PRODUTIVIDADE BRASILEIRA X AMERICANA
Ultimamente todos comentam sobre o desemprego em alta histórica no Brasil, de fato nunca ocorreu situação similar, porém muitos dizem que a crise é a melhor época de inovar, melhorar ou buscar uma nova condição.
Nessa linha de raciocínio, é sabido que nossa produtividade é baixa, e se compararmos com a produtividade da indústria americana, seria algo como a atividade que um brasileiro leva seis dias para realizar, o americano faz em apenas um, é muita diferença.
Sabendo disso, como devemos proceder para reverter essa situação desconfortável?
Pesquisas realizadas pela Organização Internacional do Trabalho apontam alguns aspectos que colaboram com a perda de foco e a consequente queda na produtividade entre os brasileiros. Mesmo sabendo que trabalhamos em média 2.023 horas por ano, mais de 200 horas quando comparamos com a jornada anual dos americanos, em média são 1.790 horas.
Ou seja, nós não focamos diretamente na atividade, e segundo essa mesma pesquisa a educação e a cultura estão diretamente ligadas nessa perda de foco, onde o brasileiro passa muitas horas em treinamento para se adequar as demandas das organizações, enquanto o americano já entra na organização treinado, ou seja, já obtendo as informações necessárias para exercer seu ofício.
Quanto a cultura o americano tem de trabalhar 5h30 exatas, focadas e direcionadas para a produção e com apenas 2 intervalos de 15 minutos. Já o Brasileiro, dentro das 8h regulares se dispersa e desfoca várias vezes, comprometendo assim sua produtividade.
Então é sabido que a atenção equivale a um músculo mental que podemos fortalecer por meio de prática. Quando mais se faz, mais forte o músculo fica. A prática vem da experiência, de vivenciar determinadas situações várias vezes, uma pessoa mais experiente consegue focar melhor na atividade principal daquele momento ou situação.
Voltando para a produtividade na industrial, é importante ter em mente que é muito mais fácil ter concentração quando fazemos um trabalho que consideramos estimulante, mas as vezes não é o que costuma acontecer. Pesquisas em empresas revelam que um grande número de pessoas se encontra num estado de atenção muito longe do ideal durante a jornada de trabalho. Um estudo conduzido pelas universidades Harvard, Stanford e Claremont constatou que na maior parte do tempo os profissionais estão estressados ou entediados. Apenas 20% das pessoas analisadas demonstraram momentos de satisfação plena no trabalho. O restante costuma passar tempo demais na internet ou pensando em outras coisas que não estão relacionadas às tarefas que precisam ser feitas.
Quanto a educação, imaginar que o nível de graduação irá resolver esse problema, está longe da realidade, mas muitas vezes é o que acontece, a educação para ser funcional, tem que trazer inovação.
Segundo Robert Atkinson, presidente da Fundação para Inovação e Tecnologia da Informação (ITIF, na sigla em inglês), focado em políticas globais de inovação sediado em Washington, comenta que um erro importante do Brasil, diz o especialista, é perseguir um modelo que busca aumentar os níveis de inovação nas empresas por meio de regras e restrições, enquanto os países no topo da lista, como Austrália, Canadá, Finlândia, Estados Unidos, Alemanha e Japão, privilegiam sistemas de apoio aos mais diversos setores, de modo a torná-los mais competitivos, inovadores e produtivos. “Mais do que reguladores, os países líderes em inovação são facilitadores.”
Outra informação muito importante, conforme o registro de patentes americano, mais da metade dos inventores atuais, está na faixa dos 46 aos 60 anos, geralmente são os profissionais com mais experiência, mais focados, pois já desenvolveram uma inteligência emocional e tem mais autocontrole e também são os que mais inovam, no quesito voltado a indústria.
Mas por fator cultural, são os profissionais que as indústrias menos valorizam, menos conseguem recolocação profissional.
Será que não está na hora de nossa indústria inovar e rever seus critérios de seleção?
Será que nossos gestores de recursos humanos não deveriam olhar com outros olhos esses profissionais?
Para o bem de nossa produtividade e do crescimento do país, existe mercado para todas as faixas etárias, se inovarmos na cultura e educação, iremos dar um grande passo para uma indústria forte e oportunidades para os que estão entrando no mercado agora e para os que já estão há algum tempo.
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6 aParabéns, ótimo artigo... Visão de quem sabe o que está falando!!!