"Prática com Grupos, à la Deuleuze"
Trata-se de uma Cartografia, pedestre e interrogativa, de uma prática com grupos de 8 a 16 pessoas, donas ou dirigentes de negócios ou instituições, com ou sem fins lucrativos. Os participantes pagam para participar. Participam porque desejariam melhorar suas situações e atuações profissionais, suas capacidades de decidir e de liderar, aliviar solidões, suportar pesadelos, achar pares ou outros paradigmas, falar, exibir-se, viver outros tempos, outras realidades e mais outras vidas ou quaisquer outros desejos, intenções, razões, etc...Fazem reuniões mensais de dia inteiro, cada vez no local de cada um, os mesmos até quando quiserem, se não serão substituídos, Falam de suas profissões, ocupações, de seus problemas de trabalho, de suas dúvidas, de seus projetos, suas verdades e do que mais quiserem. Ouvem respostas, novas perguntas, opiniões, etc. Retrucam, brigam, riem, choram, confraternizam ou qualquer outra coisa, na hora que escolhem. Experimentam o que querem. Confidenciam o que trocam. Rostidades: suas caras são muito diferentes, suas modas e modos também, dado suas distintas especialidades, interesses e relações. Rugas, peles, idades, gêneros, estoque de saberes e de haveres, mais outros sinais. Todo mundo quer ser sem ser par dos outros, ter uma mesma sintaxe sem ser os mesmos; uma mesma cristalização sem ser a mesma. Buscam distinções e diferenciações. Rizoma: o grupo é um porto de afetações. As pessoas mudam no correr dos tempos, que são vários, alterando a velocidade e o sentido das mudanças. As pessoas se trocam, entre si, dentre si, por si, para si, por outro lado, para lá dos passados e dos horizontes. São indeterminações, improvisações, bric à brac, deshierarquizações, coletivo...Não há uma raiz só, há tantas quantas couberem....há incontáveis. Como grama.
(Aula no Sedes Sapientie, São Paulo, novembro de 2004; revisto em setembro de 2017; segue "Sopa de Pedra")