Poderosas e Influentes
Ao longo de algumas semanas acompanharemos a série inspiradora que fala sobre mulheres negras de todo o mundo que transformaram suas vidas e o seu território, deixando o seu legado falar por sí por muitas gerações.
Boa Leitura e não esquece de comentar e compartilhar essa inspiração com mais mulheres negras!
Elza Soares: A Voz do Milênio que Ecoa Resistência e Arte
Nascida em 23 de junho de 1930, em uma favela da zona oeste do Rio de Janeiro, Elza Soares foi criada em meio à pobreza extrema. Filha de Rosária Maria Gomes, que trabalhava como lavadeira, e Gomes Soares, que vivia como operário, sua infância foi marcada pelo trabalho precoce e pela luta constante pela sobrevivência. Desde cedo, a música estava presente em sua vida, um refúgio em meio às dificuldades.
Aos 12 anos, Elza foi forçada a se casar e, aos 13, deu à luz seu primeiro filho. Apesar dos desafios de uma vida adulta imposta tão cedo, a jovem encontrou forças para continuar sonhando. Foi em um programa de calouros, aos 16 anos, que sua vida tomou um rumo inesperado. Enfrentando o preconceito com sua aparência humilde, Elza impressionou Ary Barroso com sua voz poderosa, marcando o início de sua trajetória no mundo da música.
Na década de 1960, Elza se consolidou como uma das maiores vozes do Brasil, inovando com seu estilo único que mesclava samba, jazz e scat. Suas músicas refletiam a realidade do povo negro e periférico, conquistando espaço em um cenário ainda majoritariamente elitista. Turnês internacionais e colaborações com grandes nomes solidificaram seu prestígio no cenário global.
Além dos triunfos, a vida de Elza foi marcada por dificuldades intensas. Sua relação com o jogador Garrincha foi um turbilhão de paixão e violência, exposta ao público e carregada de preconceitos. Tragédias pessoais, como a perda de um filho e de Garrincha, somaram-se às batalhas internas de uma mulher determinada a resistir.
A força de Elza resplandeceu nos anos 1990, quando ela retomou a carreira com álbuns inovadores, como “Do Cóccix até o Pescoço”. Reinventando-se continuamente, ela transformou suas dores em arte, assumindo sua posição como símbolo de resistência e voz ativa contra o racismo e a opressão.
Até seus últimos dias, Elza Soares cantou com a mesma paixão que marcou sua estreia. Eleita a Voz do Milênio pela BBC, sua contribuição para a música transcendeu gerações.
Mais do que uma cantora, Elza foi um ícone de luta e inspiração, uma prova viva de que a arte pode transformar vidas e sociedades.
Marie Maynard Daly: Uma Cientista que Desvendou os Segredos do Coração
Marie Maynard Daly nasceu em 16 de abril de 1921, em Corona, Queens, na cidade de Nova York. Filha de Iván C. Daly e Helen (Page), foi incentivada por seus pais a buscar a educação. Seu pai sonhava em ser químico e frequentou a Universidade de Cornell, mas não pôde concluir seus estudos devido a dificuldades financeiras e se tornou empregado dos correios. Marie frequentou escolas públicas locais e graduou-se no Hunter College High School, em Manhattan. Ela atribui seu interesse pela ciência à formação científica de seu pai e à leitura de livros, como “Caçadores de Micróbios” de Pablo DeKruif.
Daly se matriculou em química na Universidade de Queens, onde se formou em 1942. No ano seguinte, obteve seu M.S. na Universidade de Nova York e, em seguida, ingressou na Universidade de Columbia para o programa de doutorado em bioquímica. Em 1948, fez história ao se tornar a primeira mulher negra a obter um doutorado em química nos Estados Unidos. Durante seus estudos, começou a ensinar, aceitando um posto na Universidade Howard em Washington, DC, como instrutora em ciências físicas, um ano antes de receber seu doutorado.
Em 1951, Daly retornou a Nova York, inicialmente como pesquisadora convidada e, posteriormente, como assistente no Instituto Rockefeller. Em 1955, tornou-se associada de bioquímica no Serviço de Investigação da Universidade de Columbia no Hospital Memorial de Goldwater. Ela permaneceu nessa posição até 1971, quando foi promovida a professora associada de bioquímica e medicina no Colégio Albert Einstein da Universidade Yeshiva de Nova York.
Marie Daly dedicou sua vida à pesquisa na área da saúde, focando nos efeitos do envelhecimento, tabagismo, hipertensão e colesterol no coração e nas artérias.
Sua pesquisa abrangeu aspectos bioquímicos do metabolismo humano e o papel dos rins nesse processo, além de estudar hipertensão e aterosclerose. Seu último trabalho concentrou-se no cultivo de células do músculo liso da artéria aorta.
Durante sua carreira, Daly ocupou vários cargos, incluindo pesquisadora na Associação Americana do Coração (1958–1963) e no Conselho de Investigação Médica de Nova York (1962–1972). Ela foi membro do conselho de aterosclerose e da Associação Americana para o Avanço da Ciência, da Sociedade Americana de Química, e da Academia de Ciências de Nova York (1974–1976). Também participou da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas Negras, da Associação Nacional de Empresas de Mulheres e Negros, e das sociedades Phi Beta Kappa e Sigma Xi.
Em 1988, Daly contribuiu para um fundo de bolsas no Queens College, destinado a ajudar estudantes afro-americanos interessados em ciência. Casou-se com Vincent Clark em 1961 e se aposentou em 1986. Marie Maynard Daly faleceu em 2003, deixando um legado significativo na bioquímica e na luta pela igualdade na ciência.
Rosa Parks: A Mulher que Mudou o Curso da História
A Coragem no Ônibus que Inspirou uma Nação
Rosa Louise McCauley Parks nasceu em 4 de fevereiro de 1913, em Tuskegee, Alabama, filha de James McCauley, um carpinteiro, e Leona Edwards, uma professora. Seus pais se separaram quando ela tinha dois anos, e Rosa mudou-se com sua mãe e irmão para Pine Level, perto de Montgomery. Desde cedo, vivenciou o impacto da segregação racial, como a exclusão de crianças negras dos ônibus escolares, o que a marcou profundamente.
Aos 19 anos, casou-se com Raymond Parks, um barbeiro e ativista da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP). Ele foi um grande incentivador de Rosa, especialmente quando ela também se tornou membro da NAACP, assumindo o cargo de secretária em 1943. O casal não teve filhos, mas sua união foi marcada por uma parceria na luta pelos direitos civis.
Em 1º de dezembro de 1955, Rosa protagonizou um ato de coragem que mudaria a história dos direitos civis nos Estados Unidos. Após um longo dia de trabalho como costureira, ela recusou-se a ceder seu assento em um ônibus para um homem branco, desafiando as leis segregacionistas da época. Sobre esse momento, Rosa declarou:
“As pessoas sempre dizem que eu não cedi meu assento porque estava cansada, mas isso não é verdade. Eu não estava cansada fisicamente. Não, a única coisa da qual eu estava cansada era de ceder.”
Sua prisão desencadeou o boicote aos ônibus de Montgomery, liderado por Martin Luther King Jr., que durou mais de um ano e levou à decisão da Suprema Corte de acabar com a segregação racial nos transportes públicos.
Após o boicote, Rosa e seu marido enfrentaram dificuldades financeiras e ameaças, mudando-se para Detroit em busca de segurança. Rosa continuou a defender os direitos civis até sua morte em 24 de outubro de 2005, deixando um legado que inclui diversas homenagens, como a Medalha Presidencial da Liberdade e uma estátua no Capitólio dos EUA.
Rosa Parks não apenas se tornou um símbolo de resistência, mas também um ícone da luta pelos direitos civis. Sua frase ecoa como um lembrete de que atos simples, mas corajosos, podem mudar o curso da história.
“Eu aprendi ao longo dos anos que, quando você está decidido, isso diminui o medo. Saber o que deve ser feito elimina o medo.” — Rosa Parks
Claudia Jones: Jornalista e Ativista
Claudia Vera Cumberbatch, conhecida como Claudia Jones, nasceu em 21 de fevereiro de 1915, em Port of Spain, Trinidad e Tobago. Quando tinha apenas nove anos, sua família emigrou para os Estados Unidos após a crise do preço do cacau em Trinidad. A perda de sua mãe, que faleceu quando Claudia tinha quatorze anos, marcou sua infância. Apesar de suas dificuldades, Jones destacou-se academicamente, ganhando o Prêmio Theodore Roosevelt de Boa Cidadania em sua escola de ensino médio.
Após a formatura, devido às condições financeiras da família, não pôde participar da cerimônia de formatura. Em vez de seguir para a faculdade, começou a trabalhar em uma lavanderia e, posteriormente, encontrou emprego no comércio no Harlem. Durante esse período, juntou-se a um grupo de teatro e começou a escrever uma coluna chamada “Claudia Comments” para um jornal local.
Em 1936, Jones se uniu à Young Communist League USA ao buscar apoio para os Scottsboro Boys, um caso emblemático de injustiça racial. No ano seguinte, ingressou na equipe editorial do Daily Worker, onde se tornou editora do caderno semanal Weekly Review em 1938. Após a transformação da liga em American Youth for Democracy durante a Segunda Guerra Mundial, Claudia tornou-se editora do jornal mensal Spotlight.
Após a guerra, Jones assumiu a posição de secretária-executiva da Comissão Nacional das Mulheres vinculada ao Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA). Em 1952, ocupou a mesma função no Conselho Nacional da Paz e, em 1953, passou a liderar a política relacionada a assuntos afro-americanos.
Claudia Jones é amplamente reconhecida por seu trabalho em prol dos direitos das mulheres negras. Seu texto mais famoso, “An End to the Neglect of the Problems of the Negro Woman!”, publicado em 1949 na revista Political Affairs, aborda a interseccionalidade sob uma perspectiva marxista. Nesse artigo, ela defendeu que a militância das mulheres negras poderia impulsionar a luta da população negra como um todo, afirmando:
“A burguesia tem medo da militância da mulher negra, e por uma boa razão. Os capitalistas sabem muito mais do que progressistas parecem saber que, quando as mulheres negras começarem a agir, a militância de toda a população negra, e assim da coalizão anti-imperialista, vai aumentar muito.”
Em 1955, devido às suas atividades políticas, foi deportada para o Reino Unido, onde continuou seu ativismo e fundou o primeiro grande jornal negro da Grã-Bretanha, The West Indian Gazette, em 1958. Claudia Jones faleceu em 24 de dezembro de 1964, em Londres, mas seu legado como defensora dos direitos civis e das mulheres negras continua a inspirar ativistas até hoje.
Claudia Jones está enterrada ao lado de Karl Marx no Cemitério de Highgate, em Londres, um símbolo de sua contribuição revolucionária. Sua vida continua a inspirar ativistas, jornalistas e líderes comunitários.
Frases marcantes como “Uma pessoa que está consciente de seu papel social nunca pode se conformar com a injustiça” resumem sua filosofia de vida.
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O Carnaval de Notting Hill e suas publicações seguem como marcos de seu impacto cultural e político.
Claudia Jones é lembrada como uma verdadeira heroína da resistência e uma visionária que uniu justiça social e celebração cultural.
Alice Coachman: A Primeira Mulher Negra a Ganhar Ouro Olímpico
Alice Coachman nasceu em 9 de novembro de 1923, em Albany, Geórgia, como a quinta de dez irmãos. Crescendo no Sul segregado dos Estados Unidos, ela enfrentou diversas barreiras desde cedo. Demonstrou um grande interesse pelo atletismo, improvisando treinos em estradas de terra, sempre descalça, e criando suas próprias barreiras para melhorar seus saltos.
O apoio que não recebeu da família veio de uma professora da quinta série, que a incentivou a continuar no esporte.
Alice começou sua carreira atlética ao ganhar uma bolsa de estudos do Tuskegee Institute, no Alabama, uma das principais universidades para negros nos EUA. Sob as cores da escola, ela participou de seu primeiro campeonato amador de atletismo. Durante sua carreira, Alice conquistou 34 títulos nacionais, sendo campeã do salto em altura por dez anos consecutivos.
Devido à Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 foram cancelados, o que poderia ter visto Alice no auge de sua carreira.
Em 1948, aos 24 anos, ela participou de sua primeira e única Olimpíada, realizada em Londres, onde venceu a competição de salto em altura com uma marca de 1,68 metros, estabelecendo um recorde da competição. Recebeu a medalha de ouro das mãos do rei George VI.
Alice foi a única mulher americana a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos de 1948. Ao retornar a Albany, foi recebida com homenagens, incluindo uma carreata de 280 km e uma cerimônia oficial, onde negros e brancos assistiram ao evento em locais separados. Em 1952, Alice assinou um contrato de patrocínio com a Coca-Cola, tornando-se a primeira mulher negra a fazer isso.
Após sua aposentadoria das pistas, ela criou uma fundação para ajudar jovens atletas. Durante os Jogos Olímpicos de 1996, que ocorreram em Atlanta, Alice foi nomeada uma das 100 maiores figuras olímpicas da história. Em 1975, seu nome foi incluído no Hall da Fama do Atletismo Americano.
Alice Coachman faleceu em 14 de julho de 2014, mas seu legado de perseverança e sucesso continua a inspirar atletas e mulheres negras a superar barreiras.
Ela frequentemente dizia:
“Sempre acreditei que poderia fazer tudo o que me propusesse a fazer.”
— Coachman
Nozipho Janice Mxakato-Diseko: Voz Diplomática da África do Sul
Nascida em 1 de novembro de 1956, em Joanesburgo, África do Sul, Nozipho Mxakato-Diseko cresceu em meio ao sistema do apartheid, uma realidade que moldou seu desejo de lutar por justiça e igualdade. Desde jovem, foi exposta à brutalidade do regime segregacionista, o que contribuiu para sua trajetória futura na diplomacia e no ativismo.
Mxakato-Diseko é amplamente reconhecida por sua atuação como Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da África do Sul, além de ser a representante permanente nas Organizações da ONU em Viena. Sua liderança no Grupo dos 77 e sua presidência durante as negociações do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) em 2015 foram marcos importantes em sua carreira. Ela defendeu com veemência o desarmamento global e a igualdade entre nações, especialmente para os países em desenvolvimento, garantindo que suas necessidades fossem consideradas nas discussões internacionais.
Sua postura firme na defesa dos interesses dos países em desenvolvimento foi fundamental para proteger a soberania dos países africanos e o direito ao desenvolvimento pacífico de tecnologias nucleares.
Antes de sua carreira diplomática, Mxakato-Diseko esteve profundamente envolvida na luta contra o apartheid. Ela foi uma das vozes proeminentes no cenário internacional, denunciando as injustiças cometidas pelo regime sul-africano em fóruns internacionais. Durante esse período, atuou como Chefe da Missão da ANC na Suécia e organizadora do Congresso de Comércio Sul-Africano, utilizando sua plataforma para fortalecer a posição dos países africanos e trazer questões de justiça social e igualdade ao centro das discussões globais.
Com uma sólida formação acadêmica, Mxakato-Diseko obteve seu Doutorado em Filosofia pela Universidade de Oxford, onde também estudou Política, Filosofia e Economia. Sua educação a equipou com as habilidades analíticas e estratégicas necessárias para navegar nas complexidades das relações internacionais.
Além de sua experiência diplomática, Mxakato-Diseko tem sido uma defensora ativa dos direitos humanos, utilizando sua voz para promover a justiça social e a igualdade. Sua habilidade em construir alianças e fortalecer a posição dos países africanos foi crucial para trazer questões de justiça social ao centro das discussões globais.
Nozipho Mxakato-Diseko continua sendo uma figura de referência na diplomacia internacional, simbolizando a luta por um mundo mais justo e seguro. Sua determinação em combater as desigualdades e sua postura firme nas negociações multilaterais inspiram novas gerações de diplomatas e ativistas, especialmente mulheres africanas.
Sua trajetória é um poderoso lembrete de que a diplomacia pode ser uma ferramenta de transformação, e sua luta por justiça e igualdade é um legado duradouro para a África do Sul e para o mundo.
Ruth de Souza: Pioneira do Teatro e Cinema Brasileiro
Ruth Pinto de Souza nasceu no Rio de Janeiro em 12 de maio de 1921 e é reconhecida como uma das grandes damas do teatro brasileiro, com uma carreira que abrange teatro, cinema e televisão.
Criada em uma família humilde, sua paixão pelo teatro começou ainda na juventude, quando frequentava a biblioteca do serviço social no bairro da Saúde. Esse ambiente cultural despertou nela o desejo de ser atriz, apesar do racismo que limitava as oportunidades para negros no Brasil.
Ruth foi uma das primeiras atrizes negras a atuar no Teatro Experimental do Negro (TEN), fundada por Abdias do Nascimento, onde se destacou ao interpretar papéis que valorizavam a cultura afro-brasileira. Sua estreia no cinema ocorreu em 1948, com o filme Terra Violenta . Em 1954, foi a primeira atriz brasileira indicada ao prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza, por sua atuação em Sinhá Moça , tornando-se um ícone de resistência e representatividade.
Ruth continua a contribuir para o teatro, o cinema e a televisão, participando de diversas novelas e filmes ao longo de sua carreira. Foi uma voz ativa na defesa dos direitos dos artistas negros, sempre destacando a importância de ocupar espaços de protagonismo.
Ruth de Souza faleceu em 28 de julho de 2019, mas seu legado vive na história cultural brasileira. Ela abriu portas para futuras gerações de atores negros e é lembrada como símbolo de perseverança e excelência artística.
Eu me chamo Ruth e eu espero realmente um dia fazer um papel na vivência de gente, sem a marca de ser negro, branco, azul, cor de rosa. E quem sabe eu algum dia consiga?”.
Maria Firmina dos Reis: Primeira Romancista Negra do Brasil
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 11 de março de 1822 e faleceu em 11 de novembro de 1917. É considerada a primeira romancista brasileira e uma importante figura da literatura afro-brasileira.
Ela foi a primeira mulher a conquistar uma vaga como professora primária no Maranhão aos 25 anos, em um período em que a escravização ainda era legal no Brasil. Além de sua carreira educacional, Firmina se destacou como escritora com o romance A escrava, que traz uma narrativa abolicionista e denuncia a opressão das mulheres e dos negros escravizados.
Embora tenha escrito em um contexto de crescente movimento abolicionista, Maria Firmina foi marginalizada pela história literária, e sua obra só recentemente tem sido redescoberta e valorizada pela academia e pelo mercado editorial.
Devido ao longo esquecimento de sua figura, muitos aspectos de sua vida, incluindo sua aparência, ainda são incertos. A editora Mondru ilustra sua imagem como uma mulher negra, forte e à frente de seu tempo, refletindo a importância de sua obra e sua contribuição para a literatura e para a luta contra o racismo.
Em 1859, Maria Firmina publicou Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil e uma das primeiras obras literárias escritas por uma mulher negra na América Latina. A obra destaca a crueldade do sistema escravocrata, trazendo uma perspectiva humanizada dos escravizados, algo revolucionário para o período.
Maria Firmina viveu de maneira discreta, mas continuou a escrever e a lutar por seus ideais, participando de movimentos abolicionistas e feministas. Sua relevância só foi amplamente reconhecida após sua morte, em 11 de novembro de 1917, quando estudiosos começaram a resgatar sua obra e sua contribuição para a literatura brasileira.
Considerada uma precursora do pensamento abolicionista e feminista no Brasil, Maria Firmina dos Reis deixou um legado literário e social que continua a inspirar escritores e ativistas.
“A mente, essa ninguém pode escravizar”. Maria Firmina
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3 semCada uma dessas mulheres abriu caminhos onde antes só havia barreiras. Suas histórias nos lembram que coragem e resistência têm o poder de transformar o mundo. Que possamos continuar honrando seu legado e criando novos capítulos de inspiração! Parabéns texto magnífico!