Por que a gestão tóxica DESTRÓI a sua empresa?
Eu poderia começar esse texto conceituando o termo “gestão tóxica”. Entretanto, eu inicio afirmando que a gestão tóxica destrói a sua empresa porque leva embora grandes talentos, dificulta resultados, esconde pessoas, atrapalha processos e, em suma, impede o seu negócio de crescer e de ser um lugar agradável para se trabalhar.
A liderança tóxica provoca aumento da rotatividade, insatisfação constante, piora do clima organizacional, e prejudica até questões como desempenho e finanças. Por isso, se essas pessoas não são identificadas, a situação da empresa é totalmente comprometida.
Posto isso, vamos ao termo: a gestão tóxica é aquela praticada por profissionais extremamente centralizadores, que tomam todos os méritos para si, que têm medo de delegar tarefas, que não dão espaço aos demais com medo de “perderem” o próprio posto e que dificultam o crescimento da própria equipe.
Tamanho excesso de centralização faz com que a equipe tenha um papel demasiadamente secundário, sendo apenas uma “executora” de ações, e não um time ativo dentro de seus papeis, talentos e ideias.
Algumas pessoas podem pensar: “nossa, mas então é uma pessoa que assume funções, veste a camisa e faz várias tarefas ao mesmo tempo, para não sobrecarregar a equipe”, mas NÃO. Isso não procede. Esse tipo de profissional é aquele que “finge” que faz tudo, mas na verdade apenas se coloca no centro de todas as coisas, oculta decisões e não envolve a equipe com o receio de que outros talentos apareçam e cresçam tanto quanto ele.
Em suma, o fato é que quando as decisões dependem apenas de um líder, as chances de falha e descontentamentos são muito grandes. Outra característica de uma gestão tóxica e centralizadora é o excesso de fiscalização e gerenciamento constante. Sabe aquele ou aquela chefe que fica o tempo inteiro explicando o que, como e quando deve ser feita determinada tarefa, sem ao menos permitir que os demais profissionais opinem? Pois é. Isso é uma característica típica daquele líder que anseia em estar por toda parte, informado de tudo o tempo inteiro, tendo uma típica necessidade de CONTROLE.
Por querer ser sempre o protagonista, o líder acaba tomando para si uma sobrecarga de trabalho, o que prejudica a ele mesmo e a equipe, que, por consequência, é quase sempre coadjuvante.
Recomendados pelo LinkedIn
Geralmente, a gestão tóxica não sabe como lidar com os feedbacks – nem ao dar, nem ao receber. Ao invés de orientar os liderados, potencializando suas habilidades, eles preferem criticar em público, ou, como já dito, não dão o devido reconhecimento, não acham necessário dar “nome aos bois”.
Outro sinal de gestão tóxica é o famoso “dois pesos, duas medidas”: quando algo dá errado, a EQUIPE errou. Quando algo dá certo, é mérito dele ou dela. Além disso, esse tipo de líder não consegue enxergar os outros profissionais como parte do TODO — para ele, são sempre suas competências pessoais, seu perfil de líder, que levaram ao sucesso.
É possível mostrar e salvar uma pessoa que pratica gestão tóxica? Sim, dialogando, conversando e observando se esse profissional está disposto a mudar. Treinamento de lideranças, workshops de desenvolvimento, tudo isso pode ajudar na desconstrução dos modelos de “chefe” e na aquisição de novos hábitos dentro de um longo processo de inteligência organizacional.
Mas, para que a mudança realmente aconteça, esse profissional precisa estar aberto a ser transformado. Caso contrário, o ciclo se repete e a toxicidade, palavra difícil e, ao mesmo tempo, clichê, continuará fazendo parte da empresa e prejudicando pessoas, números e resultados.
Ana Lídia Marques