Quem sou eu?

Quem sou eu?

Pode parecer muito simples, mas quando nos perguntamos quem somos, temos como tendência eliminar as coisas que não queremos aceitar, entramos em conflito com nossa consciência. Ao responder essa pergunta básica, enaltecemos as virtudes e quando pensamos nos vícios, se é que pensamos neles, procuramos diminuir sua importância em nossas vidas. Afinal, o que é um vício perto de tantas virtudes?

Entendendo vício, do latim “vitium”, significa falha, defeito ou hábito repetitivo que degenera, causando prejuízo ao viciado. No mundo corporativo, essa pergunta é pior ainda de ser respondida, pois precisamos ser cada vez melhores e, principalmente, estamos sempre nos comparando às outras pessoas, pares, inferiores ou superiores hierárquicos, gerando assim uma necessidade maior de evidenciar qualidades e ocultar nossos vícios.

É muito importante ter a certeza de nossa resposta, porque sendo fiéis à visão que temos de nós mesmos, poderemos, por exemplo, avaliar melhor nosso grau de empregabilidade que está relacionado `às competências, virtudes e vícios. Muitas vezes subestimamos nossa capacidade, outras, a supervalorizamos, exatamente porque não nos comparamos conosco mesmos. Simples, basta olhar o que éramos, o que somos e o que pretendemos ser.

Assim, muitas pessoas se sujeitam ao controle, às vezes até passam humilhações por subestimarem sua capacidade, achando ser improvável conseguir alçar voos mais altos, pois vivem sob o medo do fracasso. Outras, superestimam sua capacidade, pensando ser melhores do que são, porém, um único vício, um único defeito que menosprezem, pode ser o motivo de não estarem melhor profissionalmente e se acharem injustiçadas.

Antes de qualquer coisa, precisamos assumir nosso papel na sociedade e, no mundo corporativo, nos sentirmos úteis, fazermos pelo próximo, não pensarmos apenas no próprio umbigo, pensarmos no coletivo, que vivemos em sociedade e precisamos ser fraternos e solidários. Depois sim, pensarmos em nossas condições, se poderemos melhorar ou não onde estamos ou buscarmos aprimoramento pessoal e profissional para trazer algo novo para nossas vidas.

Profissionalmente, muitos de nós confundimos estagnação com estabilidade profissional. Uma pergunta básica é importante fazer para decidirmos pelo nosso futuro, após identificarmos a estagnação ou a estabilidade profissional: - Será que indo além, conseguiríamos enfrentar nosso grau de incompetência? Todos temos algumas competências e algumas incompetências, estas precisam ser enfrentadas e superadas, para que se tornem novas competências.

A estabilidade profissional distingue as pessoas pelo alto grau de desempenho, eficiência e eficácia naquilo que ela faz, porém, não é o bastante para alçar novos voos. Quando chegamos num determinado ponto de nossa carreira, o ápice ou a estabilidade profissional, precisamos refletir e decidir entre continuar fazendo o que fazemos, se isso realmente nos agrada ou mudarmos para outra área, organização, talvez uma de porte menor e menos evoluída, que necessita de pessoas pró ativas em busca de novos desafios e crescimento.

Que possamos ter a humildade de reconhecer nossas fraquezas e nossas forças e como as empregamos. Isso por si só já é um bom começo, pois nos ajudará a controlar nossa vaidade que faz com pensemos nos tornar mais fortes ao confrontarmos a fraqueza alheia, ante uma força que julgamos ter e, também, procurarmos evidenciar nossas outras forças, quando nossas fraquezas são confrontadas. Enfim, a vaidade é o pior dos vícios, que atrapalha demais nossa jornada por essa passagem terrena, tomemos cuidado com ela e lembremos sempre: - Quem sou eu?


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