Não nos passa despercebida a tensão gerada pelos impactos de uma liderança equivocada durante o intenso trabalho que o Ministro Mandetta, junto de sua equipe, incansavelmente, está realizando junto à população para conscientizar a todos em relação à gravidade da pandemia. Mandetta e equipe reiteram à nação os cuidados necessários para evitar a propagação do COVID-19, a importância do isolamento, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde e todos os especialistas nacionais e internacionais.
Na contramão, observa-se, para a agrura de todos, o esforço oposto de seu próprio chefe, o Presidente, em não somente dizer o contrário, mas também sair às ruas estimulando as pessoas a concluírem o que é mais confortável para a visão dele, de que o isolamento é pura bobagem e contradizendo o seu Ministro da Saúde.
Quem tem ou teve chefe já passou (ou passará) por esta situação que acontece quando o liderado é brilhante e conhecedor do que faz, e quando o fato de o liderado, por sua experiência, inteligência e protagonismo é o foco das atenções. Deixamos claro aqui que, óbvio, há exceções, mas, infelizmente, o que se verifica ainda é muita liderança tóxica e com expressão de baixa autoestima. Esse contexto, quem é funcionário, conhece.
Você detém o conhecimento técnico, está na posição por este motivo, e tem um chefe que, dizem, não precisar ser especialista em nada, basta saber “reger a orquestra”, mas que pode ter uma visão diferente da sua, te desautoriza de forma oculta ou em público, maculando o seu trabalho e, muitas vezes, a sua imagem. É possível lidarmos com isto? Muitos se perguntam se vale a pena.
O coronavírus veio para mostrar que, para a natureza, sendo ou não especialista, estando nos holofotes ou nos bastidores, todos podemos ser contagiados.
O ponto de divergência em questão é a economia. No mundo todo, esta também é uma questão ainda sem resposta: qual será o verdadeiro impacto desta pandemia na economia de cada país? Quanto tempo de isolamento cada país suporta sem quebrar a sua economia?
E assim como novos tratamentos estão sendo testados para combater o COVID-19, esta “fórmula” para não quebrar a economia também está sendo testada pouco a pouco. É hora de colocar em prática: paciência, habilidade de negociação, disciplina, e muita diplomacia. E quando falamos em diplomacia, entenda-se: tanto do líder como do liderado. Imagina-se que esta pandemia deixará sequelas, como uma taxa de desemprego nunca antes vista, e por este motivo, precisaremos ser mais prudentes e diplomáticos do que nunca em nossos atuais empregos. Mas, voltando ao caso Mandetta, a preocupação dele, claramente não é com o seu eventual desemprego, e sim, em salvar a nação. E, para isto, cabe a ele se respaldar em dados técnicos e recomendações de organizações mundiais e de especialistas, como tem feito, e tornar tudo isto claro e transparente a todos. Isto o empoderará. Já se você não é o Mandetta, observe esta dinâmica e veja como algo pode ser aprendido e aplicado ao seu caso...
Denise Manfredi
Neuropsicóloga e Coach Individual e de Times
*Este artigo teve a colaboração de uma coachee que preferiu se manter anônima*
