Porque um "Conselheiro" não deve ser um "palpiteiro". Boas práticas em Governança.
Temos observado cada vez mais a criação de Conselhos Consultivos em empresas ( não obrigatório ) , bem como de Conselhos de administração ( obrigatórios para alguns tipos de empresas ), para estar alinhado com boas práticas em Governança Corporativa, e a crescente exigência nos termos relacionados a ESG.
Vamos conceituar um pouco:
O conselho de administração é obrigatório para as seguintes empresas: Sociedades anônimas abertas, Empresas de capital autorizado, Empresas de economia mista, Cooperativas.
Para as demais empresas, a criação do conselho é facultativa. No entanto, mesmo que não seja obrigatório, o conselho pode trazer benefícios para a organização, como garantir o cumprimento do planejamento estratégico e maximizar o retorno dos investimentos.
O conselho de administração é um órgão colegiado que tem como função: Elaborar medidas estratégicas para a empresa, Fiscalizar a ação dos gestores, Garantir os interesses dos acionistas, Supervisionar a diretoria, Estabelecer uma ligação entre os diretores e os sócios.
Já o Conselho Consultivo , apesar de não ser obrigatório, vem se tornando cada vez mais relevantes nas empresas, ou para aquelas que querem se preparar para abrir capital , ou que de fato querem ter um modelo de Governança profissionalizado.
Um conselho consultivo é um grupo de profissionais que fornece sugestões e orientações para uma empresa, sem ter a responsabilidade de tomar decisões. O objetivo é assessorar a diretoria e ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos.
Os conselheiros podem ser internos ou externos à empresa, e podem ter experiência em áreas como finanças, marketing, desenvolvimento de pessoal, controles internos e fiscal. É importante que os conselheiros sejam independentes dos interesses da empresa.
O conselho consultivo é um órgão facultativo, não previsto em lei, e pode ou não constar no estatuto ou no contrato social da empresa.
Para que os Conselhos exerçam efetivamente seus papéis, seja tomando decisões deliberativas, ou exercendo sua função consultiva, é fundamental que uma metodologia seja exercida para que possa ser extraído o melhor desse colegiado. Sendo assim, profissionalização e formação nessa área também se fazem relevantes, para que não um Conselheiro não confunda sua atuação ou seja visto como um palpiteiro, ou seja, se envolvendo em assunto operacionais dos quais não deve ser o papel de um conselheiro.
Participar de Conselhos de Empresas requer preparação e postura, e entender o papel e atuação do Conselheiro é fundamental, para que sua atuação seja realmente "Consultiva" , também de fiscalização e monitoramento, para que possa auxiliar os executivos nas melhores tomadas de decisão, com visão de curto , médio e longo prazo, visando a perpetuidade da empresa .
Existem diversas definições dos objetivos da atuação de um Conselho, mas sem rodeios, eu gosto dessa :
Maximizar o retorno financeiro aos acionistas!
Pode parecer egoísta, ambicioso ou pouco simpático, mas esse é objetivo que acredito. Uma empresa financeiramente forte, que dá retorno adequado aos acionistas, fazem com que todos os stakeholders se beneficiem, sem exceção. Você já viu uma empresa pobre, endividada, transferir riqueza adequada aos stakeholders ? Certamente que não. Então, sem rodeios, empresas forte, geram acionistas stakeholders fortes, a roda gira e todos se beneficiam.
E como atuar adequadamente como um Conselheiro ?
Preparar-se para uma reunião de conselho de empresas exige organização, conhecimento profundo dos assuntos a serem tratados e capacidade de argumentação. Veja algumas etapas para estar bem preparado:
1. Entenda o Contexto da Reunião
2. Estude os Relatórios e Documentos
3. Prepare-se para Perguntas e Discussões
4. Pratique sua Comunicação
5. Mantenha-se Atualizado sobre o Mercado e Concorrência
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6. Revise os Aspectos Jurídicos e de Governança
7. Revise e Organize Material de Suporte
8. Prepare-se Mentalmente
Seguindo esses passos, você estará melhor preparado para contribuir efetivamente para as discussões do conselho, agregando valor às decisões e aos debates estratégicos.
Se você tem uma empresa média, com "Sonho Grande, seja uma rede de varejo, franquia , industria ou outro segmento, entender a importancia de ter uma boa Governança, bem como estar aberto para discussões com pessoas de conhecimentos diversos e até mesmo divergentes , podem ajudar muito no desenvolvimento da empresa rumo aos desafios que estão por vir.
Selecionar as pessoas corretas para o Conselho também é um desafio, pois como já dissemos aqui, as empresas precisam de "Conselheiros" e não de "Palpiteiros", que agreguem valor ao negócio.
Escolher um conselheiro para uma empresa é uma decisão estratégica que deve considerar tanto o perfil do profissional quanto as necessidades específicas da organização. Aqui estão algumas orientações para ajudar nesse processo:
1. Entenda as Necessidades da Empresa
2. Procure Competências Técnicas e Conhecimento do Setor
3. Avalie as Competências em Governança Corporativa
4. Considere as Competências Pessoais e de Liderança
5. Avalie o Comprometimento e Disponibilidade
6. Defina o Perfil de Diversidade e Inclusão
7. Considere o Processo de Seleção e Indicação
8. Pense no Longo Prazo
Escolher um conselheiro é uma decisão estratégica que requer análise criteriosa. Um bom conselheiro agrega muito valor ao trazer novas perspectivas e conhecimentos, auxiliando a empresa a enfrentar desafios e alcançar suas metas.
E então, sua empresa está pronta para dar mais um passo importante rumo a Governança corporativo e o futuro ?
Espero ter contribuído nessa reflexão.