Quando o time trabalha como um só corpo, o sistema organizacional prospera
Não há mudança ou desejo de crescimento, transformação, aprendizagem, que se garanta, se não considerarmos a empresa como o sistema que é. E se não compreendermos o que realmente significa trabalho em equipe.
Eu trouxe uma bela imagem do Sistema Solar, para ilustrar este artigo, visando sensibilizar os(as) queridos(as) leitores(as) sobre a importância dos Sistemas Organizacionais, tendo como modelo, essa preciosa "orquestra" da qual também fazemos parte vivendo no Planeta Terra.
Como destaca Patrick Lencioni em: Os 5 desafios das equipes:
"O trabalho em equipe sempre foi ilusório em muitas organizações, apesar de toda a atenção que recebe de acadêmicos, treinadores, professores e da mídia. O fato é que, já que são compostas de seres humanos imperfeitos, as equipes são inerentemente disfuncionais. Mas isso não quer dizer que o trabalho em equipe esteja fadado ao fracasso. Na verdade, criar um grupo forte de profissionais é possível e simples, mas é também dolorosamente árduo."
E esses humanos e humanas imperfeitas, :) estão dentro de um sistema, que muitas vezes, não compreendem por inteiro. Daí o nosso grande desafio na gestão de times e organizações.
Cada área da organização faz parte de uma engrenagem maior que só funciona bem quando todas essas áreas estão bem integradas. Se qualquer uma delas insistir em trabalhar de forma independente, fatalmente haverá problemas lá na frente. Aliás, dentro dessas mesmas áreas também existem pessoas, que forjam essas partes da unidade maior.
“A beleza de uma pessoa ou de uma flor ou de um poema reside em vê-los por inteiro. É interessante que as palavras whole (todo) e health (saúde) vêm do mesmo radical hal, do inglês arcaico, como na expressão hale and hearty (firme e forte, em português). Portanto, não é surpresa que a falta de saúde no mundo atual seja diretamente proporcional à nossa incapacidade de vê-lo como um todo.” Peter Senge | A quinta disciplina
Neste texto quero falar sobre o fato de que quando as diversas áreas das organizações trabalham como um só corpo, agem de forma mais alinhada e estratégica e podem obter resultados melhores. Mas o que faz exatamente, uma equipe que trabalha “como um só corpo”?
Identificam a sinergia entre suas áreas e cuidam para que atuem como uma orquestra. Trabalham proativamente na busca pela comunicação adequada, pelo alinhamento entre as áreas, dão e pedem feedbacks sinceros, têm maturidade, praticam mais o “feedforward”* e por isso, não há espaço para frases como:
- “Isso é problema da área comercial”
- “Eles que se virem”;
Recomendados pelo LinkedIn
- “O Jurídico dificulta as coisas”;
- “Nosso RH é horrível”;
- “Isso não é problema meu.”
Estão todos empenhados em serem melhores dia a dia, na comunicação, na cooperação e na sua prática específica. Cuidam uns dos outros, garantindo que o ambiente seja propicio ao aprendizado, ao crescimento e à manutenção da saúde mental.
Sentem-se seguras quanto aos desafios que as equipes em geral têm. Trabalham em um ambiente com segurança psicológica que lhes permite confiar uns nos outros, agir com maturidade diante dos conflitos enxergando-os como oportunidades de evolução, de mudança de modelos mentais e de inovar, são comprometidas com a visão compartilhada, responsabilizam uns aos outros e tomam para si as suas responsabilidades, são focados nos resultados almejados pelo grupo, sem qualquer desvio para os interesses exclusivos dos seus egos ou interesses particulares.
Como observa Peter Senge: o pensamento sistêmico mostra-nos que não existe “lá fora”, que você e a causa de seus problemas fazem parte de um único sistema. A cura está nos seu relacionamento com o seu “inimigo”.
Nesses sistemas complexos que são as empresas, nem sempre que as pessoas fazem o melhor que podem para as suas posições, fazem o melhor que podem para o time, por isso o pensamento sistêmico é tão importante. Como coloca Fred Kofman: “Para vencer, todos devem jogar pelo time. Os membros do time devem subordinar suas metas individuais à meta da equipe.”
Ressalto que, não é que não se deva ter metas setoriais, mas é preciso que haja um entendimento maior sobre o resultado almejado pelo grupo, a capacidade de cada setor – uma estratégia efetiva para a administração do sistema, para que as áreas não fiquem competindo entre si, ao invés de trabalhar pelo desenvolvimento do grupo.
Sigamos refletindo e ampliando nossas consciências quanto ao nosso impacto nesse grande sistema, para que estejamos sempre alinhados e cooperantes com o objetivo maior do grupo. Espero que este texto lhe tenha trazido bons insights e que nos deixe saber sobre sua experiência e/ou impressões com o tema levantado por aqui!
*feedforward - prática de feedback "just in time", focada no futuro e não em acontecimentos passados como no tradicional feedback.