Quando alguns profissionais de RH põem tudo a perder

A atual crise, sem precedentes no mercado de trabalho, colocou na busca de recolocação um número recorde de bons profissionais, de diversos níveis hierárquicos. Ninguém tem dúvida que haverá normalização em alguns trimestres, e todos os profissionais de qualidade voltarão naturalmente às empresas, em várias funções chaves.

Neste contexto, o contato dos momentaneamente desempregados com as “vagas disponíveis”, seja por qual meio for, é intenso, diário.

Me dei conta do quanto certas empresas não se preocupam com o que o seu RH está transmitindo à  potenciais clientes, parceiros, formadores de opinião, em um futuro próximo.   Alguns selecionadores simplesmente estão queimando a imagem de seu empregador, com o despreparo e descuido no processo de R&S.

Nos sites é grande o show de horrores. Erros grosseiros de português ao descrever a vaga, “Control C e Control V” de todo o job descripton da função como requisitos procurados,  perguntas complementares que fazem o candidato refletir sobre o nível da empresa contratante.

Algumas perguntas "no ar" em vagas desta semana em um famoso site:

- Como era o seu relacionamento com a equipe que comandava? Imagine se alguém responderia autoritário, desrespeitoso e com muito assédio moral.  

- Você tem experiência como gerente operacional? (Empresa e setor confidenciais). Existe gerente operacional num hotel, em limpeza e conservação, em logística, em automobilísticas, em lojas, em facilities, em farmacêuticas... Qual delas?

- Resuma sua carreira. Pergunto porque pediram para enviar o CV então?

- Aceita ser autônomo? ()Sim  () Não – Na descrição da vaga estava claro que era somente para autônomos.

- Você se considera um bom gerente? Você responderia que é péssimo?

 Os erros de português, e a não devolutiva de entrevistas e candidaturas, demonstram erro básico de planejamento.  Falta de seriedade, foco,  conhecimento de inglês em certos anúncios, e preparo dos recrutadores  é outro pecado.

Amigos gestores, o candidato de hoje será o cliente, o chefe, o parceiro de amanhã.  O RH é a primeira impressão da empresa, e muitas vezes, é ela que fica!