a colaboradora se sinta não apenas bem-vinda, mas parte de um time que reconhece sua resiliência.

Com iniciativas como comunicações transparentes e alinhadas, além de políticas de apoio bem estruturadas, esses departamentos promovem um ambiente de empatia e pertencimento. Neste Outubro Rosa, que o retorno ao trabalho seja mais que uma reintegração — seja uma celebração de força, superação e cuidado.

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Este artigo foi escrito pela Cibele Menezes Reis #Repper do núcleo de CI do Grupo Trama Reputale.

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