Realidade paradoxal de desejos no contexto Bancário em Portugal
A questão é relativamente simples - Que solidez financeira pretendemos nós para bancos portugueses?
Se queremos Bancos sólidos, onde não tenhamos que gastar dinheiro público nos seus resgates, então temos de entender que os Bancos precisam de receitas e que estas necessitam de vir de algum lado.
Em Portugal é exigido uma rede multibanco de borla porque o consideramos um direito adquirido - existe até uma lei que impede que se cobrem comissões nas operações feitas nas caixas automáticas, ao contrário do que é praticado na restante Europa. No entanto, exigimos também que haja uma caixa de multibanco a cada esquina.
Gostamos de “spreads” baixos para particulares e empresas mas gostamos ao mesmo tempo que os Bancos paguem boas taxas de juro nas aplicações a prazo.
Queremos que os bancos tenham receitas suficientes para cubrirem o risco do crédito malparado mas não queremos que as casas (colateralizadas no crédito) possam ser penhoraradas e/ou alienadas.
Queremos cartões de crédito e débito preferencialmente sem comissões e no entanto, queremos bancos com dinheiro para emprestar .
Em jeito de resumo, parece que em Portugal é exigido algo que se assemelha a 1 paradoxo - queremos "bons" Bancos mas não lhes queremos pagar pelo serviço que prestamos. Seria bom que este paradoxo fosse possível, mas não o julgo possível, a não ser que haja 1 milagre da multiplicação.