Quebrando o paradigma da não-criatividade

Quebrando o paradigma da não-criatividade

Parte 1 - pensar

Nossas vidas estão repletas de modelos mentais, que usualmente acionamos quando precisamos resolver um problema ou enfrentar uma situação. Geralmente, estes modelos mentais advêm de nossa infância – fase em que mais absorvemos informações e aprendemos, solidificando concepções e formatando os modelos mais fortes – ou então utilizamos nossos modelos mais recentes, que estão mais frescos em nossa memória.

Modelos mentais são importantes, pois nos ajudam a tomar decisões e resolver problemas, desde os mais simples, como a compra de um shampoo, até os mais complexos. E é simples perceber isso em nosso dia-a-dia: possivelmente, você gasta poucos minutos comprando produtos básicos, e geralmente se utiliza de sua experiência passada para a escolha.

Não há nada de errado em usar nossos modelos mentais tradicionais; o problema começa quando estes modelos viciam e, assim, inibem o potencial criativo. Ou seja, quando utilizamos apenas os modelos mentais usuais, não permitimos ao nosso cérebro “zerar” os próprios paradigmas e deixar que as ideias fluam por novos caminhos. Pare e pense: o quanto você resolve pequenos problemas do dia-a-dia acionando o “piloto automático”? Quantas vezes, em sua vida pessoal ou profissional, você se obriga a fazer tarefas de forma diferente, saindo do comum? Se tem este hábito como prática, parabéns, isso significa que você está, no mínimo, acostumando seu cérebro a praticar e buscar novos modelos e conhecimentos. É justamente nesta hora que nossa criatividade tema a chance de ficar imensa!

A princípio, no trabalho, isso pode ser difícil, pois temos pouco tempo para realizar as tarefas e até mesmo um certo medo de “sair da caixa”. Mas comece fazendo isso em sua casa e logo se acostumará com este processo, levando-o naturalmente ao trabalho. Ou seja, inicie esta renovação de modelos mentais fazendo coisas diferentes todos os dias. Mudar alguma forma de fazer algo em casa ou no trabalho, ver novos filmes – mesmo os que não são o seu estilo -, ir a novos lugares, falar com novas pessoas, ler livros variados. Na medida em que a mente fica exposta a novidades, há estímulo, a observação fica mais aguçada e é mais fácil fazer novas conexões cerebrais.

No campo específico do trabalho, uma boa ferramenta é provocar encontros com pessoas que trabalhem com outros temas e em outros departamentos. Este hábito amplia os horizontes e ajuda, também, nas conexões de idéias variadas. Isso porque, muitas vezes, as ideias pegam “carona” umas com as outras e a sinergia do trabalho de um grupo diversificado tende a ser muito maior. É fato que conviver e trocar com pessoas que não são iguais a você (podem ser complementares, contrastantes, contraditórias) pode, muitas vezes, ter um certo custo emocional, mas que oportunidade de treinar a empatia, de desenvolver a capacidade de escuta, de aprender com o outro!

Uma dica fundamental: nunca pense que você é o sabe tudo, fuja sempre da arrogância do conhecimento. Sempre que assumimos que sabemos tudo sobre uma atividade ou algum assunto, limitamos nossa própria capacidade criativa, pois perdemos a curiosidade. Ou seja, jamais se contente com o que você já sabe, sempre é possível ir além. 

Finalmente, convide seu cérebro a praticar o "pensar" ideias criativas para as situações do cotidiano corporativo. Sempre temos problemas a resolver. Aproveite cada um e, antes de sair fazendo, pergunte, entenda melhor a situação, pense de um ângulo diferente e, daí, parta para o "como". A forma como pensa é que trará a diferença entre o criativo e a mesmice.

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