Quem são eles?

A saúde pública é assunto que gera polêmicas. Críticas e insatisfações, desconhecimento das inúmeras ofertas de prestação de serviços e desconhecimento da qualidade da atenção são a regra no setor. Mas muita coisa boa rola por ali, apesar de que muita coisa poderia melhorar também.

Enquanto dificuldades e problemas florescem, o servidor público municipal - e quero aqui destacar o servidor municipal de saúde de Ribeirão Preto - se esforça por oferecer ao munícipe um serviço de qualidade. Mesmo porque, se assim não for, o prejuízo será do lado do assistido, mas também do lado do prestador. Se um serviço atende mal, tem a população mais doente, o que sobrecarrega o próprio serviço. Raciocínio lógico? Parece-me que sim, pois estive muito tempo por lá e comprovei isso.

No início da década de 1990, fomos submetidos a um concurso público. Grande parte dos que naquela época ingressaram já está pedindo ou já pediu sua aposentadoria. E é a esse ponto que eu quero chegar. Estamos nos despedindo de muita gente boa, profissionais que fizeram além de suas obrigações, profissionais que fizeram a diferença na vida de muita gente e que não têm nenhum reconhecimento. Não se trata de elogiar ou aplaudir o cumprimento do dever, pois é dever! Trata-se de reconhecer que, talvez, a geração atual não consiga entender o que foram essas últimas três décadas, em um trabalho que se apoiou mais em esforço pessoal e compromisso do que em condições ideais de seu desenvolvimento. É um desafio para quem, hoje, tem a globalização na palma da mão, mas mais dificuldades no relacionamento interpessoal e afetivo. Mais dificuldades de entender o compromisso.

Para finalizar, apenas como informação, estamos nos despedindo, do serviço público de Ribeirão Preto, de uma terapeuta ocupacional e um ginecologista obstetra que fizeram a diferença. Grande diferença. Sorte minha, pois sei quem são e sei o bem que fizeram.

Alguém mais sabe? As flores são pra eles!