Leia agora e conheça o legado das mulheres negras que mudaram e influenciaram o mundo.
A série “Poderosas e Influentes: 100 Mulheres Negras que Estão Mudando o Mundo” continua, destacando trajetórias de resiliência, talento e impacto social. Nesta etapa, apresentamos histórias que celebram a força, a genialidade e o legado de mulheres como Sônia Guajajara, que luta pelos direitos dos povos indígenas e pela sustentabilidade; e Zezé Motta, atriz e cantora que abriu caminhos para a representatividade negra no Brasil.
Essas histórias inspiradoras são um convite à reflexão sobre liderança, cultura e igualdade. Cada uma dessas mulheres desafia paradigmas e nos inspira a acreditar no poder de transformar vidas, comunidades e o futuro.
Acompanhe essa jornada e compartilhe o legado dessas figuras brilhantes com sua rede.
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Nina Simone: A Voz da Resistência e Transformação
Nina Simone, nascida Eunice Kathleen Waymon em 1933, na Carolina do Norte, é um ícone da música e do ativismo pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Desde criança, demonstrou talento musical excepcional, começando a tocar piano aos três anos. Sua comunidade apoiou sua educação musical, permitindo que ela estudasse na Juilliard School. Contudo, seu sonho de se tornar uma pianista clássica foi frustrado após ser rejeitada pela Curtis Institute of Music, algo que Nina atribuiu ao racismo da época.
Buscando novas oportunidades, adotou o nome artístico “Nina Simone” e iniciou sua carreira em clubes noturnos. Seu estilo único, que combinava jazz, blues, gospel e música clássica, rapidamente a destacou. Em 1958, seu single “I Loves You, Porgy” foi um sucesso, marcando o início de uma carreira prolífica com mais de 40 álbuns lançados.
Durante os anos 1960, Simone se tornou uma figura central no movimento pelos direitos civis. Suas músicas, como “Mississippi Goddam” e “To Be Young, Gifted and Black”, eram hinos de resistência e esperança. Ela usou sua arte para protestar contra a injustiça racial e apoiar a luta por igualdade, colaborando frequentemente com ativistas como Langston Hughes e James Baldwin.
Uma de suas frases mais impactantes — “Liberdade para mim é não ter medo” — reflete tanto sua luta pessoal quanto sua visão de justiça para todos.
Ao longo da vida, Nina enfrentou desafios pessoais e sociais, mudando-se para vários países em busca de liberdade e tranquilidade. Estabeleceu-se na França, onde viveu até sua morte em 2003.
Seu legado transcende a música, sendo lembrada como “a voz da revolução negra” e uma inspiração para gerações de artistas e ativistas.
Nina Simone é um exemplo de como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social, ecoando sua crença em justiça, dignidade e humanidade para todas as pessoas.
Glória Maria: A Pioneira do Jornalismo Brasileiro
Glória Maria Matta da Silva nasceu no dia 15 de agosto de 1949, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Cresceu em uma família humilde, filha de um alfaiate e de uma dona de casa. Desde cedo, demonstrou uma curiosidade insaciável e interesse pelo mundo. Apesar das dificuldades econômicas, Glória sempre destacou o apoio de seus pais, que valorizavam a educação como ferramenta de transformação.
Após concluir os estudos em uma escola pública, Glória ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde cursou jornalismo. Em 1971, tornou-se a primeira jornalista negra a atuar na Rede Globo, quebrando barreiras em um ambiente amplamente dominado por homens brancos. Seu início na emissora foi desafiador, mas ela conquistou seu espaço com profissionalismo e carisma.
Glória Maria é reconhecida por suas reportagens icônicas, cobrindo eventos de relevância global. Foi correspondente internacional, tendo visitado mais de 100 países e entrevistado personalidades como Michael Jackson, Madonna e Nelson Mandela. Seus trabalhos incluem coberturas históricas, como a Guerra das Malvinas e a visita do Papa João Paulo II à África.
Uma de suas marcas foi a capacidade de combinar jornalismo sério com curiosidade cultural, o que a tornou a apresentadora de programas como o “Fantástico” e “Globo Repórter”.
Suas viagens para explorar culturas, tradições e lugares exóticos encantaram milhões de telespectadores, reafirmando seu papel como uma narradora de histórias do mundo.
Glória Maria abriu portas para muitas mulheres e jornalistas negras no Brasil. Sempre ressaltou a importância da diversidade na mídia e usou sua visibilidade para promover debates sobre igualdade racial e oportunidades. Ela também foi pioneira em levar temáticas sobre racismo, educação e inclusão para o grande público, com sua trajetória inspirando milhares de pessoas.
Uma de suas frases célebres é: “O preconceito existe, mas eu decidi que não seria ele que iria me parar.”
Glória enfrentou desafios pessoais e profissionais ao longo da vida, incluindo problemas de saúde. Em 2019, foi diagnosticada com um tumor no cérebro, mas, com força e determinação, enfrentou o tratamento e voltou ao trabalho. Sua coragem e vontade de viver são um exemplo de resiliência.
Glória Maria faleceu em 2023, mas seu legado permanece vivo. Ela será lembrada como uma mulher visionária, que superou barreiras e redefiniu o jornalismo brasileiro. Sua vida e carreira continuam a inspirar gerações, não apenas por sua competência profissional, mas também pela representatividade que trouxe ao ocupar espaços antes inacessíveis a mulheres negras na mídia.
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Zezé Motta: A Estrela do Cinema e da Resistência Cultural
Maria José Motta de Oliveira, conhecida como Zezé Motta, nasceu em 27 de junho de 1944, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Filha de pais humildes, mudou-se para a capital carioca ainda jovem. Cresceu em um ambiente cercado por música e arte, o que moldou sua paixão pela atuação e pelo canto.
Zezé iniciou sua carreira nos palcos, consolidando-se como uma das grandes damas do teatro brasileiro. Em 1976, protagonizou o filme “Xica da Silva”, de Cacá Diegues, papel que a tornou uma referência no cinema nacional e um ícone da luta pela representatividade negra.
Além do cinema, Zezé brilhou como cantora, ela lançou seu primeiro disco, “Muito Prazer, Zezé”, em 1978, com composições de grandes nomes como Rita Lee, Roberto de Carvalho, Luiz Melodia, Gilberto Gil e Chico Buarque.
Nos anos seguintes, também lançou “Frágil Força” (1984), “Divina Saudade” (2003) e “Negra Melodia” (2011), samba e soul. Em sua longa trajetória, participou de novelas, séries e produções teatrais, consolidando-se como uma artista multifacetada e empresária do setor cultural.
Zezé declarou: “O que me move é a vontade de ver mais mulheres negras ocupando espaços de destaque.”
Ao longo de sua carreira, Zezé enfrentou o racismo estrutural da sociedade brasileira e se tornou uma voz ativa na luta por igualdade. Fundou o Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), que busca ampliar oportunidades para artistas negros no Brasil.
Zezé é uma das maiores referências de luta e talento do Brasil. Sua vida e obra continuam a inspirar gerações de mulheres negras, mostrando que é possível alcançar o sucesso sem renunciar a suas raízes e de sua luta por igualdade.
Sônia Guajajara: A Voz dos Povos Indígenas e da Sustentabilidade
Sônia Bone de Souza Silva Santos, mais conhecida como Sônia Guajajara, nasceu em 6 de março de 1974, na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Descendente do povo Guajajara, ela cresceu em uma comunidade marcada pela luta por território e preservação cultural. A filha de pais agricultores, Sônia, vivenciou desde cedo as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil, incluindo a ameaça constante ao meio ambiente e aos direitos humanos.
Determinada a buscar mudança, Sônia foi a primeira de sua comunidade a frequentar uma universidade. Estudou letras e enfermagem em Minas Gerais, um feito notável considerando os desafios enfrentados pelas populações indígenas para acessar o ensino superior. Sua formação acadêmica tornou-se um instrumento para amplificar a luta pelos direitos indígenas e a preservação ambiental.
Sônia se destacou como uma das principais lideranças indígenas do Brasil. Ela atuou como coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), sendo reconhecida internacionalmente por sua defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos originários.
Em 2018, tornou-se a primeira mulher indígena a compor uma chapa presidencial no Brasil, como vice de Guilherme Boulos, pelo PSOL e atualmente é Ministra dos Povos Indígenas do Brasil.
Sua trajetória combina ativismo político e empreendedorismo sustentável, promovendo projetos que unem tradição e inovação para a preservação dos recursos naturais e valorização cultural.
Sônia costuma dizer: “Ser indígena é lutar todos os dias pela sobrevivência.”
Sônia também é empresária no setor sustentável, trabalhando em iniciativas que combinam saberes tradicionais com práticas modernas para a proteção ambiental. Seu trabalho é uma inspiração para a luta contra as mudanças climáticas, colocando os povos indígenas como protagonistas da preservação ecológica global.
Reconhecida como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Time Magazine em 2022, Sônia é uma figura central na luta pela justiça social e ambiental. Sua voz ressoa globalmente como símbolo de resistência e esperança para os povos indígenas e para a humanidade.
Rebeca Andrade: A Rainha da Ginástica Brasileira
Rebeca Rodrigues de Andrade nasceu em 8 de maio de 1999, em Guarulhos, São Paulo. A caçula de uma família humilde, Rebeca cresceu em uma casa simples, mas sempre cercada de amor e apoio de sua mãe, Rosa Santos, que trabalhava como empregada doméstica para sustentar os filhos.
Desde cedo, Rebeca demonstrou habilidades extraordinárias na ginástica, frequentando projetos sociais que possibilitaram seu desenvolvimento esportivo.
Rebeca começou sua carreira na ginástica artística aos quatro anos. Treinou no Clube de Regatas do Flamengo, onde aperfeiçoou sua técnica e brilhou em competições nacionais e internacionais. Em 2021, fez história ao se tornar a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro na ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Tóquio, além de levar uma medalha de prata.
Seu desempenho impecável e sua performance ao som de “Baile de Favela” no solo conquistaram o público global, mostrando sua identidade cultural e força como atleta.
Após sua vitória olímpica, Rebeca declarou: “Acreditem nos seus sonhos. Vocês podem conseguir, assim como eu consegui.”
Rebeca enfrentou diversas cirurgias no joelho ao longo da carreira, mas nunca desistiu. Sua resiliência é um exemplo de superação para jovens atletas e mulheres negras no Brasil, que a veem como símbolo de empoderamento.
Nos Jogos de Paris, Rebeca Andrade se tornou a atleta olímpica mais condecorada da história do Brasil, ganhando o ouro no solo sobre Simone Biles.
Rebeca continua a brilhar no esporte, inspirando uma nova geração de ginastas no Brasil. Sua dedicação, talento e determinação fazem dela um ícone do esporte e da representatividade brasileira no cenário internacional.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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