Pesquisa inédita apresenta raio X do uso de tecnologia no varejo para ganho de produtividade
Desde que vim pra TOTVS, eu tinha um sonho de poder usar o alcance da empresa para poder coletar informações do mercado, considerando toda a amplitude de segmentos, clientes e soluções para gerar benchmarks que permitissem que varejistas tivessem referências de outros varejistas.
Esse sonho deu um primeiro grande passo a frente quando lançamos o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) Varejo, um estudo encomendado por nós à H2R Insights & Trends com o objetivo de avaliar o nível de produtividade tecnológica no setor com base em uso de ERP e de outros sistemas de gestão.
A pesquisa é composta por vários indicadores que avaliam o nível de adoção de soluções de tecnologia nos processos da empresa e, acima de tudo, medir o ganho de performance do negócio e da operação obtido com o uso deles. O material completo está disponível para download gratuito no site da TOTVS.
Consideramos empresas nacionais e multinacionais, com faturamento igual ou maior a R$ 2 milhões, distribuídas em todas as regiões brasileiras. Dos profissionais que responderam, 54% são da área de TI e 35% administrativos.
Neste artigo, tentei minerar alguns dos principais insights que achei que valia a pena compartilhar com vocês.
Estamos no meio do caminho da digitalização
Para começar, o principal indicador produzido é o IPT em si, um índice que indica qual a produtividade dos varejistas com o uso de tecnologia, numa escala de 0 a 1. O resultado do IPT Varejo médio nacional foi de 0,43, o que mostra que estamos ainda no meio do caminho da produtividade tecnológica. Apenas 5% estão realmente avançadas nesse processo, ocupando o último quartil, com IPT acima de 0,75.
O IPT Varejo médio nacional foi de 0,43 em uma escala de 0 a 1
Sem dúvida, o porte da empresa influencia no índice. As de grande porte têm índice 0,47, contra 0,44 nas médias e 0,38 nas pequenas. Quanto ao setor, a liderança é dos supermercados de proximidade (0,53), seguidos por super/hipermercados e automotivo/concessionárias (0,45), farmácia/drogaria (0,44), home center/construção e moda (0,43), beleza/cosméticos (0,37) e food service (0,30).
Constatamos ainda que fazer parte de uma rede influencia na produtividade tecnológica, provavelmente pela necessidade de organizar e sistematizar melhor as informações da empresa, e demandar administração de mais lojas e cuidar de mais produtos/estoques. O varejo de loja própria tem uma média no IPT de 0,40, enquanto as redes têm uma média de 0,48.
Canais de venda: digital já é quase ubíquo
O consumidor é omnichannel e o varejo já sabe disso. De acordo com o estudo, 94% da amostra possui pelo menos um canal digital de vendas. Isso prova que o varejo definitivamente saiu do físico rumo ao digital para alcançar o cliente final. Apesar disso, as lojas físicas ainda centralizam o faturamento, representando, em média, 67% das entradas. Os canais digitais respondem por 14%.
94% dos varejistas pesquisados já possuem pelo menos um canal digital de vendas, e as vendas digitais já são 14% da receita
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ERP está presente em todas as áreas, e gestão de clientes é o diferencial
Os sistemas de gestão e ERP têm um nível elevado de adoção em praticamente todas as áreas. O menor índice está no jurídico, com 51%. A adoção já é tão difundida que não dá mais pra atribuir ao ERP a diferença no nível de produtividade tecnológica das empresas. Podemos apenas imaginar que impacto teria no IPT caso houvesse uma amostra suficientemente boa sem uso do mesmo. Então hoje o principal elemento que tem feito a diferença na produtividade são soluções complementares!
Especialmente soluções de gestão de clientes, que ainda tem muito o que crescer, são claramente um aspecto chave para o ganho de produtividade. Para ter uma ideia, o CRM, que está presente em apenas 37% das lojas, tem um impacto de 0,13 pontos no IPT, ou seja, as empresas sem CRM tem um IPT médio de 0,38 e com passam para 0,51. Os mesmos efeitos acontecem nas empresas com e sem programa de fidelidade, cashback e chatbot.
Soluções de pagamentos têm espaço para crescer
Pensando nas vendas, a atenção do varejo ainda está, em geral, na frente da loja e seu caixa, com adoção principalmente de sistemas de PDV, retaguarda de loja (que integra informações com estoque) e conciliação de cartões. Isto já era esperado, mas percebemos que ainda há muito a avançar na questão dos pagamentos, que podem dar um salto de produtividade.
A Transferência Eletrônica de Fundos (TEF), que é a tecnologia para aceitar de forma integrada cartões no caixa/PDV, é adotada por apenas 55% dos entrevistados, apesar de facilitar e agilizar os recebimentos da empresa, como demonstrado pelo IPT que dá um salto de 0,13 quando comparadas empresas que usam e não usam a solução. O uso de conciliação de cartões gera um impressionante salto de 0,18, mas ainda não é utilizada por quase 1/3 dos varejistas. Soluções mais avançadas e autônomas, como autoatendimento e etiquetas eletrônicas, ainda são pouco adotadas. Todas elas, quando adotadas, produzem uma correlação significativa para aumento do IPT.
Percepção de performance
No geral, os entrevistados dizem perceber uma melhora do desempenho após a adoção de sistemas de gestão e ERPs. Essa percepção está relacionada ao que é mais importante para o varejo. Por exemplo, no campo operacional, o processo de precificação, core do negócio, tem um ganho mais perceptível do que em um processo considerado secundário, como o relacionamento e fidelização do consumidor. Na performance do negócio, vemos a mesma tendência. Aspectos como estoque e questões regulatórias têm maior percepção de melhora que o impacto na receita líquida, visto como mais distante.
De olho nos apps mobile
A pesquisa também perguntou sobre os planos e prioridades de investimento em tecnologia para os próximos anos. As soluções mobile lideram, sendo prioridade de 35% dos varejos participantes. Assinatura digital e digitalização de processos vêm na sequência, mostrando que as empresas buscam se livrar do papel para aumentar a produtividade. Soluções mais “hypadas” atualmente, como blockchain, inteligência artificial e robôs, foram menos citadas.
Esse é só um gostinho de tudo o que preparamos. Para conferir o IPT Varejo completo acesse o site e faça o download do material clicando aqui! Caso você leia e encontre outra correlação interessante, não deixe de voltar aqui no artigo para compartilhar suas impressões e feedbacks, ou já deixe seus comentários e percepções sobre a pesquisa e meus comentários. E aí, o que vocês acharam?