Precisamos mais disso...

Precisamos mais disso...

Em minhas andanças pelo Brasil afora, desenvolvendo pessoas para serem melhores, terem mais performance, a descobrirem suas potencialidades e como serem o mais felizes que puderem, me deparo com uma dura realidade: a maioria delas está isolada em seu próprio mundo, com medo do sistema, temendo perder o emprego, fugindo da própria sombra de não serem reconhecidas e valorizadas, querendo achar um jeito, seja ele qual for, de ter sucesso. O efeito colateral disso, é um profundo estresse, como se sentissem que estivessem órfãs, sozinhas, tendo de lutar por si como em uma batalha inglória. Isso cria uma atmosfera de competição desleal, cada um por si.


Quando olho para essas pessoas, muitas vezes vejo um cenário assim:

  • chefes inseguros de sua própria habilidade de liderar e influenciar pessoas. Temerosos, agem pela força, pelo poder que lhes foi outorgado, mas que não foi conquistado.
  • vejo funcionários que disputam entre si a atenção daqueles que detêm o poder, com isso, as ações não são pensadas para beneficiar o coletivo, os objetivos da empresa, mas única e exclusivamente interesses pessoais.
  • presencio uma interação social forçada, onde as pessoas usam máscaras que refletem uma simpatia que não existe, uma escuta forçada, um bom dia absolutamente desinteressado.
  • parece que as as pessoas estão anêmicas de amor, de empatia, de interesse genuíno pelo outro. E o pior de tudo, que isso não acontece apenas nas empresas, mas também nos núcleos familiares.
Existe uma anemia crônica desse tipo de amor que acolhe, que se coloca no lugar do outro, que ajuda, que tem pouca expectativa de reciprocidade, no sentido de: "o que vou ganhar se fizer isso?"

Mas em meio a tanta falta de amor e egocentrismo, me deparo muitos vezes com pessoas que tem atitudes de aquecer o coração, e quando converso com elas e ouço suas histórias, me lembram de que esse é objetivo de eu continuar com minha missão. Ter contato com pessoas assim, alimenta a alma, revigora, dá um ânimo para continuarmos a jornada. Todos nós precisamos mais disso...

Precisamos de bons companheiros de trabalho, parceiros de verdade, nas horas boas e difíceis, parceiros em quem podemos confiar até nos momentos de maior fragilidade e medo.

Precisamos mais de chefes que nos ajudem, nos ensinem, que atuem como pacientes professores, que tenham uma firmeza e assertividade amorosas, que nos falem como pais, que desejam nosso melhor.

Precisamos mais de funcionários nas empresas que sejam éticos, que não roubem tempo de seus empregadores, que entreguem aquilo para que foram contratados, que hajam de forma lícita, justa, produtiva.

Precisamos de mais governantes, líderes religiosos, professores, mentores, que sejam inspiradores para o bem, que nos incentivem a ver que vale a pena a jornada. Cuja atitude fale mais alto que seus discursos e falatórios nos palcos da vida.

Precisamos mais de parceiros nos relacionamentos amorosos em que possa haver entrega absoluta, que tenhamos a certeza de que podemos expor nossas vulnerabilidades e seremos acolhidos com toda nossa beleza e feiura ao mesmo tempo, pois somos mais que a soma de nossas partes, somos um TODO.

Precisamos mais de amigos queridos e do bem, aqueles pra vida toda, que se pode contar para compartilhar os sucessos, bem como, as dores inerentes ao ato de viver.

Acredito sinceramente que assim possamos conseguir viver e trabalhar em ambientes mais saudáveis.

Por achar que precisamos mais disso tudo, vou contar aqui uma história que li, extraída do The Missileer, do John W. Mansur:


"Qualquer que fosse seu alvo inicial, os tiros de morteiros caíram em um orfanato dirigido por um grupo missionário na pequena aldeia vietnamita. Os missionários e uma ou duas crianças morreram imediatamente e várias outras crianças ficaram feridas, incluindo uma menininha de uns oito anos de idade.

As pessoas da aldeia pediram ajuda médica de uma cidade vizinha que possuía contato por rádio com as forças americanas. Finalmente, um médico e uma enfermeira da Marinha americana chegaram em um jipe apenas com uma maleta médica. Constataram que a menina era a que estava mais gravemente ferida. Sem uma ação rápida, ela morreria por causa do choque e da perda de sangue.

Uma transfusão era imprescindível e era necessário um doador com o mesmo tipo sanguíneo. Um teste rápido revelou que nenhum dos americanos possuía o tipo correto, mas vários dos órfãos que não haviam sido atingidos tinham.

O médico falava um pouco de vietnamita e a enfermeira possuía uma leve noção de francês aprendido no colégio. Usando essa combinação, e com uma linguagem de sinais improvisada, eles tentaram explicar para a jovem e assustada platéia que, a não ser que pudessem repor uma parte parte do sangue que a menina perdera, ela com certeza morreria. Então perguntaram se alguém estaria disposto a doar um pouco de sangue para ajudar.

Seu pedido encontrou um silêncio estupefato. após um longo momento, uma mãozinha lente e hesitante levantou-se, abaixou-se e levantou-se novamente.

-Oh, obrigada - disse a enfermeira em francês. - Qual é o seu nome?

-Heng - foi a resposta.

Heng foi rapidamente colocado em um catre, os braços limpos com álcool e uma agulha inserida em sua veia. Durante toda a penosa experiência, Heng permaneceu tenso e em silêncio.

Depois de algum tempo, ele soltou um soluço trêmulo, cobrindo rapidamente seu rosto com a mão livre.

-Está doendo, Heng? - peguntou o médico.

Heng fez que não com a cabeça, mas, após alguns instantes, outro soluço escapou e mais uma vez ele tentou esconder o choro. Novamente o médico perguntou se a agulha o estava machucando e novamente Heng balançou a cabeça.

Porém agora seus soluços ocasionais haviam dado lugar a um choro constante e silencioso, seus olhos apertados, o punho na boca para abafar seus soluços.

A equipe médica estava preocupada. Algo obviamente estava muito errado. Nesse momento, uma enfermeira vietnamita chegou para ajudar. Vendo o sofrimento do pequeno, ela falou rapidamente com ele em vietnamita, escutou sua resposta e respondeu-lhe com voz confortante. Após um instante, o paciente parou de chorar e olhou interrogativamente para a enfermeira vietnamita. Quando ela assentiu, um ar de grande alívio se espalhou pelo rosto do menino.

Olhando para cima, a enfermeira contou calmamente para os americanos:

-Ele achou que estava morrendo. Entendeu errado. Achou que vocês haviam pedido que ele desse todo o seu sangue para que a menina pudesse viver.

-Mas por que ele estaria disposto a fazer isso? - perguntou a enfermeira da Marinha.

A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta para o menino, que respondeu simplesmente:

-Ela é minha amiga."

E com esse sentimento de que precisamos de mais amor como o do Heng em todas as esferas da vida, é que desejo a vocês um excelente final de 2016 e que juntos possamos construir um 2017 melhor e isso depende muito do esforço de cada um de nós!!!

Obrigada pela parceria, e se desejarem receber mais textos e informações sobre vida e carreira, é só se inscreverem em escoladecarreira.klickpages.com.br/inscreva-se

Abraço,


Adriana Ferrareto

Adriana Ferrareto é palestrante, Executive Coach, formada pelo Integrated Coaching Institute (ICI) com certificação Internacional em Coaching Integrado. Especialista em gerar transformação como Coach em Pontos Fortes, formada pelo Gallup em Accelerated Strengths Coaching, além do Coach U em Coaching Clinic.

Proprietária da empresa Adriana Ferrareto Desenvolvimento do Ser.

Adriana Ferrareto faz Palestras e Treinamentos em todo Brasil, customizados à necessidade de cada corporação, com possibilidades que passam pela transformação pessoal e profissional, oferecendo as melhores e mais avançadas ferramentas para o desenvolvimento de liderança, fortalecimento de equipes de vendas, potencialização dos talento em pontos fortes e carreira, programas de mentoring e coaching. Já ministrou mais de 12.000 horas em treinamentos in company e 5.000 horas de atendimento em coaching.

A experiência corporativa de muitos anos de Adriana atuando como líder de equipes da indústria farmacêutica e depois como coach, formaram uma identidade em seu trabalho que se traduz em conseguir transformação nas pessoas, com uma forma prática e de pronta aplicação no cotidiano.

É Co-autora da Graphic Novel "Sob o Signo da Sombra - O super herói profissional" e colunista na rádio Lumen FM 99,5, com o Programa diário que se chama Marca Pessoal, sobre vida e carreira.

Dentre seus clientes estão Grupo Boticário, GVT, Andritz, Arauco, Valmet, Impress, ALL, Votorantim, Volvo, Positivo, Renault, GE aviation, La Roche-Posay Laboratoire dermatologique, Embraco, Gerdau, Electrolux.


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