Quem se importa com o QI?

Quem se importa com o QI?

Quem acha que não consegue emprego porque falta QI - "Quem Indica", na linguagem popular - está se iludindo.

É confortável consolar-se no imaginário brasileiro e jogar a culpa na falta de um amigo influente. Mas acreditar nisso nunca ajudou ninguém a conseguir um emprego.

Em um processo seletivo sério, a indicação só é útil quando:

  1. quem indica é respeitado e bota a mão no fogo por alguma habilidade ou comportamento do candidato; ou
  2. se indica a vaga para um bom candidato que não sabia dela.

O QI "genérico" não serve para nada em uma empresa séria: "Dá uma olhada no currículo da minha prima" ou "meu amigo está precisando de um emprego" recebe, no máximo, um "ah, tá, manda aí o currículo". Por pura educação, mas sem nenhum resultado.

O objetivo do processo seletivo é exclusivamente encontrar o melhor candidato para a vaga. A indicação só faz sentido se ela ajudar nessa missão. 

Existem empresas que escolherão o candidato "amigo"?

Somente quando o processo seletivo não tiver compromisso com sua missão. Mas nessas empresas os colaboradores não são promovidas por seus méritos, nem desligados por seus deméritos. O futuro de uma empresa assim não é promissor. 

Bons processos seletivos são públicos, com critérios transparentes e a seleção focada no resultado que importa: a escolha do candidato mais adequado à vaga, que é aquele que trará mais retorno para a empresa. 

Como indicar ou receber uma indicação?

Se algum dia você for indicar um amigo ou pedir que um amigo te indique, mantenha em mente a perspectiva do empregador: a indicação deve ajudá-lo a entender para qual vaga o candidato seria excepcional. Somente assim a indicação pode ajudar no processo seletivo.

Mantenha em mente que indicar alguém muito próximo, como um irmão ou cônjuge, não é convincente. Se precisar fazê-lo, seja o mais claro possível em relação aos pontos fortes e fracos do candidato. Mesmo assim, nunca será uma indicação de alta credibilidade.

Mas QI é preciso?

Melhor do que preocupar-se com "Quem Indica", é preocupar-se em ser o candidato mais adequado à vaga. Torne-se um candidato melhor, aprimore seus pontos fortes e dedique-se a uma carreira compatível com seus talentos. Estude no seu tempo vago e domine as habilidades que as empresas buscam.

Use a tecnologia. A internet te ajuda a saber das oportunidades e te permite criar uma imagem pública. Os smartphones te ajudam a estudar no caminho para o trabalho.

Investindo esforços em tornar-se o melhor candidato, em vez de se preocupar com indicações, você estará disputando as vagas nas empresas que tratam os funcionários a partir de seu mérito, e não de suas amizades.


Angelo Peres

Coordenador acadêmico na UCAM IPANEMA

6 a

Gostaria de ressaltar que quem vai entrevistar o candidato pouco importa. O que é relevante saber é se este processo é sério, transparente e alinhado a cultura, aos valores e à estratégia da empresa. Isso sim é relevante/importante. 

Divino Leitão

Empresário, professor, TST e criativo... NNNMO :-)

6 a

Claro que aplaudo e concordo com cada palavra do esclarecido amigo, pois em um RH serio o único QI a ser considerado sera o da inteligencia mesmo. Mas gostaria de acrescentar o outro lado da moeda, já que todo ditado popular tem seus motivos. No funcionalismo publico ou em empresas onde imperam outras regras, so mesmo o QI popular funciona, nestas voce pode chegar com o melhor CV do planeta que vai dançar e o "sobrinho" ou apadrinhado entra em seu lugar. Nestes casos a regra e conhecer a empresa antes de perder seu tempo em enviar o CV.

Angelo Peres

Coordenador acadêmico na UCAM IPANEMA

6 a

Há situações em que uma indicação é muito bem-vinda. Porém, esta deverá passar pelo crivo do processo. Ou seja, o processo sempre deverá nortear uma contratação.  

Andre Kischinevsky

Pró-Reitor at Instituto Infnet

6 a

Escrevendo sobre R&S, não posso deixar de marcar a Luana Zanelli, a Elizabeth Domett e a Helena Monteiro.

Angelo Peres

Coordenador acadêmico na UCAM IPANEMA

6 a

Caro André, não há como não concordar com você. Não há mais espaço nas empresas - sérias - para este mecanismo que só contribui para o atraso e a situação que se vive hoje no Estado e no País.     

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