Previdência: Brasil cai 3 posições no índice global após reformas
Em ranking com 39 países, o Brasil tem o terceiro pior nível de sustentabilidade previdenciária e caiu 3 posições no ranking geral depois das reformas trabalhista e previdenciária.

Previdência: Brasil cai 3 posições no índice global após reformas

O Brasil caiu 3 posições em ranking de previdências, e tem a 3ª menor nota no quesito sustentabilidade dentre 39 países avaliados.

O motivo é conhecido, embora tenha sido visivelmente ignorado no debate da reforma da previdência. O que fica cada vez mais explícito é que não adianta reformar a previdência para economizar prejudicando o trabalhador, sendo que o relaxamento das regras trabalhistas traz um enorme prejuízo à arrecadação previdenciária.

No ranking elaborado pela consultoria Mercer, as primeiras colocações no índice geral ficam, respectivamente, com: Holanda, Dinamarca, Israel, Austrália e Finlândia.

Repare que dentre os 5 primeiros colocados, o pior colocado no índice de desenvolvimento humano (IDH) é Israel que ocupa a 22ª posição (BR 79º), além disso, dentro os 5 primeiros estão 3 dos países, socialmente, menos desiguais do mundo, segundo o índice de Gini: Finlândia – 11º, Holanda – 15º e Dinamarca – 17º (BR 157º).

No Brasil foi criada um conto ficcional que defende o empreendedorismo como forma de resolver os problemas sociais do país. Mas, quando se fala em empreendedorismo - ranking em que o Brasil ocupa a 2ª posição em comparação com outras 50 economias, segundo o monitor global de empreendedorismo (GEM) perdendo apenas para Madagascar e perseguido de perto pela potência Guatemalteca - se está falando na verdade de informalidade e esse sim é o maior problema previdenciário brasileiro.

No grupo dos 5 melhores sistemas previdenciários do mundo nenhum dos países está entre os 20% de países mais empreendedores, e muito distante disso, também não estão entre os 20% de países com maiores taxas de empreendedorismo inicial, categoria que o Brasil também se destaca em 4º lugar. Nenhum desses países quer informalidade, pois o que traz segurança e estabilidade na arrecadação é exatamente a estabilidade de renda da população. Não por acaso a Dinamarca também representa a 2ª economia com maior percentual da população empregada no serviço público, com 29,1% da população; Finlândia vem em 4º lugar com mais de 24,9% da população; no Brasil estima-se que esse número não chegue a 2% da população.

A atenção a esses dados importantes e o distanciamento do debate cercado por interesses particulares leva a seguinte conclusão:

Nos próximos anos o Brasil não deve apostar no empreendedorismo e tampouco deve pensar em uma nova reforma trabalhista ou previdenciária que penalize o trabalhador. Os esforços devem se voltar para a formalização do mercado de trabalho, fortalecimento dos mecanismos de arrecadação previdenciária, distribuição de renda para reduzir a desigualdade social permitindo que as pessoas ascendam socialmente a ponto de poderem poupar e deve haver um maciço investimento público em educação, saúde e saneamento básico para melhorar o índice de desenvolvimento humano.

Fontes: Mercer Consulting, GEM Consortium ONU, OCDE.

Tags: Previdência, INSS, Economia, Brasil

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