PRÓSPERO ANO NOVO
De praxe, ao final de cada ano, desejamos aos amigos um próspero ano novo. É o desejo sincero de que as pessoas que nos são próximas progridam no ano que se inicia.
Infelizmente não é o que 2023 indica. Nesse Brasil que elegeu Lula podemos ter qualquer coisa: igualdade, inclusão, compaixão e tudo mais que seus eleitores acreditaram quando votaram no PT, menos prosperidade.
Prosperidade decorre do incremento da economia, do crescimento, do progresso. Nada disso virá no próximo governo. O porquê do pessimismo está em quem irá comandar a área econômica. São escolhas de quem não entende como um país se desenvolve, caso do Fernando Haddad como ministro da fazenda, ou pior ainda, de quem já mostrou a inabilidade para isso, caso de Esther Dweck como ministra de gestão. Ambos acreditam, assim como Dilma, que o governo pode gastar sem limites, o teto é definido pela política. Algo como quem consome sem se preocupar com quanto ganha, achando que sempre terá de onde tirar mais dinheiro. No caso do governo só existem três opções para aumentar seus gastos: mais impostos, mais endividamento do governo ou emitir moeda. Todos têm consequências nefastas. Respectivamente: menos dinheiro na mão das pessoas, menor capacidade de investimento, mais inflação. Claro que há economistas que pensam diferente, como o sempre lembrado quando se busca apoio a pajelanças econômicas, André Lara Resende, que dirão que austeridade no governo não promove o desenvolvimento etc. Contudo, se desconhece país que tenha crescido de forma sustentável e a longo prazo com governos que gastaram mais do que arrecadaram e que, por outro lado, são vorazes ao tributar. Os países que mais cresceram, por mais tempo, são aqueles de governos enxutos, sob gastos controlados e com liberdade econômica. O oposto do que o PT preconiza. O desapego aos bons princípios econômicos é confirmado pelo segundo escalão do governo, quando Haddad escolhe Gabriel Galípolo como braço direito do seu ministério e Aloísio Mercadante para presidir o BNDES. Ambos, economistas de formação keynesiana que acreditam que dinheiro dá em árvore, ao menos para o governo.
Os que assumem aproveitarão o esforço feito por Paulo Guedes para restringir as despesas e dar equilíbrio às contas públicas. Assumirão um estado mais enxuto, com as contas organizadas e superavitárias. É o deleite dos pródigos. Isso trará um período de bonança ao novo governo. Porém, com seu histórico, é provável que repitam o segundo governo Lula e os tenebrosos governos Dilma, onde o orçamento fiscal era apenas peça teórico-contábil para cumprir obrigações legais. Os acordos políticos durante a transição comprovaram isso, com diversas despesas sendo juridicamente colocadas fora do teto de gastos. Somemos também o aumento do número de ministérios que elevará a despesa do governo federal em no mínimo R$ 2 bilhões por ano segundo estimativas.
Podemos esperar a retomada do apoio aos empresários amigos do PT pelo BNDES, os tais campeões nacionais como foram os Batista, Eike, Joesley, Wesley e tantos outros. Afinal sua política sempre foi aquela de Maquiavel: aos amigos os favores, aos inimigos a lei.
A incapacidade do governo Bolsonaro de privatizar permitirá o reaparelhamento das empresas estatais, que saem da condição de geradora de dividendos aos cofres públicos para demandadoras de recursos a serem custeados pelos pagadores de impostos.
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Os bancos voltarão aos retornos excepcionais, pois são os primeiros a emprestar ao governo perdulário e os primeiros a usarem o dinheiro recém criado. O retorno sobre os ativos dos quatro maiores bancos (Bradesco, Brasil, Itaú e Santander) foram de 23,6% no segundo governo Lula, 21,2% e 19,1 % respectivamente no primeiro e segundo governo Dilma, 15,6% no Temer e 15,9% no Bolsonaro (fonte: Economática).
A única trava existente às heterodoxias econômicas é a independência do Banco Central, que até dezembro de 2024 tem Roberto Campos Neto como presidente. O Bacen tem o poder de controlar o meio circulante e as taxas de juros, inibindo ações expansionistas do governo. Porém, acredito que haverá forte pressão para a saída do atual presidente, acabando com a independência, pois não é algo que os economistas afinados com o PT entendam como necessário ou mesmo recomendável.
Os resultados das ações de governos populistas, como será o de Lula, na economia podem ser vistos em vários graus pelo mundo afora. Sem sair da América Latina, para um cenário de médio prazo, basta olhar a Argentina e a Venezuela. Para uma visão de gerações podemos olhar Cuba. São ótimos exemplos de como a intervenção governamental, as apostas em receitas heterodoxas como o tabelamento de preços, a limitação a importações e exportações destroem a economia de um país e minam sua prosperidade.
Faço questão, daqui a quatro anos, de conhecer a opinião de economistas que conseguem entender causa e consequência, mas que apoiaram Lula. Será divertido ouvir suas justificativas para um desempenho econômico pífio.
Então amigos, desejo-lhes que o ano de 2023 passe rápido, assim como os três seguintes. Quem sabe possamos fazer melhores escolhas daqui a quatro anos.
Atenção, reparem que nem falei da pilhagem.