PCE calibra expectativa com juros nos EUA
Bolsas globais operam sem direção única nesta quinta-feira, com investidores à espera de mais um dado chave de inflação nos EUA que ajudará a calibrar expectativas com relação à trajetória dos juros na principal economia do mundo.
Os futuros de NY apresentam queda modestas enquanto, na Europa, as ações oscilam em torno do zero a zero em dia movimentado pelo calendário de resultados corporativos. Destaca-se o vigoroso desempenho da Moncler SpA, cujo lucro superou as expectativas, enquanto a Air France-KLM registrou declínio após divulgar prejuízo no quarto trimestre. Já a Anheuser-Busch InBev recuou ao não atingir as projeções de lucro dos analistas.
Os investidores aguardam os dados do deflator de gastos de consumo pessoal (PCE inflation) nos Estados Unidos, programados para a manhã desta quinta-feira. Há expectativas de que a inflação do PCE, a ser divulgada às 10:30, acelere para 0,3% na comparação mensal em janeiro, com o núcleo, que exclui componentes mais voláteis, mostrando uma alta ainda mais significativa, de 0,4%. A eventual elevação do índice poderia corroborar os pronunciamentos recentes dos dirigentes do Fed, os quais não demonstram urgência em adotar uma postura mais flexível na política monetária. Contudo, o Federal Reserve americano não deve superdimensionar a importância desse dado, considerando o caráter sazonal do aumento.
Ontem, o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, declarou na quarta-feira que o banco central tem “um longo caminho a percorrer” na batalha contra a inflação, e o chefe do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, recomendou paciência em relação a ajustes na política monetária.
O índice do dólar (DXY) recua, com destaque o iene, que obteve a maior valorização em mais de uma semana em relação ao dólar, após um membro do Conselho do Banco do Japão indicar que a tese para encerrar a política de taxas de juros negativas está ganhando força. Os rendimentos dos títulos do Tesouro avançam após um movimento que viu o rendimento do título de 10 anos cair quatro pontos-base e o de dois anos, sensível à política, baixar seis pontos-base nesta quarta-feira.
Atualmente, o mercado está precificando aproximadamente 75 pontos-base de flexibilização até o final do ano – número alinhado ao trazido pelo gráfico de pontos como mais provável em dezembro. Isso equivaleria a três cortes em 2024 – considerando que historicamente as ações do Fed ocorrem em incrementos de 25 pontos-base.
No Brasil, a Petrobras afirma que ainda não há decisão sobre dividendos, após a significativa queda das ações na sessão anterior devido às declarações de Jean Paul Prates sobre a cautela na remuneração aos acionistas. Paralelamente, em Brasília, a tentativa de incluir municípios na solução para a desoneração da folha mantém o fiscal em pauta entrando em março. Na agenda, o Banco Central deve encerrar a rolagem de swap, o Tesouro realiza um leilão de pré-fixados, e o IBGE divulga os números da PNAD-Contínua de janeiro, com estimativa de alta na taxa de desemprego (est.: 7,8%).
Agenda Brasil
09h00 – PNAD-Contínua (jan) – IBGE
10h15 – Indicador de incerteza na economia (fev) – FGV Ibre
11h30 – Leilão de NTN-F e LTN – Tesouro
14h30 – Fluxo cambial semanal – Bacen
Recomendados pelo LinkedIn
Agenda Internacional
10h00 – Alemanha – CPI Harmonizado (fev/prelim.) – Destatis
10h30 – EUA – Consumo e renda pessoal (jan) – BEA
10h30 – EUA – Deflator do PCE (jan) – BEA
10h30 – EUA – Pedidos de auxílio desemprego – DoL
12h00 – EUA – Vendas pendentes de moradias (jan) – NAR
12h50 – EUA – Discurso R. Bostic – Fed (Atlanta)
13h00 – EUA – Discurso A. Goolsbee – Fed (Chicago)
15h15 – EUA – Discurso J. Williams – Fed (NY)
22h30 – China – PMI Composto (fev) – NBS
22h45 – China – PMI Industrial (fev) – Caixin