Que o natal permaneça em nós
Os anos se renovam, a vida se transforma, o tempo passa. O que não passa é o encantamento que o natal provoca em nós. Casas e ruas são literalmente iluminadas por este sentimento tão velho e tão novo, que se repete e que nunca é igual.
Alguns lares este ano hospedarão o primeiro natal, a primeira ceia, a primeira recepção natalina de casados. Outras casas terão o primeiro natal de ausência. Ausência de quem foi viver ao lado do aniversariante da festa. Algumas famílias brindarão o primeiro natal dos recém-chegados, que vieram para compor e ampliar a alegria.
Este milagre da renovação merece ser perdurado por todo o ano. Não vejo razão para economizarmos este arsenal de sentimentos. Um mês é pouco para tanto. Tanto sentimento não merece ser desembrulhado numa única data do ano.
Todos os dias, poderíamos fazer com que os piscas-piscas brilhassem dentro de nós a cada nova escuridão, iluminando com suavidade o medo, a solidão, a angústia, o desespero. Fazer dos jantares rotineiros e dos almoços domésticos uma verdadeira ceia, que não carece de abundância de pratos, mas necessita da abundância de amor, de sorrisos, de silêncios, de diálogos.
Que o amigo oculto permaneça amigo. Amigo que deve ser sempre presenteado com um abraço, uma escuta, uma exortação, com o coração. As confraternizações empresariais deveriam permanecer mês a mês sendo fraternas. Estas reuniões de divertimento deveriam ser frequentes, assim como as amizades partilhadas e o conhecimento adquirido.
Quando penso no natal, penso nas pessoas que nos transformamos nessa data, no cuidado, no brilho no olhar, e no amor que milagrosamente vem habitar dentro de nós. Somos impregnados por uma esperança de renovação, que fazem novos até os velhos sonhos.
Que em 2017, o natal permaneça em nós!