Por que somos como somos?
Livro I – Por que somos como somos?
A verdade
Instruções ao Leitor (a)
Caro leitor (a), antes de iniciar a leitura, é de fundamental importância a necessidade de estar em convergência consigo próprio, o assunto abordado impactará diretamente com o seu próprio “Eu”, por isso há a necessidade de se manter a mente sempre aberta enquanto lê o conteúdo, se perguntando constantemente do porquê de tudo.
Esta observação é pensada justamente porque haverá a possibilidade, em uma grande porcentagem, de ignorar todo o conhecimento impresso nessa obra, inclusive sob o pretexto de críticas pesadas, porque impactará diretamente em todo o mundo conhecido, em sistemas empregados, seja ele do lado “A” ou lado “B” e no estilo de vida que cada um procura para si.
Enfatizo que esta obra é de cunho filosófico, pois tem a finalidade de disseminar toda a verdade por detrás de um mundo frágil e caótico, o entendimento e a compreensão do conteúdo, na sua essência, farão com que enxerguem todo o caos existente, nas suas mais diversas formas e vertentes; portanto, o questionamento para si próprio e a forma como pensam e agem, o farão ter uma visão mais nítida de nosso mundo, seja ele antigo ou moderno, as respostas se darão naturalmente.
Introdução
Esta obra tem por finalidade ensinar, através de conceitos filosóficos, o caminho para se atingir uma vida mais tranquila, equilibrada e agradável, não só a uma, mas a todas as pessoas que estão em nosso meio, ou melhor dizendo, nossa sociedade.
Através dos tempos, o nome de agrupamentos sociais passou por diversos nomes, sendo mais comum hoje em tempos modernos, chamarmos de sociedade. Antes, o nome dado era comunidade, aonde as pessoas cumpriam deveres que beneficiavam a todos os membros, com a forte expansão e a eclosão de uma grande quantidade de pessoas no planeta, o conceito foi se perdendo e o nome foi modificado; os deveres passou-se a ser outros, aonde a busca pela sobrevivência em prol ao dinheiro, tornou-os verdadeiramente egoístas.
A finalidade é mostrar, o que é absolutamente óbvio para uns, mas obscuro pela grande maioria das pessoas, que nossos atos refletem inteiramente na vida de outros, como um efeito dominó, e isso será retratado de forma aprofundada nesta obra.
A política em nossos tempos, nada mais é do que um trampolim para a realização de objetivos próprios, beneficiando os interesses de quem a rege e de um grupo minoritário que detém o poder através do meio.
O estudo dessa obra, proporcionará a todos, uma visão completamente ampla e uma perspectiva para uma reflexão aguda sobre o seu “eu” interior, seus atos, suas vontades e necessidades e como eles refletem instantaneamente em nossa sociedade, tornando outras pessoas iguais a nós pelas indiferenças.
Não só o entendimento, mas a compreensão dos ensinos descritos, fará com que uma grande mudança se torne visível no horizonte e caminharemos para a nossa razão de ser e pensar, compreenderemos que o que é bom para o outro será bom para nós mesmos. Caminhar em um ambiente agradável e fraterno, nos permitirá a projetarmos vibrações boas e a reestruturação de nosso meio na sua forma mais completa.
Com base na filosofia, no seu mais alto e amplo grau de conhecimento, foi possível tornar essa obra possível para a reflexão, fazendo com que cada um projete em si mesmo a prática do autoconhecimento e, por conseguinte, a mudança nos hábitos e pensamentos. Este é o papel da filosofia e se fará presente para todo o sempre.
Sociedade, política, autoconhecimento e religião, serão os temas centrais e pilares deste livro, pois sem a religião, a sociedade se deprecia, a política se corrói e o autoconhecimento se torna vazio.
A Sociedade
A mudança só se fará presente se lutarmo-nos contra nós mesmos.
Abro esta obra com essa máxima e, com ela, posso aprofundar o pensamento sobre todos os nossos problemas, baseando-me em todos os conceitos filosóficos de grandes pensadores, como também do religioso, aonde, através da filosofia de Jesus Cristo e de Allan Kardec, podemos chegar a uma conclusão bastante concreta sobre os nossos mais agudos problemas e nos aprofundarmos em sua raiz.
A princípio, a máxima descrita, talvez não chegue à uma compreensão e talvez nem a um entendimento, mas no desenrolar desta obra, ela se fará tão concreta e material, que será possível à enxergar e apalpar, a ponto de cada um começar a enxergar no horizonte, a mudança para uma nova era; não seria possível já falar dela, antes de começarmos a falar da sociedade.
A sociedade é composta por famílias, que por sua vez, é composta de indivíduos, então chegamos à conclusão de que a sociedade é formada por um aglomerado de famílias, que por costumes, se comportam diferentes uns dos outros, de acordo com suas vontades.
Cada pessoa sofre influência constante de seus líderes, os pais, e essa influência é passada de gerações para gerações, umas se aperfeiçoando, outras deixadas ao acaso da vida. Essas influências se somam ou se colidem na construção de uma nova família, que por conseguinte, geram as ações e vontades futuras.
Cada ação de cada indivíduo, reflete instantaneamente em nossa sociedade, porque fazemos parte desse aglomerado de famílias, na qual as influências nutrem os atos e esses geram os conflitos. A moldura de formação de um indivíduo, por influência de sua família, o torna, ou agressivo, ou passivo ou neutro.
As famílias, cada uma delas, querendo privar seus herdeiros de um mundo calamitoso, ajudam a perpetuação dessa situação, porque não se dão conta de que ao privá-los da coletividade, inflam seu orgulho e alimentam seu egoísmo.
Logo de cara, exponho duas metástases que se enraizaram na humanidade de uma forma tão profunda, que apenas elas mesmas, as pessoas, podem se livrar desse mal. São elas: O orgulho e o egoísmo.
Orgulho e egoísmo, são, em sua grande maioria, o mal que é expresso em suas mais diferentes formas, esses são os males que a humanidade deve combater com todas as suas forças, porque não adiantaria em nada, construir obras emancipadoras, generosas e grandiosas, se forem cobertas por esse mal, seria como construir em terrenos instáveis, pois, qualquer abalo, as destruiriam.
Este é um tema na qual dedicarei um título para melhor compreensão, na qual possamos aprofundar nosso pensamento na questão em si, para criar o hábito de sempre nos questionarmos sobre o que somos.
A filosofia não nasceu por acaso, talvez junto com a própria ciência, no objetivo incansável de se resolver os problemas matérias de nosso planeta, mas foi-se distanciando uma da outra, e passou-se a concentrar-se no pensamento, aonde procurou solucionar os problemas coletivos e até individuais de cada pessoa, buscando sempre uma solução plausível e palpável.
Filosofia, diferentemente do que costumam dizer, anda de mãos dadas com a ciência, pois os grandes cientistas, nada mais são do que os filósofos da nossa ciência moderna e os nossos filósofos são os pensadores que desenvolvem as ferramentas do pensamento para que a sociedade as tome como bengalas.
A filosofia é a chave da tranca, e é através dela que poderemos sair de nossas gaiolas para alçar voos surpreendentes, pois liberta o pensamento e nos torna livres, sendo extremamente importante que nós a tomemos como hábito para que possamos refletir mais sobre nós mesmos.
Para falarmos da sociedade em si, devemos, antes de mais nada, falar sobre as aristocracias de nosso mundo histórico, para que possamos enfim, entendermos o seu conceito e sua evolução.
Nossa própria ciência nos mostra, através de suas descobertas, que todos os povos que, vivendo em sociedade ou mesmo em comunidades, nunca puderam viver sem uma autoridade, que, na sua essência, significa a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que ele, a autoridade, que por causa de sua influência pessoal, tornando-o um líder entre aquele grupo ou conjunto de povos.
Aristocracia
Aristocracia vem do grego aristos, o melhor, e Kratus, poder, significando então, poder dos melhores, porém, esse termo é desviado de sua concepção inicial; veremos então o que podemos aprender com nossa própria história.
Todavia, isso se prende as grandes diversidades e características da raça humana, porque por toda a parte do planeta, há pessoas incapazes que é preciso dirigir, fracos que é necessário proteger e paixões que é preciso comprimir, por isso dá-se a necessidade de uma autoridade.
Em povos mais primitivos, essa autoridade foi deixada a cargo dos chefes de família, os patriarcas, essa foi a primeira de todas as aristocracias.
Conforme a sociedade foi expandindo, as rivalidades vizinhas foi-se intensificando e deram-se início aos combates, com isso, não era mais possível aos patriarcas dirigir tais situações, necessitava-se de pessoas mais jovens, fortes e inteligentes, nasce aí os chefes militares, que quando vitoriosos, lhes conferiam a autoridade, que por sua bravura, garantiam-lhes a esperança de paz. Abusando-se de sua autoridade, apoderaram-se dela mesma, vencendo-se seus adversários, se impunham sobre eles ou os reduziam a servidão. Esta foi a segunda aristocracia, a da força bruta.
Os aristocratas dessa segunda aristocracia, com seus bens e poder, transferiam, muito naturalmente, sua condição – pode ser entendido por autoridade – aos seus filhos, e ao restante, os fracos, por medo de represália, habituaram-se na condição de inferioridade, surgindo aí duas classes, os superiores e os inferiores, nascendo dessa situação, a aristocracia do nascimento, que se tornou tão forte e preponderante quanto a da força bruta, pois tendo todo o poder, davam-se, naturalmente, os privilégios.
Na conservação desses privilégios, necessitavam lhes conferir o prestígio da legalidade, isso, de certa forma, era simples, pois eles mesmo o faziam pela sua posição, mas não era o suficiente, intensificando esse privilégio, os direitos divinos, pois davam a eles o respeito e a inviolabilidade dos seus direitos.
Para assegurar esse respeito perante as classes submissas, que se tornava mais numerosa, mesmo usando a força, eram difíceis de contentar, existindo só então, apenas um meio para assegurar-se no poder, deixando as massas inferiores na ignorância, impedindo-os de terem acesso ao conhecimento.
Durante muito tempo essa situação se apoderou do globo, porém, como a classe submissa tinha que trabalhar tanto quanto era oprimida, resultou a necessidade de encontrar novos recursos e novos mercados para os produtos, com isso, desenvolveram-se a inteligência.
Diante do fato de a classe submissa enxergar que a autoridade do nascimento era pouco consistente, por serem mais numerosos, conseguiram abolir os privilégios e proclamaram a igualdade diante da lei. Em certos povos, isso marcou o fim da aristocracia por nascimento.
Com isso, levantou-se um novo poder, o do dinheiro, porque com dinheiro, dispõe-se de homens e coisas, os o que não se concedia mais aos títulos, concedia-se à fortuna; foi assim que ela, a fortuna, teve seus direitos iguais, pois, para se ter dinheiro, necessita apenas de uma dose de inteligência, assim o dinheiro perdeu pouco a pouco seu prestígio moral.
Vivemos na atualidade a aristocracia do dinheiro, que apesar de não termos a opressão física do passado, nos oprime pela sua ferocidade em levantar-se como um falso deus diante dos homens, pois como perdeu a moral em virtude das doenças humanas, a criatura humana é capaz de fazer atrocidades das mais diferentes formas para tê-lo em sua posse.
A moralidade é um tema que a filosofia prega com toda a força, porque só através dela é possível florescer uma nova aristocracia, que é a intelecto-moral, fazendo-se tão benéfica a todos, que não desabará, mesmo que uma tempestade à atinja, será como uma precipitação em uma montanha.
A inteligência, há muito desenvolvida na humanidade, não é, por assim dizer, sinônimo de bondade, muitos humanos utilizam-se dela para pregar o mal e fazê-lo proliferar nas mais diversas formas, seja no campo político, social, profissional e até mesmo familiar.
Cabe lembrar que toda família é constituída de indivíduos, e cada indivíduo sofre influência direta de seus líderes, sendo a educação do berço falha, uma bola de neve estará se formando no caráter moral dos indivíduos, pois seguimos não a um, mas diversos conceitos no aprendizado que pode, de certa forma, nos levar aos mais baixos degraus da moralidade.
Esse título resume bem, de uma forma bem compacta, como nossos tipos de aristocracias se desenvolveram desde os primórdios da humanidade até nossos tempos atuais, porém, há uma coisa muito mais grave que não nos permite ver mais adiante e que não só precisamos, mas como necessitamos, combate-las dentro de nós mesmos, que é o nosso orgulho e o nosso egoísmo.
Orgulho e Egoísmo
Desde a era grega, é se conhecido a palavra egoísmo, os próprios, Sócrates, Platão, Aristóteles já a mencionavam em suas mais variadas obras essa palavra e o mal que dela poderiam perpetuar às pessoas.
Essa palavra foi ecoando com o passar do tempo e vários outros filósofos a utilizam como o meio para a depreciação da moralidade sobre a humanidade, mas o egoísmo nasce de onde?
O egoísmo é derivado do orgulho, então sendo o orgulho o causador do egoísmo, estamos diante de não só da causa, mas da raiz do problema da humanidade, vejamos:
Uma pessoa orgulhosa é aquela que, por sua posição ou pensamento em si própria, se considera melhor que todos, que pensa em conseguir suas vontades antes do que qualquer um e, tem seu orgulho ferido, quando outra pessoa atinge o objetivo primeiramente; esse orgulho acaba levando ao egoísmo, porque a medida que vai conseguindo realizar seus objetivos vai, naturalmente, se tornando egoísta, pois o egoísmo à leva aos prazeres e isso vai enriquecendo ainda mais o seu orgulho e alimentando o seu egoísmo.
A vontade, como já dizia os grandes filósofos da antiguidade, é inerente a criatura humana, mas a falta de controle dela é que vai permitir que a doença, orgulho e egoísmo, se ramifique e passe a controlar o próprio indivíduo, deixando o mesmo à mercê de suas vontades.
Schopenhauer menciona muito isso em sua obra chamada O mundo como vontade e representação, aonde ele diz que a humanidade é movida por uma vontade frenética, alucinada e cega, chegando a dizer que “a vontade é um cego robusto que carrega um aleijado que enxerga” e isso ecoa em todas as suas obras; a razão dessa vontade está ligada diretamente no egoísmo que descende do orgulho.
Percebemos que as crianças possuem, em certas idades, um caráter egoísta, aonde não aceitam dividir nada de que tem posse com outras crianças e em brincadeiras com adultos, não aceitam também o fato de perder. Essa questão, com o avanço da idade, é perdida ou perpetuada com a educação que recebe de seus pais, porém, os pais sendo orgulhosos e egoístas, enraízam essa doença nas crianças e então o ciclo inicia-se novamente, agora na nova geração.
Orgulho e egoísmo têm a sua fonte num sentimento que é o instinto da conservação. Todos nós temos instintos, dos mais variáveis, porém, quando todos os nossos instintos, seja ele qual for, ultrapassa o limite da razão, nasce o exagero, e esse exagero torna-se mal e pernicioso.
Para se compreender melhor o raciocínio, todo ser humano é inerente de paixões, mas o que o torna perigoso é o exagero que são brotados das paixões, tudo que foge do controle humano, é considerado um mal, tendo esse mal, qualquer outra consequência má; está aí o verdadeiro mal, pois, como não conseguimos distinguir os limites da razão dos nossos instintos, ficamos a mercê dessa doença chamada de orgulho e egoísmo, na qual nós mesmos somos criadores e responsáveis.
Tornando-se egoísta, somos incapazes de avaliar a maldade que carregamos, porque ela nos tampa a visão social e nos cobre o sentimento do coração.
Sendo a criatura humana orgulhosa, considerando-se acima dos outros, se considera com direitos excepcionais, com uma divindade intocável, pois esse indivíduo tem a fortuna ao seu lado, tornando-se acima da lei e, para ele, todo e qualquer esforço que impacta de frente contra os seus interesses ou ideais, se fere, e por isso acha um golpe contra seus direitos; está aí o egoísmo enraizado e à mostra, é o câncer que corrói a humanidade.
Estando hoje na aristocracia do dinheiro, é fácil enxergar e perceber toda essa raiz e sua ramificação, porque o dinheiro, que perdeu seu prestígio moral, seduz as mentes humanas, porque ele sempre trará os mais diversos prazeres para continuar banqueteando o orgulho e o egoísmo nas pessoas.
A humanidade não se preocupando com o seu futuro, se priva de suas obrigações sociais, pois nãos às tem essa compreensão, e dedica-se pura e simplesmente às suas vontades e suas satisfações, todo o gozo possível; como quer tudo para ele, caminha sobre os outros, fazendo destes, seu tapete vermelho, esbanjando sucesso, fama e tudo o que é de mais agradável e confortável que a isso possa satisfazê-lo.
A dominação, quando se faz presente, o egoísta e orgulhoso se tranquiliza, quando lhe surge um obstáculo, inicia-se os conflitos, quando surge ideais que não os comprometa os seus interesses, ele a concede sob rígida fiscalização.
A fraternidade para o egoísta, impõe-lhes sacrifícios martirizantes, pois, não almeja que os outros detém o mesmo grau de liberdade e direitos que ele tem. A fraternidade é a arma e o principal alicerce para se zerar o abismo entre os direitos. A distribuição de renda é um assunto um tanto complexo, porém, consequência direta dessas doenças.
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer, disse em uma de suas obras, que apensar de sua idade avançada, foi incapaz de conseguir formar uma opinião razoável sobre a pequenez e a miséria do ser humano, o que ele, o filósofo, não se atentou, foi o fato de que como o ser humano se considera acima de qualquer um, até mesmo de Deus, fez brotar em si, no ser humano, a semente do orgulho, e que dele se origina os mais diversos males que assombram a nossa humanidade.
Com o orgulho inflado, começa a nascer o egoísmo, aonde tudo o que olha, faz, de alguma forma, o pertencer por posses, força ou fortunas; isso faz com que outras pessoas, observando que, a outra não pensa no próximo, a não ser nela mesma, conclui que deve cuidar de sua própria vida, tornando-se egoísta indiretamente; nasce-se aí o ciclo da competição pelo orgulho e o egoísmo começa a se enraizar na humanidade.
Como forma de complemento filosófico a essa estrutura, Cícero disse, em uma de suas obras, que era impossível não ser totalmente feliz em quem em tudo depende apenas de si e em si tudo apoia, é a forma mais clara de expressar que o orgulho e o egoísmo existiam e que já se era notado nas épocas passadas e que, mesmo sendo notado, sempre foi desprezado. Naquela época era mais fácil deixar povos inteiro na ignorância, para que pudessem reinar, os egoístas, em sua plenitude, mas, todavia, com o progresso da humanidade em detrimento de suas lutas travadas por melhorias, houve-se um progresso no sentido da ignorância, mas ainda nos dias de hoje, ela ainda encobre uma boa parte das mentes humanas em virtude de estratégias de pensamentos e de comunicação.
Platão, também conclui, através do pensamento em Carta Sétima que: “não haverá término para os males humanos até que aqueles que estão buscando a reta e verdadeira filosofia recebam o poder soberano nas cidades. Ou aqueles que estão no poder nas cidades, por alguma disposição da providência, se tornem verdadeiros filósofos”. Ele já sabia o que o presbítero Saviano aborda em uma de suas cartas no império Romano, “que a garantia da nobreza é o conhecimento das letras”, ou seja, tanto um quanto o outro carimba, por assim dizer, o pensamento sobre os males da humanidade em detrimento de seu orgulho e seu egoísmo, que quanto mais se quer, mais se proíbe e mais se constrói obstáculo ao progresso do próximo.
A criatura humana, como está sempre presenciando o egoísmo dos outros, acaba por se tornar mais e mais egoísta, alimentando ainda mais o tal mundo líquido contemporâneo, na qual mantém as características essenciais, mas se molda na modernidade do mundo atual. O romancista Liev Tolstói afirmou em sua frase que, todos querem mudar o mundo, mas são incapazes de mudar a si mesmo e, aí entra a máxima do Cristo, amais o próximo como a si mesmo, que é a cura para o egoísmo. A fraternidade entre os indivíduos é a salvação desse mundo vazio, egoísta e que a felicidade é apenas momentânea, mas se perde com o estado da posse, e que precisa, por assim dizer, de mais e mais para se manter feliz, é a droga viciante do querer mais, que mantém as pessoas embriagadas em sua felicidade curta.
O orgulho e o egoísmo é o vírus silencioso que se multiplica em alta velocidade, adoecendo a humanidade, levando-as aos prazeres entorpecentes do corpo e destruindo a alma, deixando-as como zumbis vagando no planeta, cambaleantes, aonde a falsa sensação da felicidade as deixa sempre no vazio.
A sensação constante do vazio que se apodera da mente humana é o instinto da virtude que luta incessantemente dentro de cada um para se libertar desse entorpecente, pois a riqueza, fama e o sucesso, quando adquiridos da forma como o é, são incompatíveis com as virtudes sublimes da providencia, é a alma que grita e implora contra os prazeres do corpo.
Aristóteles dizia que o “sábio aspira não ao prazer, mas à ausência de dor.” Através dessa máxima, é possível concluir que se faz necessária, em caráter de extrema urgência, que façamos a propagação da moralidade e da verdade, pois essas duas contempla, em sua plenitude, a felicidade que todos buscamos, pois, sendo a moralidade, causa primeira do sentimento humano para com o próximo, a verdade, é a libertadora das amarras que mantém a humanidade ainda presas sobre o crivo da ignorância.
Com o conhecimento, se afasta a ignorância, com a verdade, se afasta a mentira, pois quando se diz mentiras o suficiente, dificilmente podemos enxergar a verdade novamente, para cada mentira há se um preço, e no final, o preço é tão exorbitante, que jamais conseguiremos pagá-lo. O mundo da mentira na qual vivemos, ditado pelo nosso próprio orgulho, é o significado de quão inferiores somos em razão de nós mesmos, as misérias são criadas por nós em função de nossa pequenez, de nossa incapacidade de enxergar o que realmente somos e o que de fato pensamos ou queremos para nós e os outros. O fato de só enxergarmos apenas a nós, nos mantém ainda presos dentro de nós mesmos, sendo então, incapazes de praticar a caridade e a fraternidade, porque esses dois são inimigos de nossas doenças. Tolstói menciona uma passagem interessante em uma de suas obras na qual diz que na hora da partida, ou de uma mudança brusca na vida provocada por algum acidente ou mesmo doença, as pessoas muitas vezes são capazes de refletir seus atos passados e presentes, oferecendo a elas mesmas um estado de profundo conhecimento de si, podendo reorganizar seus pensamentos e questionar como e qual é a melhor maneira de praticar a mudança.
O que não sabemos, e aqui externo com consciência, é que não há a necessidade de esperamos passar por nada do tipo para reconstruir aquilo que está praticamente deteriorado, a mudança interna se faz necessária para que consigamos promover a mudança externa, pois infelizmente, intelecto e moral são duas qualidades que não andam juntas e são diferentes entre si, pois intelecto não é sinal de moralidade.
Virtudes
Em todas as virtudes há méritos, porque a virtude é o progresso da moralidade humana, não se pode negar que o progresso se fez presente em todas as fases da evolução humana e conforme se evolui mais, a humanidade se faz refletir sobre a questão da moralidade e enxerga que não há como conviver em sociedade sem que não seja possível sua presença em sua plenitude.
Os indivíduos que desprezam as virtudes, desprezam a si próprios, pois são consumidos pelos seus próprios vícios, podendo ser eles as mais diferentes formas e vontades de prazeres.
Sócrates afirmava que uma vida fora de reflexão era uma vida desperdiçada, fazendo todo o sentido do ponto de vista desta obra, pois se não somos obrigados a refletir sobre nós mesmos, nossa vida fica sem fundamento para as melhorias, impossibilitando-nos a racionalidade do que é a vida e o porquê devemos seguir padrões virtuosos; o tempo nos mostrou, conforme a evolução humana, que a virtude é a alma de um mundo melhor, mas a mudança encontra-se dentro de cada um de nós.
Aristóteles também dizia que não bastava conhecer a virtude, mas sempre deveríamos possuí-la e praticá-la, a evidencia desse pensamento reflete, de alguma forma, a diferença entre entendimento e compreensão, porque entender não significa compreender sua essência e por isso a virtude é sempre, ou esquecida ou desprezada.
Conhecer as virtudes sem as praticá-las é o mesmo que se ter a semente e não cultivá-la, pois não colherá os bons frutos de que a isso possa vir como a melhoria esperada, por isso, há-se de ter o discernimento e a compreensão desse conceito, fazendo-se necessário à sua prática constante nos seus mais elevados graus de conhecimentos.
As virtudes na humanidade em sua plenitude é ainda algo distante, mas que se faz esplendorosa quando à avistamos, porque tudo o que é bom, tende a se tornar algo passageiro e raro.
Devido as doenças aqui descritas nesta obra, apesar de termos conhecimento das virtudes, somo incapazes de praticá-las de forma sublime, Cristo veio para mostrar o é que a virtude e o porquê devemos agir sempre em benefício do próximo, pois sabia que para se construir um mundo feliz, era necessário a apresentação da virtude na sua forma mais sublime.
O que não nos atentamos, é que se precisa de pouco esforço para se fazer o bem, e nós nem nos importamos, ou, se importamos, pouco fazemos para de fato colocá-lo em prática, por isso há a necessidade de se colocar sempre em evidência os ensinamentos da filosofia, pois não adianta apenas pensar ou falar, se na verdade, a servidão na prática do bem não for trabalhada com as próprias mãos.
Virtudes se conquista com trabalho e prática, pois com o exemplo, dificilmente poderá se perder como as palavras proferidas por aqueles que são imoral, na luta constante para inflar suas vantagens e privilégios.
Caridade e Religião
Sem a virtude não há salvação, disse um sábio da filosofia, porém, como obtê-la sem antes a conquista-la?
As virtudes, como disse anteriormente, é o progresso que a humanidade conquista com o passar do tempo, mas foi Cristo quem à exemplificou para que nós pudéssemos conquista-las e obtê-las em sua plenitude.
Cristo disse, “sem a caridade não há salvação”, este é o único método para nos livrar de nossos males, pois em um mundo aonde os homens se ajudam mutuamente, a caridade seria melhor praticada e o egoísmo seria contido.
Muitos dirão que tudo isso não passa de utopia e que é impossível esse tipo de prática em um mundo cheio de adversidade, mas é possível, a partir do momento em que começarmos a mudar nosso pensamento, a mudança, é claro, não se fará brusca, é um processo lento, que se dará a médio ou longo prazo, pois, assim como na natureza, nada acontece bruscamente e não será na natureza humana que isso ocorrerá da noite para o dia.
O exemplo dado por Cristo, para justificar todo o seu pensamento, se faz presente, afim de nos ensinar as verdadeiras virtudes que nosso íntimo tanto procura, pois o vazio que nos enche o coração, é o efeito da causa praticada pelo nosso orgulho, egoísmo e seu derivado que é a vaidade, por isso, dizia, que a caridade sem a fé não era possível, pois mostrou que a terra nada mais é do que uma escola e hospital para que pudéssemos aprender, curar e aperfeiçoar nossa moralidade.
O mundo de causa e efeito, assim como uma das leis de Newton, ação e reação, aonde para cada ação há-se uma reação, o mundo de causa e efeito possui a mesma lei imutável, pois para cada causa externada por nós, tem-se um efeito, podendo ele ser prejudicial ou benéfico.
O efeito da caridade é o que trará a paz, o amor, a compaixão, a benevolência, a felicidade, é a virtude que enxuga as lágrimas, cura as feridas, socorre os necessitados, traz alegria, devolve o prestígio e recompõe a sociedade, e o egoísmo, por sua vez, é o inimigo da caridade, é o que contrapõe suas ações, é o mal que está a mostra e escarnado, é a verdade diante de todos, o ponto de partida para a convalescença de nossas doenças e a entrada da nova era.
A caridade não se faz presente sem a fé religiosa, independente da crença à que possuir, é a humildade em aceitar que existe uma força maior e mais poderosa, um Deus com inteligência suprema, misericordioso, justo e bom em sua inteira perfeição, inventor e construtor de tudo o que vemos, sentimos, tocamos e respiramos, em sua mais perfeita sintonia, com a precisão cirúrgica que nossa ciência à descobre de tempos e tempos em razão de sua constante evolução.
A fé religiosa não é aquela que te prende por dogmas e costumes te forçando ou obrigando, porque tudo o que se torna obrigatório vai caindo em desuso ou até mesmo pelo desânimo; a fé religiosa verdadeira é aquela que te conquista pelo amor, aquela que lhe fala pelo coração e não por decretos, é aquela que te faz enxergar o impossível, que dá sentido a vida, é a ciência e a filosofia, são as três, os pilares fortes e resilientes que sobreviverá ao tempo, pois religião, ciência e filosofia andam juntos, de mãos dadas, aonde se somam, sem que uma se imponha sobre as outras, é a constatação da verdade material provada pela ciência, disseminada pela filosofia e sentida pela fé.
A fé religiosa é aquela que te conforta, que te faz sentir bem, que te tranquiliza, que te trás harmonia, segurança, te faz acreditar que todo sentimento não é, e nem será perdido, mesmo quando o desespero vier, te explica o sentido da vida, mesmo que ainda exista uma cortina de fumaça diminuindo seu alcance de visão, essa é a verdadeira fé.
A caridade, por sua vez, sem a fé é impossível, mesmo que tenhamos indivíduos que à praticam sem a possuí-la; em verdade, Cristo dizia que “é impossível amar o próximo sem antes amar a Deus e amar a Deus sem amar o próximo”, é um pensamento ilógico praticar a caridade sem amar a Deus, porque o fazendo, ostenta uma virtude apenas como status para inflar o orgulho. Para os indivíduos que o fazem sem amar a Deus e se sentem felizes à praticando e que, no fundo, no íntimo, sabem que existe uma força maior.
A religião, portanto, se faz necessária a criatura humana, afim de buscar o equilíbrio entre a razão da existência, abdicando apenas dos seus males, orgulho e egoísmo, pois não haverá paz em um mundo apenas coberto de leis que contrapõe os impulsos da humanidade.
As leis, que são um conjunto de regras e tratados, que fazem com que os indivíduos cessem, sob pena de penalidades, seus impulsos mais exagerados, porém, todavia, a criatura humana, mesmo sob rigorosas leis, não consegue controlar seus impulsos, porque não compactuam com decretos, pois se acham livres e libertos e isso impactam diretamente contra seus interesses.
É por essas e outras razões que se faz necessária a religião, pois ela, quando há a fé verdadeira, é a rédea invisível que freia os impulsos humanos pelo sentimento ao próximo. Em tempos como os atuais, aonde a diversidade religiosa é implantada em nosso meio, não há uma única hipótese de apontar a melhor, pois cada indivíduo se sente bem aonde acredita; a força da religião precisa se fazer presente pela fraternidade entre elas, pois ao contrário disso, estarão elevando a hipocrisia de seus ensinamentos; a base cristã, é forte e única em todas as crenças que utiliza os ensinamentos do Cristo e por isso não há razões para que elas se levantem umas contra as outras.
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Acusai a fé do próximo, é quebrar a máxima do ensinamento do Cristo, amai o próximo como a si mesmo, criando os conflitos em virtude dos interesses, aflorados do orgulho e do egoísmo, pois a verdadeira religião é aquela que trata a todos como irmãos, que não julga, mas aconselha, que não aponta, que não prolifera a maldade em nome de Deus, que transformam as pessoas em boas e virtuosas em sua acepção mais profunda.
Dizer que Deus não existe e caminhar todos os dias sob sua obra, é o mesmo que trabalhar em um arranha céu e dizer que aquilo não pode ser construído pelos homens, portanto, também não o existe.
O entendimento do que é Deus se faz difícil, porque achamos que estamos acima de tudo, acima até da própria razão, mas não conseguimos olhar essa questão em virtude de nossa pequenez absurda e até infantil, como uma criança que acha que pode e sabe de tudo, quando na verdade, é apenas um grão de poeira em um universo vasto, complexo, simétrico e harmônico, cheio de conhecimentos invisíveis à olhos limitados pela matéria. Ainda somos crianças engatinhando na imensidão da sabedoria e da obra divina.
O ser humano peca em achar que está acima de tudo, inclusive a criação, e mostra, dia após dia, sua enorme pequenez, é a paixão em seu mais alto grau de exagero que fazem com que perdemos a racionalidade, o sentido, o amor e a própria fé.
Não podemos nos permitir que essas paixões e doenças transbordem a razão, pois agora, aonde tudo está a mostra, devemos, antes de mais nada, lutar com todas as nossas forças, para que possamos nos afastar desse sentimento ilusório e vazio, para então, buscarmos a mudança e a verdadeira felicidade.
Somente a fé é pouca para se efetuar a mudança, a fé somada a caridade, é o verdadeiro remédio para construirmos seres humanos melhores e assim, moldarmos nossa alma, pois aqueles que se sentem amados pelo próximo, disseminarão também mais amor, construindo então, um mundo mais fraterno, sorridente, feliz e justo.
A verdade dói, machuca, dilacera, mas é com ela que conseguiremos enxergar a imensidão da obscuridade em que estamos inseridos e que assim fizemos por nós mesmos, sem a verdade, é impossível nos melhorarmos, é uma vida jogada fora, sem sentido, vazia e sem amor. Obter a verdade, por mais dolorosa que seja, nos fará progredir, pois o progresso é imparável, pode-se diminuir sua intensidade, mas não é possível freá-lo.
Cristo veio apenas nos ensinar qual era o melhor caminho para a felicidade, o desprezo que nós temos pelos seus ensinamentos, nos fizeram construir o mundo de hoje, porém, cabe salientar que, nem tudo está perdido quando se tem o conhecimento da verdade, e que agora, se faz tão atual a famosa frase que diz que temos que nos conhecer a nós mesmos. Com a verdade exposta, fica muito mais fácil a auto análise de nós mesmos. Cristo não veio destruir a lei, apenas mostrar a verdade, a partir daí, a lei pode ser melhorada com o avanço de nossa moralidade e um mundo mais justo e feliz se criaria diante de nós e por nós, pois o mestre não interfere nos seus estudos, apenas cria as ferramentas para que dela possamos utilizá-la em nosso aprimoramento. A moral foi o ponto central da passagem do grande mestre ao nosso planeta e é esse ponto que nos falta para a construção de um mundo melhor, mas, para isso, teremos que abdicar de nosso orgulho e nosso egoísmo.
Existe muitas formas de caridade, não somente a ajuda financeira, quando há em seu poder os meios para tal, ou mesmo os trabalhos voluntários, outros meios de caridades também se fazem presentes, sendo elas a paciência, saber perdoar, ter a confiança, utilizar a calma quando a situação cair no descontrole, o entendimento do momento, o silêncio quando se faz necessário, a obtenção do ânimo, a pacificação, a coragem para ser dar o passo em direção de algo, a oração diária como forma de agradecimento e a regeneração das forças, a tolerância para com todos, o recomeço, seja ele qual for, a persistência no bem, o sorriso e o momento de saber esperar, todos esses são formas de caridade resumidos em um dado momento, ou mesmo resumido em uma única palavra ou ato.
Todos esses sentidos, quando guiados com amor e sabedoria, são capazes de fornecer um bem ao outrem e à nós mesmos, pois tudo em nossa vida se torna passageiro, cabe a nós escolhermos se queremos caminhar sobre brasas ou sobre algodão.
O caminho que nos leva até a caridade é tortuoso, porque mexe com o tumor que habita dentro de cada um de nós, e mesmo praticando a caridade, ainda sentimos um vazio quando retornamos ao nosso mundo real, porque há de se saber que mesmo à praticando, em muitas vezes o martelo da ingratidão recairá sobre nossas cabeças, mas saibamos que uma força muito maior sempre estará nos auxiliando com o remédio necessário para que possamos continuar na caminhada do bem,
Mesmo que tenhamos hoje alguns meios para a caridade, ainda falta o amor, a crença e os meios de se fazer mais em sua consequência, pois aqueles que são imediatistas, perdidos no próprio orgulho, são os inimigos da caridade, do progresso e do desenvolvimento humano.
Todo o progresso social se faz com muita dificuldade, muitas lutas, porque é o único meio existente hoje para o implantar, justamente porque a humanidade não tem o conhecimento de si própria e, sendo assim, não conseguem raciocinar sobre seus próprios sentimentos; o orgulho e o egoísmo são camuflados em meio a uma enchorrada de informações, critérios, leis, regras, sistemas e por meio das vontades próprias.
A caridade, antes de mais nada, inicia-se no aconchego de nosso lar, em nossas próprias casas, pois o Cristo, sem enaltecer seu amor em obras monumentais, riqueza material e aclamação das armas, emoldurou, com sua tamanha simplicidade e benevolência, a beleza da paz e fundou um ministério da fraternidade, disseminando o conhecimento e compreensão em todos os horizontes à benefício de todas as gerações.
A servidão de nós mesmos dentro de nossos lares, permitirá a nós entendermos o conceito da caridade, pois quando à ensinada, melhora nossos ouvidos e quando a praticada, aprimora nossos corações, permitindo-nos então, a externar todo o aprendizado as outras famílias que compõe nossa sociedade, disseminando assim, nosso amor, caridade e nossa fraternidade.
Diz-se que nunca se pode avaliar as palavras proferidas, sem antes, observar as atitudes, pois vale-se mais o exemplo vivo da compaixão do que palavras enaltecedoras de virtudes, este, um ensinamento que serve como base de reflexão para nossas escolhas, seja elas em qualquer campo de nossas vidas.
Não podemos nos permitir acreditar, em sua plenitude, isentos de qualquer obrigação em função do Estado, pois como fazemos parte integrante dele, devemos, sem esmorecer, servi-lo ao propósito do bem maior, porque isso nos levaria ao caminho do bem, pois sendo ele o Estado controlado por pessoas, elas teriam o discernimento do dever a cumprir perante a sociedade.
O que precisamos saber é que a religião e a ciência são os propulsores da inteligência humana, a ciência é a reveladora do mundo material, enquanto a religião, é a reveladora do mundo moral, formado então os dois pilares que sustentam uma ordem social, mas o terceiro e não menos importante é a filosofia, o que busca e o que dissemina todo o conhecimento das outras duas leis, são esses os três pilares que sustentam toda uma ordem social, a verdadeira fraternidade estaria aí; ora, como seria possível conviver em sociedade sem a religião? Sendo o que devemos combater é o nosso próprio orgulho e egoísmo, devemos então combate-la dentro dos templos religiosos, das instituições sociais, na educação, no Estado, nas empresas, ou seja, em todos os lugares; não seria possível combater essa verdade sem a presença da religião, nossa crença e a sua prática é a chave para a purificação moral da humanidade.
Haverá uma horda que se levantará contra a religião, sob o pretexto de uma espécie de dogma, que prende e controla as massas, mas não nos preocupemos, pois a religião verdadeira é aquela que amansa os indivíduos e os fazem refletir, que orienta e lhes fazem enxergar a morte, não como um fim, mas como um despertar para a verdadeira vida, por isso devemos sempre buscar a prática da caridade, porque o que é matéria fica na matéria e o despertar será o melhor possível, pois é lá que veremos os amores semeados e plantados no decorrer de nossas vidas terrenas.
A lei divina não nos priva de um nobre sentimento que nos foi ensinado, que é o amor, apenas nos priva daquilo que não tem importância, a não ser que seja para nosso aprendizado, que são as coisas materiais, fruto de um planeta material.
Nossos olhos orgânicos e limitados, são incapazes de enxergar o que o sentimento é capaz de sentir a longas distâncias e é por isso que o amor não é apalpado ou visto, mas sentido, ele, o amor, não existe como uma forma material, mas é sentido pelo coração e todos os indivíduos podem se beneficiar desse nobre sentimento.
Quando a morte se faz presente em nossas vidas, de parentes ou entes queridos, a mente acostumada a se alimentar de nosso egoísmo e nossas vontades, não consegue entender quando nos é tirado o amor de um próximo, então a dor e o sofrimento se fazem presentes, da mesma forma, ou mais aguda, de que quando somos confrontados ou nos tirado algo de muito valioso. A indignação e o desespero tomam conta de nosso ser, porém, quando nos abdicamos de si próprios e passamos a enxergar que existe uma força superior, com a fé se ameniza o sofrimento a ponto de extingui-lo, a saudade permanece, isso é verdade, mas a dor angustiante nos é tirada, como se tira um grão de areia dos olhos.
A fé verdadeira mostrará que a morte é apenas uma passagem, uma transição, de um mundo material cheio de desafios, para um lugar aonde nossas limitações orgânicas são incapazes de enxergar ou apalpar. Por isso devemos agir da melhor forma não somente para nós mesmos, mas para todos que estão a nossa volta e para os que não estão, pois o bem comum cria laços indissolúveis que seguirão para toda eternidade.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Não se espante em já ter lido este título em algum lugar nos limiares de nossa história moderna, o título nada mais é do que o lema da revolução Francesa do século XVII, aonde surgiu pela primeira vez.
Essa expressão ajudou o povo francês a se libertarem do governo opressor que os dirigia, mas o intuito aqui não é falar da revolução francesa, mas proclamar o próprio lema como a base da nova ordem social que deve ser instalada em nosso mundo, acompanhado da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Mas o que de fato é a liberdade? Hoje somos mergulhados em uma falsa liberdade, aquela liberdade dos pássaros, aonde podemos fazer o que quiser, como quiser e na hora que quiser, essa é a falsa liberdade, as pessoas se acham livres para fazer o que lhes convém, mas não conseguem ter a percepção que essa liberdade não é tão libertadora assim, às fazendo ficar presa em um tipo de sistema que mais parece uma linha e produção contínua, aonde o fim é o esgotamento do corpo.
Não pode haver liberdade em um mundo mergulhado no caos, corroído pelo orgulho e pelo egoísmo, não pode haver verdadeira igualdade e fraternidade nesse mesmo mundo, pois são incompatíveis, são ilógicos, a repetição incessante dos males da humanidade nesta obra é para se fazer refletir, aqueles que buscam incansavelmente, por meio de estudos, disseminar o conhecimento da moral humana e o progresso, dão apenas um pequeno passo e muitas vezes são desprezados pela loucura humana, que quer sempre mais a todo custo e a todo momento.
Os sete crimes capitais tais eles, gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e vaidade, podendo acrescentar também a ambição, são todos derivados do orgulho, esse é o pai de todo o mal, que transforma o ser humano em um mal ambulante, basta fazer uma rápida pesquisa na história da humanidade para se verificar todo o mal praticado e o desenrolar desse mal nos dias de hoje, somos moldados em meio a tudo isso, não nos fazendo perceber o quão mal nos tornamos dia após dia.
Se a humanidade fosse desinteressada, bastante benevolente, aonde não existisse ali nem o orgulho e nem o egoísmo, então haveria a fraternidade e a verdadeira igualdade, pois nenhum deles se dariam privilégios ou vantagens, só existiria o bem, pois trabalhariam sempre em função do bem ao próximo, mas, aonde existe orgulho e egoísmo, a humanidade sempre vive com desconfiança, em conflitos constantes, praticando a maldade, ignorando a caridade, desprezando a fraternidade e bloqueando a igualdade.
A fraternidade resume por si só a abnegação, o devotamento, a tolerância, a benevolência e a indulgência, é em sua acepção, a máxima do Cristo, agir para com os outros como gostaríamos como os outros agissem conosco, é o significado da expressão “um por todos e todos por um”, enquanto o egoísmo é o oposto, o egoísmo se define na expressão “cada um por si”. Não há meios e nem hipóteses de se implantar a verdadeira fraternidade enquanto existir o egoísmo.
Podemos definir a liberdade então como tudo aquilo que se pode fazer desde que se respeite o direito do próximo, que vem acompanhado da verdadeira justiça, aonde sem haver privilégios ou vantagens, estará aí instaurada.
Percebemos então o quão grave o orgulho e o egoísmo se fazem presente em nosso mundo, pois não é somente a felicidade em dormir, comer, procriar, amontoar riquezas ou utilidades, ostentar títulos de ordem social ou econômica ou mesmo honrar-se na crueldade, sorrindo com o alheio infortúnio e alardeando compaixão que não sentem, isso não é a felicidade buscada pela humanidade, isso gera vazio e tristeza, insegurança e vantagens e privilégios.
Einstein dizia que bens materiais, sucesso aparente, fama e luxo eram desprezíveis para ele, pois acreditava que uma vida simples e despretensiosa é o melhor para o corpo e para a mente, Tesla ia na mesma ordem, aonde dizia que o dinheiro não representava tal valor como os homens o colocavam em cima dele, que todo o dinheiro que adquiriu serviu apenas para que pudesse investir em experiências para tornar a vida da humanidade um pouco melhor.
Esses ensinamentos dos homens mais brilhantes que existiram, servem como ponto de reflexão para todo esse material aqui apresentado, aonde devemos ponderar e sempre nos questionar, qual é o mundo que realmente queremos. Um mundo caótico no qual vivemos, aonde a falta de esperança e segurança acaba com sonhos e planos? Ou um mundo de esperanças, fraterno, justo e seguro?
A filosofia, caro leitor (a), não se restringe apenas aos filósofos, ela é ilimitada, assim como o conhecimento, e é por isso que, a mudança só se fará presente, se lutarmo-nos contra nós mesmos. As respostas para todo o caos vivenciado hoje, já estão plantadas em cada um que acompanhou esta obra até esse final, uma vez plantada, só cultivá-la para que a colheita seja melhor, pois como diz o velho ditado, quem planta vento, colhe tempestade, e quem planta calmaria, colhe serenidade.
Esta obra não veio destruir nada, apenas mostrar a verdadeira à face de nossos problemas, caso haja a necessidade de queda de qualquer tipo de sistema ou algo do tipo, ela se fará pela força daqueles que praticam o bem e fará dele o novo sistema que perpetuará como objetivo principal, o bem de todos.
Liberdade, em um mundo como o nosso, não deve ser confundido com o direito de se fazer tudo o que se tem vontade, a liberdade tem, e deve, ser acompanhada da moderação, da temperança, da virtude, da obediência e das regras, pois tudo o que se torna demasiadamente liberto, torna-se sem controle e tudo é posto a perder.
Como Frontão disse, hoje somos posto em um mundo aonde a sociedade é formada por violência e passividade, aonde se vive os calmos com os ferozes, os pacíficos com os violentos, os humildes com os orgulhosos, os temerosos com os cruéis, de modo que todos nós, pouco a pouco, despojamo-nos dos vícios que trazemos de nós mesmos, buscando a virtude, aprendendo a pureza da moral para que possamos buscar a substituição da imprudência pelo senso da honradez, a obstinação pela obediência e a malevolência pela bondade. Sábias palavras que com um pouco de reflexão, podemos enxergar o antes e o agora e batalhar para a transformação do amanhã.
Livro II – A Política Sem Ideologias
A política, como seu próprio significado diz, é a arte ou ciência de se governar, direção ou administração de Estados ou nações, mas ela não se restringe somente a isso, mas em todos os ramos de nossas vidas, se ela financeira, pessoal, profissional ou empresarial.
Para nos aprofundarmos nas raízes da política, devemos rever um conceito aristotélico, na qual ele dizia que a política utiliza-se de todas as outras ciências para que este fim, à que se destina todas as ciências na qual a política necessita, seja o bem comum de todos na sociedade.
Daí nasce o princípio da moral e da ética, que é a regra primária para se conduzir bem, fundada na observação das leis Divinas, a humanidade se conduz bem quando faz tudo em vista e para o bem de todos, princípio primeiro para adoção em caráter, não só político, mas humanitário.
Aristóteles abordava e implantava inúmeros conhecimentos aos seus alunos, incluindo a formação do caráter, que é a formação da personalidade, dizendo que “quem age com retidão é contemplado com as recompensas e as coisas boas da vida”, pois virtudes como o respeito mútuo e admiração uns pelos outros graças a cooperação podiam ser ensinadas nas escolas.
A formação do caráter poderia servir como base de subtítulo para uma compreensão mais concreta, mas o assunto requer cuidados e foi visto pela psicologia como algo bastante abrangente, em poucas palavras, é o conjunto das qualidades, boas ou más de um indivíduo e isso lhe determinam a conduta e a concepção moral.
Aristóteles sempre acreditava em um ponto intermediário, que era o meio entre dois extremos e obrigava seus alunos a passarem por uma série de auto análises, com isso introduzia nesses jovens a consciência de seu posicionamento nas questões de caráter. Ele pregava a prática intensa para que eles adquirissem a máxima sabedoria na hora da tomada de decisões ensinando incessantemente na assertividade das decisões.
Dos ensinamentos extraídos, devemos entender que a formação do caráter deve se fazer presente através da educação; a educação não serviria apenas para formar a capacidade intelectual de crianças e jovens, mas também da formação do caráter por meio de técnicas e práticas que devem ser revistas e introduzidas, pois o caráter, aprendemos com exemplos através de atitudes exemplificadas, elevando a moral de cada criatura a agir por meio de tomada de decisões que incluem a moral como parte principal. Muitas vezes aprendemos metodologias de casos para tomada de decisões a todo custo e muitas vezes ignoramos a dimensão moral e estimulam o preparo de políticos que dão poucas importâncias as questões éticas e morais.
A boa educação não pode ser usufruto de apenas uma parcela da sociedade, precisa e deve pertencer a todos, na sua forma mais integral e justa, pois é através de uma base mais fraterna e sociável como essa, que edificaremos uma mudança acolhedora, pois a socialização necessita fazer parte do processo de aprendizado, seguindo a regra do “um por todos e todos por um” e não mais o “cada um por si” que temos hoje.
A criatura política deve ser politizada ainda na infância, afim de conhecer e compreender os caminhos do bem, do trabalho em prol a uma comunidade ou sociedade, lembrando sempre que o conceito de filosofia, a arte do saber, precisa ser implantada, afim de colher jovens mais sábios e com ágil poder de decisão sobre as situações que a vida lhe imporá, sem que a moral e a ética sejam postos de lado, influenciando a arte da prática, da observação constante e da reflexão.
A maioria da sociedade diz que a política é suja, imunda e que todos que estão lá nada fazem, mas esquecem-se que a política não é suja, pois quem faz a política são propriamente os membros da sociedade, ou seja, nós mesmos. Claro que não podemos generalizar a todos, mas a grande parte apenas luta por interesses próprios, ou seja, por algo que já descrevemos anteriormente e que tem tópicos que nos trazem grande entendimento e compreensão.
Para adentrar na verdadeira política, não basta apenas ser visível para se angariar mais votos, precisa ter o amor incrustado na alma, pois aqueles que são desprovidos de amor, jamais deverão pertencer a classe política. Considero assim a classe mais especial de que temos hoje, sem desmerecer outras classes, mas essa em especial, é a classe que guia e que direciona, que enaltece e que prejudica e por isso requer cuidados especiais para cada tomada de decisão que impacte diretamente nas vidas daqueles que estão abaixo.
O amor deve ser requerimento obrigatório para a vida política, pois é com o amor ao próximo que se conquistará a ética e a moralidade, pois não às bastaria apenas tê-las na boca, mas semeada e cultivada pelo sentimento, sentimento esse como o amor, que não se pode ser visto ou apalpado, mas sentido.
O indivíduo política jamais deve tomar decisões amparado pela emoção, como em um jogo no qual o torcedor utiliza-se de sua emoção para vibrar a cada lance, mas amparado pela razão concretada e solidificada pela ética e pela moral. Aqueles cujas ações são baseadas em emoções, semeadas e cultivadas pelo orgulho e egoísmo, são arquitetos das desigualdades e do caos, responsáveis diretos pela destruição de seu próximo e de si mesmos.
O político que age por intermédio de suas paixões e emoções, abre mão de suas virtudes, se é que às possui, para se deleitar nas profundezas da imoralidade e nos prazeres escandalosos do materialismo, deixando a mercê todo o bem comum de que um dia lhe foi ensinado, como se ensina uma criança que não tem vontade em aprender, apenas vê o conteúdo lecionado e logo esquece, achando que nada disso lhe tem serventia no futuro, políticos com esses pensamentos, estão fadados ao fracasso.
Todos os políticos, sem exceções, já se vangloriaram da ética e da moral, puderam sentir a alegria profunda e a sensação de paz irradiante que à elas provém, mas insistem em trilhar o caminho do caos e da injustiça, a partir do momento que desviam os passos rumo ao vazio e a obscuridade, que é o próprio orgulho e egoísmo, emperram a engrenagem da máquina do Estado, responsável por manter o equilíbrio entre todos os seus membros e por isso se tornam vazios, apáticos e sem brilho.
Desde que o mundo é mundo, ou seja, como o conhecemos, as pessoas se prejudicam mutuamente umas às outras, achando normal esse ato, se tranquilizam e acham normal, repassando os atos de imoralidade em benefício de si próprio, esse é o mundo no qual vivemos, aonde a vantagem e o privilégio é mais importante do que a vida, seja eles quais forem, estar sempre a frente, não importa a injustiça que cometer, vale mais que qualquer virtude. Por isso se trabalha pensando apenas no presente, para que não possa refletir e protestar contra o sistema atual, sistema esse tão prejudicial quanto a pior doença existente.
É através da política que conseguiremos solucionar nossos mais diversos problemas, problemas esses criados através desse poderoso instrumento chamado política, pois toda ferramenta manuseada por mãos inábeis tende a se tornar ineficiente, falha e propícia a catástrofe.
Nesse mundo animalesco que vivenciamos, a construção do caráter precisa ser implantada desde a meninice, porque é na base que se forma grandes pessoas, não há a possibilidade de levantar um arranha céu sem que seja preciso mexer em sua base, é extremamente crucial preparar a base, preparar o terreno para a implantação de uma boa educação que visa todos os membros, sem que ela seja abocanhada pelo poder do dinheiro.
Um político deve ser eleito, não pelo que ele tem ou é, mas pela sua conduta, pelo exemplo que dá, por buscar os meios necessários para a resolução dos problemas, utilizando de seu conhecimento, sua empatia e humildade para se conquistar a tão sonhada autoridade, que garantirá sua liderança para buscar sempre o bem comum entre todos os membros da sociedade.
A busca pela autoridade não se faz através do poder, do sucesso ou de posses, apesar de sabermos que hoje alguns indivíduos se utiliza desses adjetivos para obter a autoridade, mas a verdadeira autoridade se conquista através da ética e da moral, ganhando notoriedade pelo exemplo e ensinamentos externados na pratica do bem, com isso vem a influência, aonde consegue projetar o nome de forma automática, após isso vem a autoridade e liderança sob aquele grupo e com isso vem o poder; então toda autoridade tem poder, mas nem toda autoridade utiliza o poder, sobre esse, explicaremos mais adiante em um outro tópico.
Entre autoridade e poder, existe o uso obscurecido, ou seja, o uso obscurecido utiliza-se da ética e da moral de forma superficial para obter notoriedade e influência para se chegar a uma falsa autoridade, assim, obter o poder e utilizar-se dele para sua tirania, repare que a autoridade é apenas a fachada para se chegar ao poder, pois é esse poder que governará de forma autoritária, injusta e cruel.
Então, como identificar ou saber que um indivíduo faz o uso obscurecido para se chegar à autoridade? Ora, as palavras tem peso, isso não é novidade e na maioria das vezes elas que ditam o tom e decidem coisas, mas são como pesos de um amontoado de poeira, com o vento se espalham e dissipam e logo não há nada o que se possa ver, mas as atitudes, essas são como uma montanha, visíveis, fortes e robustas, então chegamos a conclusão de que o uso obscurecido se faz somente com as palavras que se perdem com as atitudes, portanto, tudo o que é visível perdura com o tempo e serve de exemplo para as gerações vindouras.
Educação Como Base Central
Uma educação bem estruturada que oferece todo o auxílio, desde a base até a formação acadêmica, é a formula para se alavancar a todos de uma forma completamente justa.
A meritocracia na qual vivemos hoje tão ilusória e que atende apenas um seleto grupo de indivíduos, não é digna de uma política de futuro, pois a política do futuro requer uma total inclusão dos cidadãos, seja eles a quais classes estiverem.
Educar, com o próprio nome diz, não é sinônimo de uma enchorrada de conceitos a se decorar para que os estudantes à absorvam como uma espécie de robôs, para que possam tentar a sorte em uma competição frenética e alucinante em uma instituição de renome nacional. Educar vai muito além disso, é preparar nossas crianças e jovens, sob conceitos e técnicas diferentes, para que elas possam se convergir entre si, ajudando uns aos outros, para que no fim do trajeto, possam fazer jus a todo o mérito de sua trajetória para trilhar a carreira profissional, sem as devidas competições que nos rodeiam hoje.
Para que possamos conseguir esse efeito, tão almejado por todos, há a necessidade de se mudar a base da educação, reestruturá-la e buscar a preparação, não de professores, mas de educadores, que poderão prestar todo o auxílio para cada estudante de modo totalmente personalizado, afim de se buscar a excelência diretamente nas dificuldades de cada aluno.
Todos os alunos serão ensinados de modo totalmente filosófico, não só nos conteúdos programáticos de que lhes cabem, mas também a se ajudarem mutuamente, cabendo as provas individuais sendo apenas critérios para se verificar as dificuldades de cada um para que os educadores possam atuar em cima de cada dificuldade em específico, sendo o progresso de cada aluno medido no desenrolar do ano, cabendo uma nota individual que acompanhará o aluno em dois âmbitos, intelectual e moral.
Este método de ensino desde os primórdios da tenra idade, que implica de maneira abrangente a fraternidade e a igualdade entre cada um, permitirá que todos os jovens não pensarão nos colegas como adversários e sim como irmãos, que se ajudarão mutuamente para se conseguir chegar em um único objetivo, que é o sucesso de todos, na qual consiste na realização dos sonhos de cada um.
Professores de hoje terão que se reciclar para que se possam aprender as técnicas filosóficas, para que possam implantar esses conceitos e práticas dentro de salas de aula, o método ainda é passível de discussão e requer o máximo empenho de nossos filósofos e sociólogos na busca de um programa de ensino para os novos educadores de amanhã.
Só conseguiremos implantar a verdadeira justiça na educação se houver uma consciência generalizada de todos como cidadãos de como ela, a educação, pode transformar toda uma nação pela força da disseminação do conhecimento pelos educadores e pela absorção do mesmo pelos jovens, erradicando a tão ilusória meritocracia de nossos tempos e dando lugar a nova meritocracia, justa, fraterna e caridosa, que possibilitará a todos, sem exceções, o mesmo ponto de partida para as universidades e por conseguinte para as carreiras profissionais.
Através do esforço e dedicação de cada indivíduo, os nossos jovens, a verdadeira meritocracia será posta a rigor, pois como o progresso é contínuo, dará margem para uma média global para que cada um possa adentrar nas universidades de sua escolha, sem que por isso possa passar pelo crivo severo e desumano de um vestibular, e com isso, aqueles alunos que não quiserem, por vontade própria, prosseguir com o ensino, não poderão dizer que nunca tiveram a mesma oportunidade, pois ela será única e exclusiva a todos.
A centralização da educação no Estado, pura e simplesmente, fará com que a educação não seja um produto do mercado e isso fará com que se levante contra essa ideia todas as instituições privadas, pois elas não permitirão a implantação de um sistema tão generoso como este ser implantado, pois, como tudo hoje é um produto a ser ditado pelo mercado, as melhores instituições de ensino de base são privados e quanto mais caro for a instituição, melhor é o ensino oferecido, por isso a busca da alta sociedade em poder matricular os filhos em instituições que ofereçam o melhor ensino para que se destaquem da grande massa que detém os piores ensinos, para que possam se projetar em universidades do Estado que, nesse caso, oferece o melhor ensino para alavancar boas carreiras, perpetuando suas famílias nas suas devidas classes.
A filosofia, como a ciência de sempre buscar o conhecimento, precisará ser disseminado entre os educadores e os alunos, pois sem a prática da filosofia é praticamente impossível desenvolver a moralidade e a ética em nossa sociedade. A construção da criança e jovens se torna muito mais fácil do que a transformação em pessoas já desenvolvidas, porque os adultos precisam de um período de transformação relativamente grande, pois até deixarem seus maus hábitos de lado para assumirem suas responsabilidades na sociedade é muito mais difícil do que a modelagem e construção nas crianças e jovens.
As escolas terão que sofrer uma remodelação teórica e física para abrigar a todos, podendo até ser estudado uma planta física padrão para que todos os prédios de escolas seguissem o mesmo padrão, aonde até os valores de construção seriam padronizados para futuras construções, já se separando o dinheiro do Estado para a construção e equipagem dessas novas instalações. Os laboratórios deverão fazer parte integrante desse novo sistema para que possam fazer parte do aprendizado prático desse novo sistema de ensino, tão desprezado nos dias de hoje.
Os recursos para o custeio desse fim, deverão ser revistos no Estado e a adoção de um sistema de doação também deverá ser incorporado, para que se mantenha a operacionalidade de todo o sistema que permitirá a todos os jovens de nossa sociedade a verdadeira meritocracia.
Não deveremos nos esquecer de que esse trabalho árduo por parte de nossos educadores, como responsáveis primários na transformação do poder intelecto-moral de nossos jovens, precisam ser postos em evidência e o aumento de seus respectivos salários precisam e devem ser postos em evidência, não devemos nos permitir que isso possa ser passado em branco, porque serão os pilares fortes de uma educação que virá a ser beneficiada, não só a critério pessoal de cada jovem, mas o Estado como um todo se beneficiará dessa incrível transformação.
No novo conceito de educação, se prezará não só o intelecto dos jovens, mas também sua moralidade, que será tão importante quanto o seu poder de raciocínio e isso deverá somar aos pontos, como um novo sistema de avaliação, aonde as médias de suas notas serão somadas as médias de sua capacidade moral pra que consigam adentrar em universidades de suas vontades. Os jovens serão constantemente avaliados pelos educares nesses dois conceitos que serão de fundamental importância para sua entrada nas universidades.
O debate desse novo conceito de ensino sobre a moralidade e a ética nos jovens, terão que ser discutidos entre os filósofos para que se aplique o melhor método de ensino e avaliação, pois serão a espinha dorsal de um Estado mais tranquilo, seguro e próspero.
O intuito desse novo conceito e método, exclui por completo todo e qualquer meio de seletividade que são impostos e implementados em nossos dias, que são utilizados para excluir a maior parte das massas de nossa sociedade, que são injustamente massacradas por um sistema perverso de exclusão, mas cabe ressaltar que o problema não está aí e tudo o que fizer nesse sentido, apenas diminuirá o problema, mas não resolverá de fato a solução. A falsa ideia da meritocracia implantada nos dias de hoje que é amplamente divulgada, diz que cada um pode chegar aonde se quer, desde que se tenha a dedicação e o esforço necessário para tal, mas sabemos que os pontos de partida de cada um são completamente diferentes, que as pessoas mais abastadas tem o privilégio de largar na frente e assim conseguir uma melhor educação no sentido intelectual para se chegar ao topo, enquanto a grande maioria não tem a devida atenção em sua educação intelectual, tendo que se esforçar muito mais para se atingir o objetivo que muitas vezes nem o consegue alcançar. Só é possível enxergar essa discrepância aqueles que estão no pé do morro, porque os que estão acima, no topo, não conseguem enxergar a base em virtude de suas visões não alcançarem, por intermédio de uma neblina densa que se faz persistir no meio do morro.
A verdadeira meritocracia só existirá quando toda a verdade for expressa e disseminada diante de todos, mas haverá aqueles que se esquivarão e outros se levantarão e farão de tudo para que não seja implantada, e esses serão aqueles que ocupam os melhores lugares perante a sociedade.
A educação é o meio e a chave para acabar com todo esse sistema perverso de exclusão que temos hoje em dia, a educação forte e distribuída a todos, sem exceções, permitirá a todos o mesmo ponto de partida, cabendo apenas aos jovens a dedicação e o esforço na caminhada que se fará presente em suas vidas como estudantes.
Os programas recém criados na entrada das universidades apenas minimizam o problema crônico que vivenciamos, é como se quiséssemos diminuir o tamanho de uma árvore apenas podando-a, sem atuar realmente na raiz do problema, será sumariamente impossível sessar o problema de vez, por esse motivo se faz necessária a construção de um novo método de ensino que abrange toda a base, desde do seu início, até seu término, por isso a presença constante da filosofia como forma de raciocínio e práticas na ética e na moral, além é claro, de ativar constantemente o raciocínio lógico, faz-se necessária desde os mais jovens, até os mais adultos, pois os farão refletir sempre em todos os aspectos da vida, seja ela do ponto de vista moral ou intelectual, sendo este o único modo de elevarmos todo nosso poder como verdadeiros seres humanos.
Esse novo modelo de educação, moldará e construirá o caráter de nossas crianças e jovens, com exemplos e práticas, assim, conseguiremos plantar as sementes de um futuro vindouro cheio de tranquilidade e com maior ênfase em nossa sociedade com seres humanos que pensam em humanos e não no alimento do seu orgulho e egoísmo.
As universidades também precisarão sofrer modificações com base nesses princípios, porque além de poucas, ainda carecem de infraestrutura e de moralidade para a extensão desse novo conceito, pois além de fornecerem os meios para alavancar os indivíduos ao mercado de trabalho, também oferecerão os meios para que ainda continuem a prosperar a ética e a moralidade, que serão guias em qualquer decisão que forem tomar em suas vidas profissionais.
Como a base educacional do país se restringirá apenas ao Estado, haverá também a necessidade da centralização do ensino universitário em poder do Estado, pois, o mesmo poderá se beneficiar plenamente do poder intelecto moral de seus estudantes para a remodelagem de infraestrutura de toda a nação, ou seja, uma ciência que necessita de outras ciências para o bem comum, podendo haver políticas de estágios em obras públicas para que os estudantes aprendam na prática o que estudam em teorias nas universidades, não que não tenham, mas poderá ser melhor aproveitado de uma forma e contexto geral, possibilitando a todos o mesmo tipo de conhecimento.
A intelectualidade é totalmente necessária, porém, ela sozinha não é sinônimo de bondade, ética e até a moral e isso está escrita em nossa história, pois, somente a formação intelectual não forma bons cidadãos que estes pode-se fazer mal uso de suas faculdades intelectuais, por isso é importante a extensão do conceito de ética e moralidade nas universidades.
A educação não pode e não deve virar um produto de mercado, assim como o é hoje. Ela é única e é para todos, um produto de mercado sempre perde a qualidade quando se é posto à venda, porque todos nós sabemos que quando se adentra em um mercado, o importante não é a qualidade, mas sim o lucro que se extrai do produto, por isso temos vários produtos de educação espalhado, aqueles que ofertam maior qualidade em virtude do seu elevado preço e outros que ofertam menos qualidade em virtude de seu baixo preço e temos aqueles que são gratuitos, porém pouca qualidade é ofertado e esse é aonde se encontram a maior parte da sociedade, que não pagam pelo serviço diretamente, mas em contrapartida, pouco pode oferecer para alavancar crianças e jovens a ocupar uma posição de destaque em nossa sociedade.
A educação é a espinha vertebral do Estado, Aristóteles já pregava isso, que qualquer golpe contra a educação, seria um golpe fatal no Estado, portanto, as pessoas ainda não se deram conta de que tendo uma educação falha, resultam em prejuízos incalculáveis não só para o Estado, mas para a vida de qualquer indivíduo que faz parte da sociedade. Tendo elas uma educação forte, às projetará na vida com uma ascensão que pouco se vê, pois isso equilibrará a economia, oferecendo investimentos, progresso na sociedade como um todo, em todos os sentidos, implantação de novas tecnologias, desenvolvimento de novos conceitos, atualização e modernização das estruturas existentes, seja elas públicos ou privados.
Percebe-se então que a única forma de ascensão de classes se dá pura e exclusivamente pela educação, mas a educação justa, forte desde a base até ao ensino universitário, capaz de oferecer a todos o mesmo ponto de partida, cabendo apenas o indivíduo o seu esforço e dedicação próprios, pois a todos serão oferecidos o mesmo empenho e o mesmo auxílio por parte dos educadores.
Mesmo que tenhamos alguns programas que colocam pessoas de baixa renda nas universidades mais renomadas do país, como o próprio PROUNI e o ENEM, também foi possibilitado às pessoas utilizarem o sistema de financiamento, o FIES, para que possam usufruir do conhecimento e terem a oportunidade de lutar por um lugar no mercado de trabalho, que hoje é deveras competitivo, mas ainda se tornam falhos por não resolverem o grande problema enraizado em nossa sociedade, os programas ajudam, evidente, mas ainda não conseguem e não conseguirão resolver o problema se nada for feito na base.
Por mais que se tenham uma certa facilidade nos tempos de hoje, nas chamadas décadas de ouro vivenciada pelo Brasil, na qual alavancou a ascensão ao conhecimento por parte de muitos membros da sociedade, ainda o processo de exclusão se faz arduamente presente, pois, mesmo com o surgimento de muitas universidade do ensino privado, elas ainda buscam seu lugar na vitrine do mercado, afim de conseguir a garantia do MEC, (Ministério da Educação e Cultura) com notas que fazem chamar a atenção dos jovens que buscam um ensino adequado para sua luta no mercado de trabalho, porém, isso não é tão bem aceito pelos melhores empregos e as empresas em questão utilizam os processos seletivos cada vez mais perversos, afim de excluírem àqueles que não tem um currículo universitário bom o suficiente para cobrir as vagas de quem necessitam.
A grande indignação da população não se dá apenas pelo descaso, mas pelo desprezo que essa maioria passa, pois mesmo o filósofo Schopenhauer disse que não se pode odiar, pois odiando não se consegue desprezar o suficiente, por isso digo que a grande maioria não é odiada, mas desprezada por um sistema perverso e sem compaixão.
Desprezar a educação é jogar fora o único meio de se conseguir formar um país mais justo, forte e soberano. Essa visão e raciocínio se faz perfeitamente compreensível, pois, não requer muito esforço para se chegar a conclusão de que a educação é um dos mais fortes pilares para construir tudo o que se é necessário e projetar uma melhor condição de vida a todos os membros da sociedade, fazendo-as compreenderem qual sua posição e qual sua relação cívica perante a cada um da sociedade.
A nossa atual meritocracia moldam as pessoas a cultivá-las ainda mais o orgulho e o egoísmo, ignorando a coletividade, trazendo-as ainda mais vazio e falta de sentido na vida, privando-as de observarem sua obrigação cívica perante a sociedade e o próprio bem que possam fazer para com aqueles que estão a sua volta, é evidente que temos muito ainda para caminhar e refletir, não que o problema da educação seja o único, mas soma-se a centenas de problemas que temos, mas não podemos deixar de refletir que esse, uma vez solucionado, os outros serão mais fáceis de se resolver, pois a educação forte e justa, transformará toda a nação e fará com que os índices de violência caiam consideravelmente em todos os pontos, deixando de direcionar muito dinheiro a essa área e transferindo os gastos para investimentos em áreas a serem fortalecidos.
Tudo aquilo que se necessita depositar uma quantia de recursos para amenizar um problema na qual o Estado foi falho, é considerado um gasto e um desperdício. Para que seja necessário nos livrarmos desses gastos dispendiosos e onerosos do Estado, deve-se investir fortemente na base educacional, isso nos possibilitará a recuperamos todo o tempo perdido e um novo recomeço para uma economia forte que perdurará.