Quando as hard skills não forem suficientes, o que resta?
Personagens de 'Departamento de Conspirações' trabalhando | Netflix, Divulgação

Quando as hard skills não forem suficientes, o que resta?

Há algum tempo, as empresas notaram que pessoas especialistas em planilhas ou programação não bastam. Com o aumento da produtividade e da pressão por resultados, agora elas precisam de pessoas que saibam conversar, ouvir e construir relações duradouras. Num mundo corporativo em constante transformação, as soft skills se tornaram essenciais, representando capacidade como empatia, comunicação e colaboração.

Mesmo num universo bizarro e disfuncional, a animação Departamento de Conspirações (‘Inside Job’), serve como pano de fundo para muitas reflexões nesse contexto. No primeiro episódio da animação da Netflix, Reagan Ridley, a protagonista, tem certeza de que será promovida. Conhecida por ser uma prodígio, ela trabalha incansavelmente, chegando a acumular olheiras, até que seu chefe lhe oferece um feedback que muda o jogo.

"Reagan Ridley, foi a 1ª do MIT aos 13 anos, nem preciso ver suas olheiras pra saber que andou trabalhando duro..."
Reagan Ridley, a protagonista de 'Departamento de Conspirações' | Netflix, Divulgação
"Obrigada, senhor! E eu estou preparada para elas ficarem mais fundas."

Além do currículo

Eis que a cena chega num ponto crucial. Reagan, apesar de brilhante, falha nas famosas soft skills: “Você é tão inteligente, mas suas habilidades sociais…”. Na sequência, seu chefe complementa dizendo que ela é difícil, intensa e que não faz contato visual com outros colegas de trabalho. Ou seja, suas habilidades técnicas são altas, mas não são suficientes.

Globalmente relevantes, as soft skills aparecem num relatório do Fórum Econômico Mundial. Num ranking de habilidades essenciais nos ambientes de trabalho até 2025, aparecem competências como criatividade, liderança, inteligência emocional, persuasão e negociação. Além disso, a capacidade de resolução de problemas, considerando resiliência e flexibilidade, com pensamento crítico e analítico também é considerada.

Obviamente, as hard skills seguem pertinentes. O domínio de softwares, idiomas e processos específicos ainda é visto como um diferencial e, para determinadas posições, imprescindível. Ainda assim, esse não é o sucesso completo. Se um currículo, preenchido de títulos e certificações, chama atenção num primeiro momento, é a vivência prática da pessoa por trás dele que determinará o quanto ela pode agregar valor, ou não, à empresa que a contrata.

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